Encontro pt. 1

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-POV Alexa Blackwell –

Aquela noite quando cheguei em casa, eu ainda estava meio aérea pelo que tinha acontecido na sala de conferencia.
Mais precisamente o que eu tinha concordado em fazer amanhã as sete e meia da noite.

"tudo bem com você? Tá com cara de idiota" – sou desperta pela pergunta fofa do meu irmão e em resposta lhe taco uma almofada – "ouch, mãe!" – ele grita por puro drama esfregando a cabeça com os fios negros lisos bagunçados sobre seu toque

"vocês não dão tempo mesmo, não é?" – ela diz aparecendo na sala ofegante.

"é culpa da Alexa" – ele acusa com o cenho franzido igualzinho ao do meu pai quando faz essa mesma expressão.

"eu sei, amor, é sempre a Alexa que começa" – minha mãe diz abraçando-o de lado e depositando um beijo na testa dele – "agora eu acho que você precisa subir e arrumar a bagunça que seu projeto de história fez na minha biblioteca" – ele resmunga

"a Luna pode fazer isso, por que eu?" – ele diz sentando emburrado no sofá

"porque eu te eduquei pra limpar a própria a bagunça. Agora vai. Pode jogar a vontade depois" – ele solta um suspiro derrotado e cede indo ainda um pouco de cara fechada.
Depois que Henry desapareceu pelo segundo andar, minha mãe correu até o sofá e se sentou ao meu lado com o olhar que eu tanto conhecia.

"ah, meu Deus, você também?" – pergunto coçando a testa e fazendo uma careta

"eu percebi a cara de "idiota" também, princesa. Vai, conta, conta, conta" – minha mãe era basicamente a adolescente de colegial. A única diferença era o marido e os dois filhos. Porque dependendo do jeito que se vestia, poderia facilmente se passar por minha irmã.
Eu sei, muito irritante.
Soltando um suspiro de derrota, eu me recosto no sofá e solto a bomba

"vou sair com Maxwell amanhã" – os olhos verdes dela se arregalam e quando ela solta um gritinho animado eu quase pulo do assento

"agora sim eu to vendo valor. Que hora, onde vão, o que vão fazer?"

"meu Deus respira um pouco. Eu ainda não faço ideia do que vai acontecer amanhã, ele só me disse que me encontraria as sete e meia"

"encontro surpresa, okay, tudo bem" – ela diz balançando a cabeça

"quando você e o papai tiveram o primeiro encontro?" – pergunto curiosa abraçando minha almofada.
Com os olhos brilhando saudosos ela sorri

"fomos em uma hamburgueria em L.A. eu estava gravando lá e seu pai apareceu de surpresa. Estávamos morrendo de saudade um do outro, não precisávamos de nada chique ou planejado. Só nossa companhia mesmo" – ela dá de ombros enquanto parece viajar na memória, o que me faz sorrir também

"estava nervosa?" – ela solta uma risadinha mordendo o lábio

"foi um dos caminhos mais longos da minha vida até aquele restaurante. Tinhamos nos falado todos os dias durante semanas e ainda assim eu não conseguia pensar em nada para dizer naquele momento. Estava extremamente nervosa" – os olhos da minha mãe se encontram com os meus e ela pega minha mão apertando na sua

"espero não estar fazendo merda" – uma risada sai dela.

"todos tomamos más decisões, meu amor. É normal, sem elas a gente não aprende a tomar as decisões certas. Mas se quer minha humilde opinião, eu acho que está tomando a decisão certa" – ela diz com o tom de voz decidido, certo do que estava falando – "tenho uma impressão de que ele não é tão durão e babaca quanto aparenta ser" – ela diz com uma piscadinha que tira de mim uma risada

Bright Side (pt-br)Onde histórias criam vida. Descubra agora