Perigo: que cara é essa?- pergunta assim que entramos em casa- você passou o dia inteiro se afastando de mim- fala e eu apenas jogo a minha bolsa no sofá e me viro para olhar para ele.
Eu: quando você ia me falar que tem um filho?- pergunto já cheia de ódio.
Perigo: quem te falou disso?- pergunta me olhando sério.
Eu: a sua madrinha, ela me contou tudo, e graças a Deus que ela me contou tudo, porquê pelo jeito você nunca ia me contar nada- falo e ele nega com a cabeça.
Perigo: EU NUNCA TE CONTEI PORQUÊ AQUELE MOLEQUE NÃO É MEU FILHO- grita dando um passo na minha direção e eu vou para cima peitando também.
Eu: VOCÊ NÃO GRITA COMIGO, NUNCA OUSE GRITAR COMIGO PORQUÊ EU NÃO SOU AS SUAS PUTAS DA RUA, VOCÊ ME RESPEITA CARALHO- grito ainda mais alto que ele- E ELE É O SEU FILHO SIM, VOCÊ FEZ, VOCÊ QUE COLOCOU ESSA CRIANÇA NA BARRIGA DA MÃE DELE, SE VOCÊ FOU HOMEM PARA GOZAR DENTRO, TEM QUE SER A PORRA DE UM HOMEM PARA ASSUMIR AS CONSEQUÊNCIAS DOS TEUS ATOS TAMBÉM CARALHO- grito batendo as minhas mãos no seu peito.
Perigo: eu não estou nem aí para o que tu acha, aquele moleque não é o meu filho Carolina, eu não vou assumir aquele moleque bastardo- fala e eu me afasto dele.
Eu: eu espero que goste do sofá Leonardo, porquê é nele que você vai dormir até você trazer esse menino de volta para o Rio de janeiro, e começar a agir como pai dessa criança- falo e já vou direto para o meu quarto.
Perigo: VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO CAROLINA- grita vindo para cima de mim e eu já empurro ele para bem longe de mim.
Eu: EU JÁ MANDEI VOCÊ BAIXAR A PORRA DA SUA VOZ- grito de volta para ele.
Érica: ou, ou, ou, o que está acontecendo aqui?- pergunta entrando em casa com a Cíntia e os rapazes atrás dela.
Eu: Érica, se você não se importar, você agora vai dormir na cama comigo meu bem- falo olhando fixamente para o Leonardo.
Perigo: eu não vou dormir no sofá, já falei- fala alto tentando se aproximar novamente, e o TT já se adianta segurando os ombros do Perigo o impedindo de sair do lugar.
Eu: tá bom então Leonardo, esse mês foi você que pagou as contas e fez as compras não foi? Tá certo então- falo com um sorriso sínico no rosto- TT se importa de eu passar um tempo na sua casa?- pergunto e ele dá de ombros.
TT: não, fica avontade, mi casa es tu casa- fala e eu volto a olhar para o Perigo.
Eu: obrigada- falo e já sigo direto para o meu quarto.
Arrumo uma mala pequena, daqueles de bordo, só com o essencial, roupas, roupas íntimas, duas toalhas e alguns produtos básicos para o corpo e rosto, além de uma mochila com as minhas coisas.
Confirmo se está tudo no seu devido lugar e está tudo ok, saio do quarto vendo o Perigo quase matando o TT com o olhos, e o TT com a maior cara de sonso do mundo, fingindo que nada aconteceu enquanto está sentado no sofá, todo aberto mexendo no celular e com a minha bolsa no colo.
BR: ok, tudo bem, você está saindo da casa, mas o que aconteceu para gerar todo esse escândalo- fala e eu olho para o Perigo.
Eu: você sabia que o Leonardo tem um filho? E mais, que ele deu dinheiro para ela abortar a criança e ela preferiu sumir do Rio de Janeiro com o bebê?- pergunto e o BR se joga no sofá negando com a cabeça, já as meninas olham para ele chocadas, e o TT olha para o Perigo confuso.
TT: eu não sabia dessa- fala e o Leonardo da de ombros.
Perigo: eu não vou assumir o bastardo, já falei, aquele moleque não é o meu filho- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: tá bom, você que escolhe, você tem um mês Leonardo, acabando esse mês você pode começar a procurar outra casa, porquê você não vai mais ser bem-vindo debaixo desse teto, e muito menos na minha vida- falo e saio de casa sem olhar para mais ninguém.
[...]
Aqui estou eu, no quarto de hóspedes que tem na casa do TT, arrumando as minhas coisas dentro do guarda-roupa, e a cada peça que eu penduro no cabide, na minha cabeça se passa mais de mil e um pensamentos sobre tudo o que está acontecendo.
Se tem uma coisa que eu aprendi com o dia de hoje, é que nem todo mundo é o que pensamos ser, porquê eu passei o dia inteiro hoje pensando nas milhares de possibilidades, que ele não me contou que tem um filho porquê se envergonha do que fez, que ele queira a chance de ser pai do menino e não saiba como fazer.
Mas não, ele simplesmente não mudou em nada os pensamentos, que tipo de homem que chama o próprio filho de bastardo? E eu trouxa aqui achando que ele era um príncipe, auê ele um puta homão da porra, só que o que me deixa mais puta da vida, é ainda ter esperança de ele mudar esses pensamentos dele.
Sei lá, ele acatar a esse meu ultimato, trazer o menino de volta e criar um amor pelo menino, ser um paizão da porra, ser o melhor pai que esse menino pode ter, porquê no final das contas, o único que não tem culpa de nada nessa história é o menino.
TT: você está bem?- pergunta na porta do quarto e eu já viro o olhando.
Eu: estou, estou sim, ou pelo menos vou ficar- falo e ele confirma com a cabeça- é sério que você não sabia?- pergunto e ele nega com a cabeça enquanto entra no quarto.
TT: eu conversei com a minha mãe, pelo o que ela me disse, tudo isso aconteceu quando eu e o Perigo estávamos brigando para saber quem vai herdar o posto do meu pai, mas eu desisti da briga, não valia apena brigar com um dos meus melhores amigos por causa de um posto- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: você passou quanto tempo preso?- pergunto me sentando ao seu lado na cama.
TT: sete anos, fui preso com vinte e três anos, trafico de drogas- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: desculpa te envolver em tudo isso, eu juro que não vou passar mais de uma semana aqui, eu vou procurar uma casa para alugar por esse mês, sei lá, eu vou dar um jeito- falo e ele nega com a cabeça.
TT: fica tranquila aí Carolzinha, pode ficar o tempo que precisar, precisa caçar outro canto para ficar não, pode ficar avontade aí doidona, eu tô do seu lado nessa- fala me abraçando de lado e deposita um beijo no topo da minha cabeça- vai ser bom dividir a casa com alguém, depois de sete anos preso, ficar sozinho nessa casa é ruinzão- fala e eu dou uma risadinha.
Eu: obrigada TT- falo olhando para ele que nega com a cabeça.
TT: Thiago, Carolina, Thiago, deixa o TT para quem me deve respeito- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: então sem esse papo de Carolina, parece alguém quando está bravo comigo- falo e ele da risada.
TT: Carolzinha então- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: Thi- falo e ele faz careta.
TT: tem apelido melhor não?- pergunta e eu nego com a cabeça.
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Liberdade
Teen FictionO meu coração está acelerado, a minha respiração está falha, o medo me corroendo, os meus gritos de ajuda ignorados, será que ninguém está me ouvindo? Eu estou implorando por ajuda, estou implorando por socorro, estou implorando por liberdade... É c...