A Festa

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-POV Maxwell Cross –

Pelas próximas duas semanas, trabalhei com o novo sentimento queimando em meu peito como uma brasa que nunca soube que estava dentro de mim. Algo que crescia devagar e sem que eu percebesse.
Ela era tudo que eu pensava manhã, tarde e noite. E isso era enlouquecedor.
Encontrava Alexa vezes demais para que minha mente tivesse uma pausa e não pensasse nela, ou em como era estar com ela sem ouvir aquela boquinha linda falar de algo além dos negócios da minha empresa.
Ela era boa.
Merda, ela era a melhor que já tinha visto em toda minha vida.
E alguns dias atrás, descobri de onde vem tudo aquilo nela quando conheci a rainha.
Sophia Blackwell era quase a imagem perfeita filha a não ser pela cor do cabelo de Alexa que era bem mais claro. Ver as duas juntas era algo incrível, era claro que eram da mesma família, mas não tão claro assim que eram mãe e filha.
Sra. Blackwell era a Primeira dama perfeita.
Tudo que minha mãe nunca foi, mas sempre sonhou em ser.
Ela era interessada e realmente sabia do que estava falando.
Estar com o trio em uma sala era como entrar dentro de conto de Hollywood. Eles eram tão perfeitos um pro outro que parecia até mentira que uma família como a deles realmente exista na vida real e que não seja tudo uma bela jogada de marketing dos agentes dela.
Mas como dava claramente para ver, era tudo muito real com eles.
Alexa tinha a beleza da mãe, o cérebro do pai e o carisma dos dois juntos. Eles eram o trio perfeito e pela primeira vez, quis saber como era estar dentro de uma família de verdade como eles eram e não escondiam isso de ninguém.
Ver esse lado de Alexa me fez ficar ainda mais curioso sobre ela. Ao ponto de não pensar só no quesito físico de ter aquela mulher espetacular na minha cama, o que pra mim, que nunca me interessei em ter alguma coisa fora do contato físico e sexual, era assustador.
Queria realmente tirar um tempo da minha vida e sentar com ela em algum lugar com comida e vinho bom pra saber de tudo sobre ela. Sobre tudo que fazia de Alexa Blackwell quem ela realmente era.
Sem filtros, sem mentiras, sem máscaras.
Só nós dois.

"senhor? Está me ouvindo?" – saio do meu transe para me deparar com a imagem do meu secretário me olhando de um jeito estranho, como se eu estivesse sonhando com flores e lacinhos rosa.

Limpo a garganta e me ajeito na cadeira de coro.

"sim?" – ainda me olhando estranho ele balança de leve a cabeça

Trey: o convite do baile de arrecadação da fundação Blackwell – ele diz me entregando o convite enfeitado com branco e dourado.
Tinham informações simples no convite, nada que me fizesse acreditar que aquela não seria uma festa como qualquer outra das que eu tanto desprezo.

Max: e por que está me entregando isso? – pergunto entediado girando o papel cartão entre meus dedos.

"Sr. Blackwell que pediu para entregar e disse que aguarda sua presença no baile desse ano" – reviro os olhos deitando a cabeça no encosto da cadeira.
Nada melhor do que uma festa inútil para encerrar meus eventos da semana em grande estilo. 

-POV Alexa Blackwell -

Não tinha nada de novo esse ano.
A decoração era quase a mesma em branco e dourado, as pessoas eram as mesmas de sempre assim como todo o resto ao meu redor.
Mas ainda assim, algo esse ano parecia diferente de todos os anteriores.
Meus pais fundaram a fundação Blackwell para apoiar a causa de crianças que sofriam com câncer e não tinham condições ou nem mesmo o apoio emocional para lidar com algo desse tamanho.
Nós dávamos tudo de graça, desde tratamento até terapia. Esse era o único dia no ano em que todos nos juntávamos e dávamos nossa total atenção aos pequenos guerreiros e suas famílias.
Recebíamos doadores, muitos deles, na verdade. Isso me deixava feliz, ver as pessoas se importando e querendo saber do nosso trabalho.
Sempre fui envolvida com o que meus pais e a equipe médica faziam com os pequenos. Alguns deles, como Lila, uma moça que tinha agora a minha idade, eu conhecia desde o primeiro mês que começamos com isso.
Ela era incrível, uma verdadeira guerreira que lutou para ter um futuro brilhante como o meu.
Fomos em faculdades diferentes, mas sempre mantemos contato. Ela estava estudando para medicina e agora estava na reta final da faculdade começando a estudar para fazer a residência em um dos melhores hospitais pediátricos do país.
Ela era uma das minhas melhores amigas, com certeza, e eu me orgulhava de tê-la por perto, apenas a uma ligação de distância.

"você está distante hoje" – ela diz me cutucando. O vestido vermelho acentuava suas curvas e ela estava um arraso hoje, mais do que o normal, na verdade.

"impressão sua, estou bem." – Digo sorrindo ajeitando meu próprio vestido (155) (70)

"é por causa do CEO gostosão, não é?" – franzo o cenho para ela que apenas ri e responde minha pergunta silenciosa – "sua mãe falou sobre ele no salão hoje, me mostrou umas fotos" – fecho os olhos gemendo quase em agonia.
Às vezes minha mãe era demais.

"não é nada, ele é só um cara com quem eu nunca me envolveria fora do trabalho. Somos diferentes demais, ele é exatamente o tipo de cara que quero longe de mim." – Lila me encara, os olhos azuis apertados e um sorrisinho esperto no rosto.

"então tá" – ela diz suavemente e vira a cabeça para frente onde as pessoas começavam a lotar o salão e as mesas pouco a pouco, todas vestidas com roupas caras, as melhores joias e melhores sapatos.
Não me importava com o jogo de poder enquanto o dinheiro deles fosse para a conta da fundação e pudéssemos fazer nosso trabalho como sempre fazíamos.
Depois de alguns minutos de conversas entre os convidados, encontro meus pais com Henry ao seu encalço. Ele ficava extremamente lindo vestindo o terno de três peças preto com a gravata borboleta.
Meu irmãozinho era quase uma réplica do meu pai, por incrível que pareça. Desde os olhos até o jeito de falar e as expressões faciais, a única coisa fisicamente diferente entre os dois era a cor do cabelo que Henry puxou da minha mãe. As mexas escuras e lisas que caiam por sua testa normalmente estavam em um topete muito estiloso.
Ele parecia um pequeno adulto, mas assim que me viu veio correndo e me abraça apertado como sempre fazia, tirando de mim um sorriso enorme.
Meus pais também abrem um sorriso para mim e cada um me cumprimenta com um beijo e um abraço.
A essa altura todos já olhavam para nós. Alguns espantados pela demonstração pública de afeição, outros já acostumados a visão de nós quatro juntos sempre como um time unido.

"sabia que esse vestido ficaria um arraso em você, pensei assim que o vi no set" – olho séria para minha mãe que ri dando de ombros fazendo os olhos do meu pai brilharem como sempre acontecia quando olhava para ela sorrindo.
E sempre aquecia meu coração.

"onde estão as crianças?" – pergunto olhando em volta vendo apenas as famílias espalhadas pelas mesas conversando entre si.

"estão se todas no jardim conversando e brincando, acabamos de vir de lá onde uma certa pessoa quase tropeçou e caiu de cara na terra para o terror da mãe" – meu pai diz olhando para Henry que apenas dá de ombros sorrindo sapeca como sempre. Somente por esse pequeno detalhe eu sabia bem demais que ele daria um belo trabalho quando crescesse mais.

"já pedi desculpas, e além do mais nada aconteceu, eu estou lindo como sempre" – ele diz dando de ombros e o que posso dizer? A autoestima dele é algo tão natural quanto respirar.

"vamos circular pelo bem da festa" – minha mãe diz ainda risonha pela fala do filho.
Com isso, entrelaço minha mão na do meu irmãozinho e começamos nosso pequeno tour pelo salão já completamente cheio. 

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