Novo emprego, nova Alexa

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- POV Alexa Blackwell –

São Francisco era mais barulhento do que eu me lembrava.
tudo bem, talvez todas as vezes que vim pra cá fiquei tão maravilhada com o enorme prédio de 37 andares da Blackwell Interprises, depois focada demais nos meus estudos não tenha tido tempo para prestar atenção nos barulhos ao redor.
Passar a maior parte da minha vida no Vale do Silício com certeza contribuía com esse fato. Vim em São Francisco mais vezes do que posso contar, mas ainda assim, nunca tinha realmente tirado um tempo e parado para escutar os sons ao meu redor. Nunca tive esse tempo, na verdade.
Meu apartamento estava vazio ainda, nada além de caixas espalhadas pela sala enorme e pelo meu quarto.
As vezes sinto que foi um erro escolher um lugar tão grande para morar sozinha com meu cachorro. Mas assim que olho para frente e vejo a vista maravilhosa das luzes da cidade, o barulho do trânsito a andares abaixo de mim e a Golden Gate enorme e orgulhosa, eu me lembro exatamente do porque me apaixonei por este apartamento em primeiro lugar.
Max está deitado na sua caminha como de costume apenas me olhando desfazer as caixas com meus pertences. Foi um enorme custo convencer meus pais a me deixarem trazer ele comigo para cá, mas no final consegui o que queria.
Tenho meu bebe desde os dez anos, ele sempre foi melhor amigo além do meu irmãozinho Henry que quando nasceu ainda era pequeno demais para todas as coisas que eu queria fazer com ele.
Todos ainda ficam impressionados de mim e Henry sermos tão próximos mesmo com toda nossa diferença de idade, mas o que posso dizer? Eu o quis mais do que qualquer outra coisa na minha vida e quando finalmente ganhei meu bebe, nunca mais quis largar para fazer nada.
Sempre fui acostumada com ter minha família bem pertinho de mim, além é claro, de toda a atenção que sempre recebo da mídia. Então não posso nem começar explicar o quanto me sinto sozinha e triste em um apartamento de quase dois milhões de dólares que meu pai me ajudou a comprar.
Ele insistiu várias vezes para eu viver na nossa casa mesmo aqui na cidade, assim eu me sentiria em casa em um local familiar que conhecia desde criança.
Mas a necessidade de ter algo só meu falou mais alto.
Apesar de ele precisar me ajudar a pagar pelo lugar, o que ele fez com toda a felicidade do mundo, eu sentia que aqui era um lugar meu em que eu podia dar o pontapé inicial na minha vida aqui.
Fechei os olhos por um instante e suspirei.
Nova vida, novo emprego, Nova Alexa.
Eu só esperava que fosse tão bem quanto eu queria que fosse

Alexa: acha que vamos nos dar bem aqui, Max? – perguntei ao meu peludinho. Ele passa a cabecinha na minha mão querendo mais carinho.
Isso tira um sorriso do meu rosto – tudo vai funcionar, não é? Tenho o emprego que sempre quis desde pequena e consegui ele sem a ajuda de ninguém apesar de ser na empresa que vou herdar. Vou chefiar um departamento todinho e ainda nem tenho 22 anos – ele late parecendo tão animado quanto eu desse fato.
Com certeza terminar a escola e depois a faculdade um ano mais cedo que os outros me deu muitas oportunidades inesquecíveis, mas a melhor delas foi, com certeza, trabalhar com meu pai na Blackwell Interprises. Sempre o admirei muito e para o divertimento da minha mãe, sempre fui sua maior fã.
Ele sempre me levava com ele e desde que me entendo por gente, estava zanzando pelos corredores do enorme prédio de 37 andares da BWI. Sempre fui muito curiosa, sempre quis saber sobre tudo que acontecia lá e por ser a filha do chefe, todos tiravam do seu tempo para me explicar cada coisinha que eu perguntava.
Mas foi quando encontrei aqueles dois andares do departamento de marketing que me apaixonei perdidamente. Ali eu tive o prazer de crescer assistindo pessoas geniais trabalhando e tendo ideias incríveis mesmo, aquelas coisas que você vê em anúncios de TV e fica se perguntando "como diabos alguém foi criativo o suficiente para pensar em fazer algo assim?" decidi já muito cedo que era aquilo que eu queria fazer e que a BWI era onde eu queria trabalhar.

Alexa: acho melhor irmos pra cama, dia cheio amanhã – ele late como se estivesse concordando comigo e vem caminhando devagar ao meu lado até alcançar meu quarto, o cômodo que tinha uma visão tão linda quanto a da sala e na minha opinião o mais aconchegante até agora.
Talvez seja pelo fato de ter uma cama onde eu possa dormir ou só ficar deitada até meu cérebro começar a trabalhar, mas não vamos entrar nesse quesito agora.
A cama do meu filhote peludo estava bem do lado da minha. Uma das muitas desvantagens de viver sozinha é o quanto posso me sentir sozinha, então ter meu cachorro ali do meu lado alivia esse sentimento de solidão. Mesmo que ele não consiga conversar comigo, eu conto tudo a ele. É uma ótima forma de tirar tudo que fica engasgado durante uma situação do dia-a-dia.
Quando nós dois estávamos cada um deitados aconchegantes na nossas camas, fechei meus olhos e respirei fundo...
Tudo vai dar certo, Alexa. Confie em si mesma e no seu poder de mudar o mundo ao seu redor. 

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