Capítulo 27

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Dia 32 - Parte 3

Cercado por mortos-vivos, desarmado e sem qualquer chance de sobrevivência. Eu estava entregue nos braços da dama da morte. O cheiro pútrido penetrava minhas cavidades nasais me inebriando com o odor forte que  queimava meu nariz. Prendo a respiração e tento não vomitar enquanto espero aquelas criaturas rasgarem minha pele e me devorarem, satisfazendo o apetite insaciável da morte.

Fecho meus olhos, espremendo com força minhas pálpebras, ao ponto de sentir as lágrimas percorrem minha suada face. O gosto salgado em minha boca se mistura com o gosto de bile. Até que ouço o barulho do estampido de um tiro. Um corpo cai, depois mais outro, e mais outro. Uma saraivada de tiros barulhentos atinge aquela horda me salvando da morte certa. Mas quem poderia ser?

Do breu surge uma figura conhecida, era Lukas e Helena. Os dois vieram ao meu encontro é sou surpreendido com um abraço apertado. A sensação de alívio e gratidão domina meu corpo. Minhas pernas trêmulas aos poucos recuperam forças.

— Obrigado!

— Não precisa agradecer — Lukas sorrir e cruza seus braços após guardar uma das pistolas que trazia consigo — só fizemos o que bons amigos devem fazer.

— Onde estão os outros? Conseguiu encontrar a Ana? — a pergunta de Helena me traz de volta a realidade. Precisava salvar Ana — E o Jorge? Ele está bem?

— Ana esta presa no galpão. Vim aqui pra perguntar ao Alex onde está a chave, não queria fazer barulho e atrair mais zumbis, mas acho que isso agora não importa mais.

— Falando nisso, a horda gigantesca vai esmagar este lugar, precisamos sair daqui agora — Lukas falou.

— Certo. Então vamos resgatar a Ana. Depois procuramos o Jorge.

— O que aconteceu com ele? — a pergunta de Lukas me deixa sem chão — Ouvimos tiros e depois silêncio total, ficamos preocupados.

— Ele e o Luís estavam em confronto. Não sei mais o que aconteceu depois. Alex estava aqui, deixei ele preso dentro do prédio.

— Podemos deixar aquele fedelho pra morrer aqui?  — Lukas estava furioso.

— Precisamos dele. Ele tem respostas que não temos — falo enquanto ando em passos apressados na direção do galpão —, precisamos dele vivo.

— Queria eu mesma matar aquele moleque. Ele é nojento. — esbravejou Helena.

Chego no galpão e aponto na direção do cadeado. Lukas faz o trabalho pesado, mira bem e atira. O cadeado se despedaçou nos permitindo finalmente entrar naquele lugar. Não contenho as lágrimas, entro apressadamente sem me importar com o que encontraria ou se era uma armadilha. Eu finalmente salvaria Ana.

Amordaçada, amarrada, suja e reencostada na parede, Ana chorava ao me ver, e claro, eu tbm chorava. A abracei e logo comecei a soltar ela. Estava muito machucada. Parecia desidratada e faminta. Aquela imagem me partia o coração. Não conseguia me perdoar por ter deixado isso acontecer com ela. Luíz e Alex pagariam caro. Jamais os perdoarei por todo o sofrimento que a fizeram passar.

Ana apenas chorava, entre soluços repetia um obrigado que saia em um som fraco de sua boca. A ajudei a a se levantar, com dificuldade ela caminhava ao meu lado.

— Desculpa a demora Ana. — falei.

— Está tudo... bem — Ela falava com sua voz doce e fraca — eu sabia... que você... viria.

— Isso é tudo culpa minha.

— Não... se cobre tanto, Nick.

— Lukas, preciso que tire a Ana daqui o mais rápido possível e em segurança. Ela está muito fraca, precisa de cuidados o mais rápido possível. Helena vai te ajudar, e eu vou encontrar o Jorge. Nos encontraremos novamente na colina, o Martins já deve está esperando por nós.

O Dia Z: O Prelúdio Do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora