O meu coração está acelerado, a minha respiração está falha, o medo me corroendo, os meus gritos de ajuda ignorados, será que ninguém está me ouvindo? Eu estou implorando por ajuda, estou implorando por socorro, estou implorando por liberdade... É c...
Finalmente ano novo, dia 31 de Dezembro, dia de comer, beber e ser feliz como nunca, aí meu Deus do céu, como eu amo o ano novo, réveillon e carnaval são datas propícias para a putaria, mas enfim, isso é assunto para outro dia.
Agora eu estou terminando a minha maquiagem, cabelo já está pronto, maquiagem só falta finalizar com um gloos, coisa que faço depois, me levanto já indo até a minha roupa e antes mesmo que eu possa chegar perto da minha roupa, o Thiago entra no closet só com a toalha em volta da cintura, falando no telefone todo revoltado com a vida.
Eu: o que tá pegando?- pergunto parando de frente para ele.
TT: te veste que a gente vai atrasar- fala e eu apenas confirmo com a cabeça.
Sigo a até a minha roupa e ja trato de vesti-la, no caso uma calcinha de renda branca, um vestido branco com uma abertura na lateral e um salto alto dourado. De acessórios apenas uma corrente de ouro da Dior.
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Passo mais um pouco de perfume e me olho no espelho, estou pronta. Apenas finalizo a minha maquiagem com o gloos e prontinha.
TT: coloca o anel no dedo, a gente vai ter que resolver uns assuntos do comando antes de ir na casa dos meus pais- fala e eu olho para ele confusa.
Eu: o que rolou?- pergunto indo até a minha minha gaveta de jóias.
TT: mataram um dos nossos, provavelmente alguma retaliação a morte do Perigo- fala e eu confirmo colocando o anel no meu dedo.
É o que eles chamam de dedeira, com o símbolo do comando, ouro maciço, pesa mais que a porra, não sei como o meu dedo aguenta essa porra sem quebrar, piorou o Thiago que usa alguns desses nos bailes e no dia a dia, claro que menores, mas que não pesam menos que esse que está no meu dedo, e olha que esse é considerevalmente pequeno.
[...]
Eu: não podiam deixar o ano novo passar para matar esse cara não?- pergunto prendendo o coldre com a arma na minha coxa.
TT: vou nem te responder Carolina- fala dando risada todo focado na estrada- pelo menos ainda vamos chegar cedo lá, o BR falou que ainda estão montando a churrasqueira, que atrasou tudo- fala me olhando e eu confirmo com a cabeça.
Eu: assim esperamos né amor?! A gente sabe muito bem como demora coisas assim, ainda mais você- falo e ele confirma com a cabeça.
TT: você acaba com a esperança de qualquer um assim- fala e eu só dou risada da cara dele.
Já estamos chegando na sede do comando, que fica um pouquinho/muito distante do Rio, mas enfim, lá vamos nós, ninguém mandou querer se enfiar nessa vida Carolina, se eu estivesse longe dessa vida, o Thiago estaria sozinho nesse carro e eu na casa da minha sogra, lindíssima, mas vida que segue.
O Thiago está dirigindo todo atento na estrada, no som do carro só um trap tocando bem baixinho, nossos braços cruzados um no outro e nossas mãos juntas, minha cabeça deitada no ombro dele enquanto eu olho para a estrada, afinal, é apenas isso que eu tenho para ver, estrada.
Eu: amor, você tem certeza que esse é caminho certo? Eu não estou reconhecendo e eu já decorei o caminho inteiro de ida e de volta- falo e ele confirma com a cabeça.
TT: eles estão reunidos em outro lugar meu bem, fica tranquila- fala e eu apenas dou de ombros.
Eu: você que sabe meu amor- falo e ele vira o rosto me puxando para um selinho.
TT: vai ser rápido, eu prometo, e vamos chegar a tempo para curtir o ano novo e a virada- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: estou confiando em você- falo e ele apenas sorri me dando outro selinho.
O resto do caminho foi bem tranquilo, e até um pouco mais rápido, quanto mais ele dirige, mais nos afastamos da civilização, entramos em parte que eu não conheço, me arrisco dizer que é a parte da estrada mais linda até aqui, de longe eu vejo um muro enorme na nossa frente, com um portão branco, daqueles que geralmente em casa de boy de filme.
Vou percebendo alguns seguranças escondidos pelas redondezas, com certeza esse local pertence ao comando, pela quantidade de seguranças por aqui, eu tenho certeza absoluta que esse lugar pertence ao comando.
O meu marido pega o celular mandando mensagem para alguém enquanto se aproxima do porta, logo o mesmo se abre e a gente adentra ao local. Um sítio lindo, enorme, com um longo caminho até a casa, a grama bem aparada, com um caminho de pedras para o carro passar sem estragar a grama, uma casa enorme, enorme mesmo, e a coisa mais linda desse mundo.
Eu: uau- falo chocada e ele da um sorrisinho.
TT: viu nada bebê- fala e eu olho para ele curiosa.
Eu: que lugar maravilhoso amor, cacete, isso tudo é do comando?- pergunto e ele nega com a cabeça.
TT: não- fala negando com a cabeça- sabe por que a gente demorou tanto para se mudar? Porquê eu queria te dar um presente de casamento a altura, na mesma altura que você me faz feliz, mas não achei, então- fala estacionando o carro na garagem coberta- comprei o primeiro imóvel para a nossa família- fala e eu olho para ele assustada.
Eu: quando isso?- pergunto e ele da de ombros.
TT: eu comecei com a compra uma semana uma semana depois que te pedi em namoro, mas só consegui comprar, comprar mesmo na semana do nosso casamento, era para passarmos a nossa lua de mel aqui, mas como você sabe, não tivemos uma, por enquanto- fala e eu dou uma risada nervosa.
Eu: isso tem cara de ter sido uma fortuna Thiago, para de ser uma maluco homem- falo e ele da risada da minha cara.
TT: eu estava preso Carolina, mas não estava parando de receber o meu, até lá dentro eu tava na ativa, e lá de dentro eu não podia gastar com nada, então eu tenho uma boa quantia guardada- fala e eu olho para ele estática- vamos sair do carro amor? Você tem que conhecer o seu sítio- fala já abrindo a porta do carro para sair.
Ele tranca a porta do carro assim que sai, me impedindo de fazer o mesmo, mas logo ele da a volta no carro e abre a porta do carro, ele me ajuda a descer e já me puxa para ele me beijando.
TT: quando a gente se aposentar, podemos vir morar aqui- fala baixinho e eu apenas olho para ele querendo chorar, não sei porquê, mas eu apenas quero chorar.