Alice

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   Faz cinco dias que eu estou tentando assimilar o que havia acontecido entre mim e Arthur.

   Ainda não acredito que eu correspondia ao seu beijo. Onde eu estava com a cabeça? Arthur é um safado metido a garanhão, que acha que só porque é bonito, todas as mulheres se jogarim aos seus pés.

   Eu não seria hipócrita de dizer que eu não o acho bonito. Mas ele não precisa saber disso...

   Terminei de vestir o uniforme, prendo o cabelo em um coque e passei uma maquiagem leve, apenas rímel, pó e gloss labial de menta.

   Sei que é de criança mas amo o de menta.

   Coloquei umas gotinhas do meu perfume favorito, peguei a chave do meu Range Rover e sai em direção à base Aéria.

                                                                                                      ****

  Hoje o dia no consultório estava atribulado, a todos os pacientes comparecerem as suas sessões de análise, com exceção do Tenente Guerras.

   Eu precisava da assinatura dele para lhe dar alta da terapia, mas parece que ele não quer colaborar comigo.

    O coronel havia solicitado o documento com urgência e eu irei fazer de tudo para entregá -lo até segunda de manhã.

   15 minutos e nada dele, decidi perguntar para minha secretária onde ele poderia estar. Paula deu um telefonema e me informou sua localização.

   Arthur estava malhando na academia da Base. Peguei a pasta e sai em disparada até lá. Não estou preparada para velo de novo, mas preciso...

    A academia estava movimentada e alguns oficiais se exercitavam ao som da música ambiente. Caminhei um pouco mais para dentro e vi Arthur fazendo levantamento de peso. Respirei fundo e me aproximei sobre os olhares curiosos das pessoas que estavam ali.

    E não era para menos, afinal eu era a única de uniforme e salto alto que a cada passo fazia barulho.

    --Tenente Guerras._O chamei mas como ele estava muito concentrado em sua atividade, Arthur não me viu chegar ou fingiu que não viu. Consequentemente não me ouviu o chamar.

  Minha paciência já estava no limite com ele.

    --Tenente Guerras, eu preciso falar com o senhor agora!_Minha voz saiu mais alta do que imaginei que sairia, consegui a atenção de Arthur mas também de TODOS que estavam lá.

   --Boa tarde, tenente. Em que posso ser útil?_Ele perguntou de maneira formal. E se levantou indo para o fundo da academia.

   Ele usava uma calça verde escura, a maldita regata branca de treino que deixava seu peitoral em evidência e a bota de couro nos pés.
   Por longos segundos observar Arthur bebendo água.

   Seus bíceps bem torneados, a pele levemente bronzeada, o tanquinho que se formava sobre o tecido fino daquela regata.

  Fiquei o olhando mais tempo do que eu achei que tinha ficado, pois quando eu voltei a me concentrar de novo no que vim fazer e olhei para seu rosto, seus olhos azuis tinham um brilho intenso.
   Ele estava me olhando com luxúria e um desejo que emanava de seu corpo másculo ele tinha aquele sorrisinho de cafajeste nos lábios que eu gostava tanto de ver seguido das covinhas.

QUE EU GOSTAVA DE VER?? Da onde eu tirei isso? Credo.

    --Tenente, o que quer falar comigo?

    --Bem... É... Eu... _Fechei os olhos respirei fundo e me recompôs e disse.
 
    --Tenente o senhor não foi a minha sala hoje, então vim aqui pois o senhor precisa assinar alguns documentos para que eu entregue ao coronel.

Prazeres. Livro 1 da Trilogia Julgamento.Onde histórias criam vida. Descubra agora