Bright Side (pt-br)

Conectando pt. II

Era mais de meia noite quando Henry decidiu ir para o quarto dormir.
Max e eu, porém, ficamos jogados no sofá da sala conversando sobre nada em específico com Max dog ao nosso pé com a cabeça peluda apoiada nas patinhas.
A casa estava em silencio e minha mente pela primeira vez na semana estava completamente em paz, sem trabalhar a mil por hora para fazer alguma coisa do trabalho ou pensar sobre o homem deitado com a cabeça no meu colo nesse momento.
Suas mechas loiras do cabelo eram sedosas como as de um bebe e eu amava passar os dedos entre os fios agora. Seus olhos brilhavam vivos e lindos mesmo no escuro da sala iluminada apenas por um abajur de luz bem fraca.
A sua voz grossa que interrompe o silencio de alguns minutos

"sempre foi próxima assim do seu irmão?" – sorrio com a pergunta, com a curiosidade em seu tom.

"sim, sempre. Ele foi a única coisa que eu pedia o tempo todos para os meus pais, a única coisa que minha mãe não tinha certeza se queria me dar" – suspiro lembrando vividamente do dia que ela contou que estava grávida no meu aniversário, apenas minutos depois de ganhar meu cachorrinho

"ela nunca quis mais filhos?" – meus dedos enroscavam em seus fios dourados e conseguia ver seus olhos ficando pesados

"acho que sim, mas ela sempre teve muito medo de não ser boa o suficiente para criar a gente do jeito que ela gostaria. Meu pai sempre quis mais depois de mim" – solto uma risada fraca – "é engraçado, antes ele nunca quis saber de ter filhos, depois que reatou com minha mãe era a única coisa que conseguia pensar em fazer " – para minha surpresa ele sorri também

"acho que consigo entender. Se as coisas tivessem dado errado com sua mãe, ele não teria nada, nenhum pedacinho dela para ama-lo incondicionalmente..." – uma pausa breve e um suspiro – "é... definitivamente consigo entender" – a última parte ele sussurra e de repente a pergunta sai da minha boca sem que eu prestasse atenção no que estava falando primeiro

"quer ter filhos um dia?" – saiu de forma suave, acho que por isso teve tanto impacto, pelo menos em mim.
O silencio enche a sala por longos segundos.
"ótimo jeito de se começar um relacionamento, Alexa. Assustando o homem com esse tipo de conversa" pensei comigo mesma.

"um dia, sim" – a resposta veio com a mesma suavidade da minha pergunta. Era um tom de voz que ainda não tinha o ouvido usar, nem mesmo comigo. –" Você?"

"definitivamente sim" – digo sem conseguir conter um sorriso bobo que ele percebe muito bem.

"hummm, achamos o ponto fraco da grande Alexa Blackwell" – o humor na sua voz me encantava de uma forma diferente. Talvez por ser mostrado apenas em situações tão distintas e eu tê-lo ouvido não tantas vezes quanto gostaria.
Amava como ele parecia leve e despreocupado quando falava dessa forma comigo.

"pois é, nessa parte sou bem diferente da minha mãe. Sempre tive instinto maternal, ainda mais depois que Henry nasceu" – ele estende a mão e passa as pontas dos dedos pelo meu rosto devagar. Os olhos ligados aos meus como uma corrente indestrutível que construía uma ligação forte que eu não conseguia mais negar ou fugir dela.
Não tinha para onde correr. Eu estava presa a isso, a ele.
E em nenhum momento, tive vontade de reclamar.
Porque por incrível que pareça eu não estava com medo de me sentir vulnerável pelos meus sentimentos por ele. E talvez isso devesse me assustar mais ainda, mas...
Eu me encontrava estranhamente em paz.

"você vai ter lindos bebes" – sorrio com isso. Com a possibilidade do meu futuro brilhando forte e a certeza que naquele momento eu poderia fazer qualquer coisa que quisesse porque tinha as pessoas certas ao meu lado.

"quer subir?" – uma pergunta simples que continha inúmeras palavras não ditas.
As sobrancelhas loiras se levantaram.

"seus pais não ficariam bravos com a princesinha trazendo um garoto para casa?" – solto uma risada me abaixo para plantar um beijo em seus lábios rosados, lindos e irresistíveis.