Girei a maçaneta da porta e entrei com ansiedade em saber exatamente que assuntos Paola tinha para ser tratados com meu namorado com tanta urgência, que ela não poderia esperar uma outra hora. Eu nem tive tempo para tentar adivinhar ou chutar as possibilidades, mas o que quer que tivesse passado pela minha cabeça, eu desconfio que nem se aproximaria da realidade desta cena: Paola estava chorando tão descontroladamente, sentada no pequeno sofá da sala que até mesmo eu me preocupei.
-Você está bem? -Pergunto cautelosa com receio em me aproximar. Ela me olha e eu consigo notar o desgosto em seu olhar, ela não esperava que eu fosse recebê-la.
-Eu preciso do Matteo. -Ela funga e me encara. Por um momento para de chorar e eu suspeito que não seja um choro completamente real.
"Preciso do Matteo" três palavrinhas aparentemente inofensivas, mas que fizeram meu estômago revirar.
-Ele não pode te atender agora, está em reunião. -Qualquer que seja a futilidade que a trouxe até aqui hoje terá que esperar. Não deve ser um assunto importante ou em relação aos pais de Matteo já que se fosse o caso, eles ligariam sem hesitar.
-Você não está entendendo, eu preciso dele aqui, é muito importante! -E ela volta a chorar, uma cena que não me comove nem um pouco desta vez.
-Se puder me adiantar o assunto, talvez eu possa...
-Não, eu não posso te adiantar o assunto. Quer saber? Eu mesma vou até ele. -Ela se levanta e antes que ela possa passar pela porta, eu cruzo e paro em sua frente, impedindo que ela saia. -Saia da minha frente, eu preciso ver meu primo. -Ela pede, o rosto molhado.
-Como eu disse: ele não pode atendê-la agora. -Eu insisto.
-Você acha que está falando com quem?! -Ela aumenta o tom de voz inesperadamente.
-Bom, você está falando com kayla Russell, braço direito do chefe desta empresa e com a autorização que eu tenho, estou te dizendo que agora não é uma boa hora! -Apesar de querer gritar ainda mais alto que ela, eu mantenho meu tom de voz calmo e baixo.
Paola estreita os olhos e está perto de retrucar quando Matteo abre a porta.
-O que está havendo aqui? -Ele pergunta visivelmente irritado. -Deu para ouvir os gritos da sala de reuniões. -Ele reclama.
Paola então volta a chorar no instante seguinte, é patético o quanto aquele choro desesperado soava falso. Mas parecia não soar falso o bastante para Matteo que caiu como um patinho e abriu os braços para recebê-la.
-O que aconteceu? -Ele pergunta para ela, que tenta responder alguma coisa, mas tudo o que sai de sua boca, são sons de desespero em meio ao choro. -Tudo bem, Kayla, vá até a sala de reuniões e dispensa o Sr. Ramirez. Diga que surgiu uma emergência e que eu entro em contato com ele depois.
-Tem certeza disso? -Eu pergunto, ele não quer que eu vá até a sala e seja obrigada a trocar palavras a sós com aquele nojento. Quer?
-Sim. Peça também para Emma trazer uma água com açúcar. -Ele pede por fim, acariciando os cabelos louros da prima.
-Sim senhor. -Digo enfatizando a segunda palavra, saindo da sala fechando a porta atrás de mim.
-O que houve? -Emma curiosa me esperava ao lado de fora.
-Nada. Leve um copo de água com açúcar para acalmar a moça, eu vou até a sala de reuniões.
Deixando Emma para trás, eu respiro fundo enquanto marcho em direção a porta. A abro e o nojento mexia no celular distraído, só de olhar para ele meu corpo inteiro fica em alerta, mais precisamente meu estômago que gira feito uma roda-gigante.
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Meu Chefe⚘ -Livro 1 & 2 (FINALIZADA) ✔
RomantikEstava tudo indo bem na vida da jovem Kayla Russell, de 27 anos. Morava em uma boa casa alugada, localizada a menos de uma hora da importante empresa de arquitetura em que trabalha. Empresa essa, dirigida por Matteo D'Angelo. Seu chefe era cinco an...