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Thiago T. Macedo

Quatro semanas depois:

BR: e agora?- pergunta sem saber o que fazer.

Eu: agora é rezar para a mulher não dar um treco- falo me sentando em uma das cadeiras.

Bia: já imaginou se o João Pedro da de nascer hoje- fala e eu nego com a cabeça já me benzendo.

Eu: Deus me livre, tô preparado para isso não- falo e eles dão risada.

Hoje é aniversário da minha Carolina, ela saiu com a Cíntia cedinho, para ir na consulta do nosso João Pedro, e para comprar algumas coisas que estão faltando, aproveitei esse tempo e vim correndo na casa da minha mãe, a festa surpresa da minha mulher vai ser aqui, o pessoal da decoração que eu contratei já chegou, os doces, salgados e bolo chegam mais tarde também, enfim, tudo a maior correria hoje.

Minha mulher está fazendo vinte e cinco anos, vai passar o aniversário dela com o nosso João Pedro na barriga, esse aí também não demora muito para vir ao mundo não, a Carolina já está com oito meses, quase entrando nos nove, a Dra. Cecília já disse que agora é sentar e esperar, em breve o nosso garotão tá aí.

E eu tô naquela ansiedade doida, louco para ver o meu garotão logo, pegar o meu filho no colo, levantar e ver ele no quartinho que eu montei só para ele, tô vivendo só para isso, só para ver o meu João Pedro no colo da mãe dele, para saber se ele é a minha cara ou a cara da mãe dele, mas como a minha mulher vive dizendo, se eu aguentei esperar oito meses, eu aguento esperar mais um mês, afinal só faltam isso, um mês e alguns dias.

BR: tá viajando malucão- fala batendo na minua cabeça para ver se eu acordo.

Eu: ih ala, qual carai?- pergunto olhando para ele.

BR: tua mulher acabou de subir ai de carro junto com a minha- fala e eu confirmo com a cabeça já levantando.

Eu: vou indo lá em casa então, não posso deixar a minha mulher sozinha não, fé ai- falo ja levantando.

Saio da casa dos meus pais e já subo para a minha andando mesmo, de longe eu vejo a Tatiana com a mulher dela, Carolina não gosta de nenhuma das duas, já tentei aproximar, já tentei forçar uma amizade ali entre ela, mas a Carolina quando não gosta de alguém, não tem quem faça essa mulher de idéia, mas é isso, se a minha mulher não gosta é bom eu me afastar, assim como ela se afastou de uns povo aí que eu não gosto.

Entro em casa jogando a blusa no ombro, vejo só a minha dona encrenca jogada no sofá, alisando o barrigão dela, me aproximo da minha mulher já dando um beijo nela, me abaixo beijando a barriga dela e já faço uma carinho na mesma, não sei porquê, mas essa mulher grávida conseguiu ficar ainda mais linda do que já é.

Carolina T. Macedo

TT: andou muito hoje?- pergunta sentando do meu lado.

Eu: o básico, mas também comprei tudo o que tinha que comprar- falo e ele confirma com a cabeça.

TT: e o nosso João Pedro?- pergunta e eu já pego a minha bolsa no sofá e tiro de dentro as imagens da ultrassom.

Eu: o teu filho está enorme- falo e ele só dá risada.

TT: tem a quem puxar, se fosse puxar a mãe ia nascer só o pitoco, só a amostra grátis- falo se matando de rir, engraçadão ele, piadista.

Eu: e você está caçando um jeito de ir dormir no sofá hoje- falo e ele faz careta me olhando.

TT: pode nem brincar contigo mais, credo boneca- fala fazendo careta.

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