Capítulo - 25

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Dia 32

As hordas de zumbi continuavam a se espalhar por todas as direções. Um comportamento aleatório e imprevisível. Uma delas, com centenas de zumbi, se deslocava em nossa direção aos poucos.

Lukas e eu vigiavamos a movimentação das hordas. Apesar de serem lentos, se aproximavam rapidamente de onde estávamos. Precisávamos pôr em ação o mais rápido possível o plano de resgate de Ana. 

Deitados no chão, no alto da clareira, observamos com dificuldade o que acontecia no clube de tiro. Luiz foi o único a sair do prédio com mais frequência. Mesmo a distância, podia ver a irritabilidade em seus gestos. Ele estava ainda mais explosivo e parecia estar irritado com algo.

Ao meio dia, quando o sol atingiu o ponto mais alto no céu. Vimos uma discussão de Luiz e Alex. Eu pagaria caro para ouvir aquela conversa, seria útil para colocar um contra o outro. Mas derepente a briga cessou. Alex usava um aparelho (um rádio?) e parecia estar irritado com o que ouvirá,  tanto que jogará longe seja lá o que era aquele aparelho. Parece que nosso pequeno traidor está tendo um dia difícil.

Lukas e eu nos comunicavamos apenas pelo olhar. Sabíamos que algo estava errado entre eles e que isso poderia ser nossa carta na manga caso nosso plano falhe.

Jorge chega e nos alerta que a horda estava se juntando a outra. Centenas de zumbis vinham em nossa direção, o que me preocupava, ao cair da noite os primeiros começariam a chegar. Quatro horas, era tudo que tínhamos para resgatar Ana e sair dali. Se ainda existe um deus por ai, que ele nos ajude.

                              ( ... )

A noite chegou rápido. Era hora da operação de resgate começar. Martins  ficaria na clareira com o carro para a fuga, Lukas e Helena ficariam na retaguarda, enquanto eu e Jorge avançariamos lentamente usando as sombras da noite para nos infiltrar, resgatar e sair sem ser visto ou precisar  lutar. Não sabíamos se ele tinham armas lá.

A entrada do local era composta por um enorme portão de metal preto e cercado por muros de tijolos ja envelhecidos. O local era seguro e protegido dos curiosos que passavam por ali. Porém existia uma falha nos muros, o apocalipse não permitira a conclusão da obra, o que deixava uma abertura gigantesca de uma construção inacabada.

Adentramos lentamente no clube de tiro. Tudo era silencioso demais. Helena se posicionara atrás de uma árvore com um tronco acinzentado e galhos frondosos, o que projetava uma sombra densa escondendo Helena do campo de visão de qualquer inimigo.  Fora dos muros, ela ficaria ali para nos alertar do perigo das hordas de mortos-vivos que se aproximavam. Lukas se posicionou na guarita dos guardas que um dia vigiaram aquele lugar, enquanto Jorge e eu nos preparavamos para entrar no prédio.

O clube de tiro era composto por um prédio pequeno com uma recepção, algumas outras salas e corredores que se conectavam com os galpões em que ficavam os estandes de tiro.

A fachada de vidro da recepção apresentava manchas de sangue por toda parte, além da poeira, dentro do prédio haviam sinais de combate. Tudo parecia montado para um filme de terror, mas aquele cenário era real e ainda me assustava. Talvez eu nunca me acostume com tudo isso, engulo em seco e avalio os arredores buscando uma forma de entrar ali . A porta principal estava bloqueada.

Jorge faz um sinal com a mão indicando algo do outro lado em que estávamos. Era uma luz, um feixe de luz vindo pelos corredores. Rapidamente nos escondemos atrás da parede e observamos em silêncio. Passos, lentos e compassados, em seguida a porta de vidro reforçado se abre e a figura de um homem surge. Era Luiz, um cigarro em mãos, em sua cintura uma pistola e na outra o que parecia ser um rifle.

O Dia Z: O Prelúdio Do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora