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No fim de semana:

Eu: para- falo rindo enquanto sinto as suas cócegas.

TT: me obrigue- fala rindo enquanto continua me fazendo cócegas.

Tento de todas as maneiras me soltar dele, mas é completamente impossível, já que ele é claramente bem mais forte que eu. Ele apenas para com as cócegas quando se cansa, e se joga ao meu lado na grama dando risada, e ficamos assim, deitados na grama do nosso sítio rindo sem parar, e a risada dele é o som mais gostoso de se ouvir nesse mundo.

    Mas é como sempre dizem, o que é bom dura pouco, tudo o que nos agrada e nos faz bem, acaba durando menos do que o esperado.

TT: eu não queria nenhum pouco ter que ir- fala e me olha sorrindo- eu vou sentir falta de você- fala e eu já sinto os meus olhos se enchendo de lágrimas, estou ficando sensível demais para o meu gosto, não gosto nenhum pouco disso, odeio ficar sensível e emotiva por tudo.

Eu: eu não gosto de me lembrar que você vai para aquela guerra infernal em São Paulo, Thiago, e eu nem posso ir com você- falo secando a lágrima involuntária que rola pelo meu rosto, ficando ainda mais irritada por estar chorando.

TT: você sabe que não é uma escolha minha boneca, você sabe que é a nossa obrigação agora, e sorte minha que eu consegui fazer com que você fique aqui, você está muito estranha esses dias, não te quero lá no meio de todo esse perigo não- fala e eu confirmo com a cabeça.

Eu: eu sei- falo me sentando na grama e ele faz o mesmo- eu não quero falar sobre isso agora, hoje é um dia feliz, tiramos esses três dias para ficarmos com a família- falo e ele confirma com a cabeça me abraçando e deposita um beijo no meu rosto.

TT: foda que isso vai ter que acabar- fala e olha para um playground que tem bem na nossa frente- já consigo até ver os nossos afilhados brincando ali- fala sorrindo e eu dou risada.

          Apenas para situar, já faz uma semana que estão rolando as pacificações em Paraisópolis, e o TT vai viajar para ajudar eles, vai ele, o BR e a tropa deles, ficando somente eu e os meus sogros no comando da Penha, esses dois últimos apenas para me darem um apoio, já que eu nunca fiquei cuidando do complexo sozinha.

          E se eu já não quero que o Thiago vá, piorou a Cíntia, a minha amiga e o BR estão tentando engravidar, estão morando juntos, construindo uma família, eles querem família completa, com filhos e o que mais tiverem direito, diferente de mim e do Thiago e corremos desse assunto de ter filhos, mão queremos de jeito nenhum.

Eu: ah vai se foder Thiago- falo quando ele faz uma piada sobre nós dois sendo pais, me dá arrepios só de imaginar.

        Ele praticamente morre de da risada, como se a piada dele tivesse sido a mais engraçada desse mundo, só que não foi, Deus me livre de engravidar, de termos um filho, cruz credo e credo em cruz.

TT: vou nem brincar muito com esse assunto, vai que somos contemplados com uma benção dessas- fala fazendo careta.

Eu: aí ai, brinca muito Thiago, brinca muito, se eu engravidar algum dia, te deixo com a criança e vou comprar cigarro, tu que pense que não- falo e ele faz careta.

TT: tu não é doida, vamos começar que já fazemos de tudo para não engravidar, tu só não coloco o DIU ainda porquê a gente tá sem tempo de ver isso ae, mas assim que eu voltar de São Paulo, o nosso assunto já vai ser outro- fala e eu confirmo com a cabeça.

Eu: por favor, eu não vejo a hora de colocar o DIU- falo e olho para ele- meu amor, eu te amo, mas eu não quero ter uma miniatura sua passeando pela nossa casa, eu não vejo sendo mãe, não sei nem se sou capaz de cuidar de outro ser- falo e ele apenas confirma com a cabeça.

       Leves pingos de chuva começam a cair do céu e eu levanto da grama chamando a sua atenção, dou um sorriso divertido e saio correndo fazendo ele dar risada e começar a correr atrás de mim.

TT: eu vou te pegar- fala alto ainda correndo atrás de mim e eu apenas dou risada ainda correndo.

Eu: isso é o que você diz- falo também correndo em direção a casa.

       Adentro a enorme casa chamando a atenção do Tobby, que fica me olhando estranho e depois volta a ficar brincando com o tapete da sala.

     Logo sinto braços enormes rodeando a minha cintura e viro vendo o meu esposo com um sorriso enorme no rosto e o cabelo encharcado por causa da chuva.

TT: eu falei que ia te pegar- fala e me rouba um selinho me fazendo dar risada.

Eu: vem, vamos entrar antes de pegar um resfriado- falo puxando ele para as escadas, ou tentando pelo menos.

TT: espera- fala me puxando para ele- como pode a minha mulher ser linda assim- fala tirando o cabelo bagunçado do meu rosto me fazendo abrir um sorriso maior que o mundo.

Eu: para de coisa- falo e ele dá risada me roubando outro beijinho e mais outro, e mais outro e mais outro- se comporta- falo dando risada e subimos para o nosso quarto logo, antes que alguém chegue em casa.

TT: o jantar hoje é por conta dos maridos né?- pergunta e eu confirmo com a cabeça dando risada.

Eu: sim senhor- falo e ele faz careta e eu puxo ele para dentro do nosso banheiro comigo- vamos tomar um banho quente- falo fechando a porta do banheiro e ele já abre um sorriso todo safado- não senhor, já pode ir tirando esse sorrisinho daí, não é nada disso que você está pensando- falo e ele faz careta me fazendo dar risada.

TT: você não pode dar o doce e tirá-lo da criança logo em seguida Carolina, isso é pecado- fala e eu só dou risada da cara dele mesmo.

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