Terminei o treino tático muito inquieto e irritado. Estava atravessando a pista de pouso e decolagem, com meu capacete na mão, quando Davi me alcançou irritado.
--O que foi aquilo lá em cima, lince? Ficou louco?_Pergunta.
--Foi uma manobra diferente, coiote._Chamei pelo seu codinome, dando de ombros como se aquilo não tivesse importância.
--Ei, Arthur! O que está havendo com você? Quer levar outra advertência?_Ele agarrou meu braço, fazendo com que eu o encarasse.
--Davi, não se preocupe. Não vai acontece de novo.
Ele balançou a cabeça, negando. Davi era muito responsável, eu tinha orgulho dele e não queria prejudicar a sua carreira nem a minha agindo por impulso.
O que estava me deixando inquieto era o fato de o coronel ainda não ter me chamado para falar sobre o parecer da Alice. Ele sempre conversa comigo, mas até agora nada, vai fazer 2 semanas já.
--O coronel falou com você?_Perguntei enquanto caminhávamos até o elevador.
-- Ainda não. É isso que está tirando o seu sossego?
--Uma das coisas é sim. A outra usa saia e tem um gênio forte._Resmungo, fazendo uma careta, Davi começou a rir.
--Eu sabia que tinha mulher no meio. Tenente Macedo está tirando você do sério._Ele fala e continua rindo.
--Lince, eu nunca vi você assim antes. É hilário.
--Vou pegar aquela marrentinha de jeito. Você vai ver.
Paramos em frente ao elevador e não demorou muito para que a porta se abrisse. Alguns oficiais saíram e junto com eles estava Alice.
Quando me viu, pude ver que prendeu a respiração e arregalou os olhos. Eu a encarei bem sério, postura tesa e semblante neutro. Alice me olhou também, analisando o meu corpo coberto pelo macacão de vôo. Ela sorriu e mordeu o lábio inferior e pude ver seu rosto ficar levemente vermelho.
Gostei da reação dela e não pude deixar de sorrir. Eu a afetava, e isso era bom.
--Tenentes!_Ela bateu continência para mim e para o Davi, que agora estava sério.
Devolvemos o cumprimento e ela saiu, dando as costas para nós. Observei por alguns segundos o balançar de seus quadris e a excitação de sinal.
Respirei fundo e entrei no elevador. Davi me seguiu.
Quando as portas se fecharam, ele caiu na gargalhada de novo. Era um filho da mãe mesmo.
--Eu achei que vocês fossem se atracar na minha frente... Ela te comeu com os olhos.
--Como eu disse Davi, a marrentinha está no papo._Pisquei um olho de um jeito safado.
Deixei a Base Aeria e fui direto para a casa dos meu pais. Fazia algumas semanas que eu não aparecia, e minha mãe estava me cobrando uma visita.
Segundo ela, meu pai senti a minha ausência. Eu Tam bem estava com saudades, então aproveitei a tarde livre para ve-los.
--Filho, eu senti sua falta!_Disse minha mãe, dona Lúcia, me recebendo com um abraço de Urso porém carinhoso.
--Eu também estava com saudades mãe._Falei entrando em casa abraçado com ela, fomos direto para a parte de trás da casa.
Lá encontramos meu pai sentado, lendo o jornal. Quando ele me viu, me olhou por cima dos óculos de grau, me analisou dos pés a cabeça.
--Vitor, olha quem veio nós ver._Anunciou mamãe, toda alegre de braços dado comigo.
--Até que enfim, Arthur!_Resmungou ele, se levantando e vindo até mim para me abraçar.
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Prazeres. Livro 1 da Trilogia Julgamento.
RomanceAlice Gabrieli é psicóloga da (FAB FORÇA AÉREA BRASILEIRA) dedicada, determinada e audaciosa. Uma mulher com o gênio forte, decidida sabe o que quer da vida, tem os dois pés no chão, e que nao se deixa abalar por qualquer coisa. Um dos primeiro...