Capítulo 18

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Dia 28 - Parte 2

Os passos antes arrastados, agora se agitavam rapidamente. O grunhido bizarro da criatura a minha frente, que estava presa dentro do carro, atrai os outros até mim. Levanto rapidamente, pegando o machado que havia deixado cair, e saio em busca dos outros.

Minha respiração falha algumas vezes, sinto meus batimentos cardíacos cada vez mais rápidos. O desespero ameaçava tomar conta de mim mais uma vez. Não conseguia ver onde os outros estavam. Nos separar foi uma péssima ideia. De onde essa horda de zumbis saiu?

Sem opções, recuo cada vez mais de encontro a Alex e as meninas. Sinalizo para Alex que observava de longe. Aparentemente ele entendeu o perigo, pois retornou para dentro da picape.
Os grunhidos ficam mais próximos, pela esquerda um deles me surpreende, era um homem de meia idade com a roupa suja de sangue seco e ferimentos por todo o corpo. Um dos seus braços estava com todos os músculos rompidos e ele não conseguia o mexer.

A criatura avança sobre mim, o acerto com um chute em seu peito que a faz cair. Com o machado acerto seu crânio com um golpe forte o suficiente para o sangue espirrar contra mim e deixar o machado preso em seu crânio. A adrenalina fazia minhas mãos tremerem. Eu tinha dificuldade em remover a minha arma da cabeça do zumbi.

O sangue se espalhava formando uma mancha vermelha escura pelo asfalto. Os olhos vazios e brancos como o leite me encaravam a cada movimento que realizava para desprender minha arma.
Apoio o pé no que sobrara do peito daquele homem e puxo com força. Por fim ele se desprende e, ao mesmo tempo, ouço um estalo seco e sinto meu pé afunda um pouco na caixa torácica daquela criatura. Por impulso, recuo para trás descuidadamente a passos tropegos.

Sinto um corpo bater contra minhas costas. Assustado e por impulso, ergo o machado e me viro rapidamente.

— Calma, sou eu, Lukas! — Ele fala assustado. Seus olhos pareciam saltar de sua face.

— Porra, quer me matar de susto? — Pergunto, enquanto recupero o fôlego.

— Você que quase me matou, literalmente. Mas que merda aconteceu aqui?

— Tem uma "manada" mortos-vivos, é isso que aconteceu, agora corre.

— Jorge, ele estava mais a frente com os outros. Não os vi depois que os zumbis começaram a aparecer. — Lukas fala enquanto andamos abaixado o mais rápido possível por entre os carros.

— Eles vão ter que se virar sozinhos. Não temos o que fazer agora, a não ser sobreviver.

A multidão de mortos-vivos atrás da gente avançava em nossa direção com seus grunhidos estridentes e a passos arrastados e ligeiramente enganosos. Sua lentidão às vezes parecia não existir. Um grito, ouvimos um grito. Olho rapidamente na direção da voz desesperada que gritava por ajuda.

Os gritos fizeram a horda se dispersar pelo local, alguns seguiam em nossa direção. Porém a maioria, atraída pelos gritos, retornava por entre o cemitério de carros. Mas que merda, mais uma vez estávamos completamente fodidos.

Por fim chegamos na picape, onde se encontrava Ana e os outros. Eles estavam abaixados dentro da picape. Sinalizei para permanecerem assim. Retirei da minha mochila a arma que tinha de reserva.

-— Toma, já está destravada. Basta apertar o gatilho e soltar rapidamente. — Falo para Lukas.

— Mas eu nunca atirei antes. Vou apenas desperdiçar a munição.

— Então não tem situação melhor para aprender.

— Mas o que vamos fazer com isso? Não dá pra matar essa horda com duas pistolas.

O Dia Z: O Prelúdio Do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora