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Cá estou eu, arrumando as malas do senhor Thiago com a ajuda da Cíntia, o BR veio com a gente e trouxe a Cíntia, ele e o meu namorado estão por aí, soltos no complexo atrás do Perigo, já eu e a dona Cíntia estamos aqui, fazendo a mudança do gato e com a casa cheia de seguranças.

Na minha cabeça mil e uma coisas, um medo entalado no meu coração, uma ansiedade para ir embora daqui logo, as mãos tremendo de vontade de sair dessa casa e ir atrás do meu namorado, eu preciso saber se ele está bem, e principalmente, eu preciso sair daqui logo, eu não consigo passar mais um dia nesse inferno desse complexo.

Eu vivi momentos incríveis nesse complexo, mas os momentos ruins ultrapassam os bons, já na Penha é o contrário, eu vivi apenas momentos bons lá, sei que é cedo para afirmar tal coisa, afinal estou lá só a um mês, não é tanto tempo assim, mas enfim, vida que segue né?!

Cíntia: eu vou ali buscar alguma coisa para comer- fala e eu confirmo com a cabeça.

Eu: só cuidado meu amor- falo e ela confirma com a cabeça saindo do quarto.

Sigo mexendo no guarda-roupas do Thiago, tirando roupas, dobrando roupas e guardando as peças em malas, sigo fazendo esse serviço até encontrar uma caixinha preta de couro, uma caixinha quadrada, algo que com certeza chamou toda a minha atenção.

Abro a caixinha e vejo um anel de ouro, um solitário, com uma pedrinha única em cima dele e algumas pedrinhas menores do lado, o anel é delicado, mas ao mesmo tempo exala um poder que vou te falar, sem falar que é simplesmente a jóia mais linda que eu já vi em toda a minha vida.

Guardo a caixinha na mala, bem escondida entre as roupas e volto ao meu trabalho, se ele nunca me falou desse anel só tem duas explicações, ou ele quer fazer uma surpresa para mim, ou simplesmente não era para eu saber desse anel, então vou fingir que nunca vi essa caixinha na minha vida, independente de sermos um casal, ainda precisamos de privacidade, o mínimo né?!

Perigo: o seu maridinho te deixou sozinha?- escuto a voz do Leonardo e já sinto um arrepio percorrendo a minha espinha.

Eu: o que você está fazendo aqui?- pergunto virando de frente para ele assustada, eu não sei porquê, desde aquele dia que eu vi o Leonardo matando a amiga da Érica, que eu sinto medo apenas de pensar nele.

Perigo: eu vim ver a minha mulher, não posso mais?- pergunta se aproximando mais de mim e eu já começo a me afastar dele.

Eu: eu não sou mais a sua mulher a muito tempo- falo e ele apenas da risada.

Perigo: você sempre vai ser a minha mulher, diferente do TT, você nunca vai ser dele Carolina- fala me puxando para ele e eu já começo a estapear ele, na tentativa de me soltar do seu aperto.

Eu: me solta Leonardo- falo me debatendo na tentativa de me soltar.

Perigo: eu vou te fazer lembrar o porquê você se tornou minha mulher- fala me empurrando na cama e já vem subindo em cima de mim.

As suas mãos vão passando pelo meu corpo, os seus beijos se espalhando meu corpo, eu me debato tentando me afastar dele, tentando sair de suas garrar, eu grito pedindo socorro, imploro aos céus para que ele não consiga fazer nada comigo, mas parece que as minhas orações estão sendo em vão.

Sinto as suas mãos descendo pela minha barriga e abrindo a minha calça, me debato em baixo dele tentando impedir que ele faça o que quer comigo, e graças a Deus o BR entra no quarto antes que ele possa tirar a minha roupa e fazer qualquer outra coisa comigo.

BR: que porra que tá acontecendo aqui?- pergunta atirando sem nem ver na onde estava mirando.

Por sorte, por muita sorte mesmo não me acertou, o máximo que o BR conseguiu acertar foi a perna do Perigo, mas nada que foi capaz de segurar ele, o Leonardo pulo a janela do quarto do Thiago e eu me sento na cama chorando... Eu achei que nunca mais teria que passa por isso novamente, parece que eu estava errada sobre isso.

Sinto os braços do BR me rodeando e fazendo um carinho na minha cabeça para me acalentar, olho para a cara dele e já sei que tem muito mais coisa aí, pelo tempo que eu conheço o BR, eu já sei pela cara dele quando ele quer me esconder alguma coisa, eu conheço muito bem o BR para isso.

Eu: o que aconteceu?- pergunto secando o meu rosto e tentando esconder o rosto.

BR: eu não consigo te esconder nada né?- pergunta e eu confirmo com a cabeça.

Eu: pois é, o que aconteceu com o Thiago, Bruno?- pergunto e ele só respira fundo.

BR: o Perigo deu dois tiros nele, tiraram ele de ambulância aqui do morro, por isso que eu vim aqui correndo atrás de você- fala e novamente me afundo no choro.

Eu sabia, eu sabia desde o momento que entramos naquele carro que nós não deveríamos vir para cá, deveríamos ter continuado lá já Penha, onde estávamos seguros, longe do Perigo, longe do Canta Galo, longe de toda essa bagunça e de toda essa guerra.

[...]

Cíntia: eu não deveria ter saído daquele casa mulher- fala e eu nego com a cabeça.

Eu: se você tivesse ficado lá teria sido pior, meu bem- falo olhando o nada.

Eu estou me sentindo suja, nojenta, estou com nojo do meu próprio corpo... E eu que jurei que nunca mais sentiria essa sensação nojenta no meu corpo, eu achei que nunca mais teria que passar por algo desse tipo de novo.

Eu estou aqui no hospital nesse exato momento, comigo o BR, a Cíntia e os meus sogros, todos esperando notícias do Thiago, o Thiago, eu estou sem notícias nenhuma, o BR não soube nem me explicar na onde foram os tiros, se foi grave ou algo assim, eu estou sem nenhum tipo de informação.

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