Liberdade

17°

BR: tá porra- fala na porta da cozinha e eu já me separo do Perigo num pulo- cacete- fala nos olhando assustado
Eu: sem drama BR, vai dizer que tu nunca beijou alguém na sua vida- falo arrumando o meu cabelo e saio lindíssima da cozinha voltando para a lage lindíssima.

Leonardo Martins:

BR: quanto tempo eu dormi?- pergunta e eu dou de ombros
Eu: deixa de graça vai- falo montando o meu copo e ele da risada
BR: até que o cês combinam parça- fala e eu olho para ele serinho
Eu: tá de caô comigo né?! Já ouvi aquele ditado, é só um pente e rala- falo e ele me olha divertido
BR: te falo nada, mas quando tu chegar em mim falando que gamou, eu jogo na tua cara essas idéias tuas- fala e eu dou risada negando com a cabeça.

Esse aí é doido viu?! Droga já tá corroendo o cérebro desse aí! É cada coisa que eu sou obrigado a escutar... Eu me apaixonar pela Carolina? Logo pela Carolina? Ai ai viu?! Nasci sozinho e vou morrer sozinho, ter mulher nada nessa porra, tô bem doido.

[...]

Eu: essa carne aí vai demorar Carolzinha?- pergunto e ela apenas dá de ombros.

Carol: depende, se quiser mal passada já está no ponto certo- fala enquanto mexe na churrasqueira.

Eu: eu vou cortando aqui então- falo e já pego o garfo e o facão, corto alguns pedaços de carne e coloco em um pratinho, pego o prato e vou até o BR sentando do lado dele.

BR: cara, vocês dois moram na mesma casa, qual é a chance disso não dar merda? Me diz- fala e eu nego com a cabeça dando um gole do meu copo.

Eu: coração de vagabundo nunca acha dono, mesma coisa ela, começou a conhecer a vida agora, não vai querer se apegar nem tão cedo, se preocupa não, na da Carolina eu não caio não- falo e dou outro gole no meu copo- nunca cai na de ninguém e vou cair logo na da Carolina? Até parece viu?!- falo e ele da risada negando com a cabeça.

BR: tu ainda vai pagar lingua mermão, continua nessa tua que tu logo logo tá aí de quatro por ela- fala e eu nego com a cabeça dando risada.

Ai ai, até parece viu?! Nunca me paixonei por ninguém e vou me apaixonar logo pela Carolina, atá viu?! Atá!

[...]

Mais tarde naquela mesma noite...

Sonho do Leonardo:

BR: cadê a muié?- pergunta quando eu me sento do lado dele com o meu copo na mão.

Eu: tu acha que eu sei aonde aquela maluca se enfiou?

BR: tu tá é fodido mermão, uma mulher dessas do lado é arranjar para a cabeça- fala e eu dou risada.

Carol: cheguei meu bem- fala aparecendo toda perfeita e senta no colo do BR dando um selinho nele.

BR: demorou meu bem- fala e eu olho para os dois apenas estranhando tudo o que está rolando.

Juliana: cheguei amor- fala sentando no meu colo e eu fico mais confuso ainda.

Olho para a Carol que apenas olha para o lado e da um corte no copo dela, porra que ta pegando aqui? oxe!

Carolina Monteiro:

Sonho:

Cesar: te peguei vagabunda, achou que ia conseguir fugir por muito tempo? Você estava enganada filha da puta- fala segurando o meu braço e eu começo a tentar a me soltar desesperada.

Começo a correr pelo o morro desesperada, o meu coração está acelerado, a minha respiração está falha, o medo me corroendo, os meus gritos de ajuda ignorados, será que ninguém está me ouvindo? Eu estou implorando por ajuda, estou implorando por socorro, estou implorando por liberdade... É como se todos estivessem surdos, apenas me encarando confusos e assustados, minhas roupas estão rasgadas, meu rosto coberto de planto e atrás de mim aquele que só tinha um dever na vida, me proteger. Ele me alcança e me puxa para dentro de um beco e segura o meu pescoço.

Cesar: agora você é minha putinha- fala segurando o meu pescoço com força.

Eu: ME SOLTA, SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA PELO O AMOR DE DEUS, POR FAVOR- grito entre as minhas lágrimas e ele aperta o meu pescoço com força.

Cesar: cala a boca vagabunda- fala e me da um tapa estralado no rosto.

Sonho:

Perigo: acorda Carol, vai, é só um pesadelo, não é nada demais, apenas um pesadelo- fala me balançando e eu abro os olhos vendo ele com cara de sono me olhando preocupado.

Eu: eu te acordei? Desculpa- falo me sentando na cama e esfrego o meu rosto secando as minhas lágrimas.

Perigo: de boa, vai para o lado ai vai- fala me empurrando para o lado e deita do meu lado- dorme que não vai rolar mais nada contigo enquanto eu estiver aqui não- fala me puxando para deitar no peito dele.

Ele começa a fazer um cafuné gostosinho e rapidinho eu apago no seu peito.

[...]

Acordo com o meu despertador tocando, levanto da cama já esfregando o rosto, meu Deus do céu, que noite mal dormida foi essa? Eu nunca dormi tão mal assim desde que me mudei, mas enfim, vida que segue.

Me levanto da cama vendo apenas o Leonardo apagado na minha cama, pego a minha toalha, uma muda de roupas e já sigo para o banheiro. Escovo os meus dentes, tomo um banho gostosinho e saio do banheiro enrolada na toalha.

Passo alguns dos produtos corporais que eu já deixo no banheiro, visto uma calcinha de renda branca, um vestido rosa curto, soltinho no corpo, aberto nas laterais e com um leve decote, nos meus pés apenas uma papete rosa com brilho.

Saio do banheiro com a toalha em mãos e volto para o meu quarto, passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo o deixando solto mesmo. Pego a minha carteira e o meu celular, e já saio de casa trancando a porta, indo rumo a padaria aqui do complexo mesmo.

BR: e aí Carolzinha- fala assim que me vê indo rumo a padaria.

Eu: oi meu amor, o que passa?- pergunto e ele dá de ombros.

BR: ressaca das bravas- fala fazendo careta- estou indo lá na padaria comer qualquer coisa com chocolate, bastante chocolate e açúcar, e tomar o café mais amargo possível- fala e eu dou risada da cara dele.

Eu: vai beber mais do que deve vai filho da puta- falo e ele só piora a careta dele.