Parte 11

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Algumas semanas haviam se passado desde a provocação na sala de reuniões. Matteo tentava se controlar mais, enquanto Kayla, não facilitava nada para o pobre coitado. Ela o provocava sempre que podia, usando frases de duplo sentido e tudo o que viesse em sua cabeça, que fosse fazê-lo perder as estribeiras. Na maioria das vezes, dava certo. Como na última vez...

Foi ainda nessa semana, na quarta-feira chuvosa. Kayla teve que ir até a esquina da rua da empresa, e acabou se molhando. Quando voltou, ela se dirigiu ao banheiro de sua sala e mandou uma mensagem para o celular dele - sim, ela havia pego mesmo sem autorização, o número dele quando vasculhou sua sala em uma de suas saídas. Enfim, na mensagem, ela dizia ser uma emergência, que havia caído no banheiro. Preocupado, Matteo se dirigiu às pressas até a sala da, para socorrê-la.

Ao chegar lá, ele desejou nunca ter saído de sua sala. Srta. Russell estava seminua, vestida apenas de sua lingerie vermelha, rendada, enquanto secava suas roupas na secadora do banheiro. Matteo ficou petrificado diante da cena por um momento, mas sabendo perfeitamente que ela não cederia, que era apenas mais uma de suas provocações, ele respirou fundo, se virou e saiu dali emburrado, deixando Kayla gargalhando para trás.

Kayla fora estratégica, aproveitou um momento em que Emma não tivesse, assim não teria que explicar o porquê de seu chefe passar correndo para a sua sala preocupado, e sair momentos depois, irritado.

...

Srta. Kayla Russell

Atualmente, é sexta-feira, dez horas e dezessete da noite e eu finalmente estava indo embora. Acabo de entrar no elevador, e pouco antes do mesmo se fechar, Matteo entra.

-Chefe. -Eu sorrio.

-Não comece, por favor, é sexta-feira. Você vem me provocando há dias, eu estou cansado e minhas mãos não aguentam mais me aliviar, enquanto era a senhorita quem deveria estar fazendo isso. -Ele desabafa me fazendo rir.

-Eu só ia dizer "boa noite" e desejar um bom fim de semana. -Digo fazendo ele se calar. As portas do elevador se fecham e o mesmo começa a descer.

-Se queria fazer eu me arrepender, eu informo que já estou arrependido. -Confessa.

-Do quê exatamente? Pergunto sem olhá-lo.

-Sabe exatamente do quê. -Ele diz, era difícil para ele admitir, sempre fora orgulhoso.

-Não, eu não sei. -Decido testar minha sorte. Ou ele admitiria logo que foi um completo babaca quando me dispensou com descaso, ou iria continuar naquele joguinho de meias palavras.

Eu me virei para ver a cena, ele respirou fundo e chegou até a abrir a boca, mas a fechou assim que meu celular começou a tocar na bolsa. Eu revirei os olhos antes de revirar a bolsa para tentar atender à tempo quando, enfim, eu consigo. Vi logo que o número era da clínica onde meu pai está internado, então atendo preocupada, já que não era comum me ligarem nesse horário.

Sr. Matteo D'Angelo

Eu juro que eu teria dito o que ela tanto queria ouvir se não fosse aquele celular tocando, e graças a Deus, ele tocou. Me salvou prestes a cometer um erro.

Ela falou pouco ao celular, mas antes disso, as portas do elevador se abriram. Nós descemos, ou melhor, eu desci já que ela ficou distraída ao telefone, eu tive até que segurar as portas antes que se fechassem de novo. Só então, ela desligou o celular e saiu da caixa de metal.

-Houve algum problema? -Pergunto, notei o quanto ela ficou aérea desde que recebeu a chamada, ela sequer tinha ouvido minha pergunta, até eu ter que repetir.

Meu Chefe⚘ -Livro 1 & 2 (FINALIZADA) ✔ Onde histórias criam vida. Descubra agora