TT: quer dormir aqui? Ainda tem roupa tua aí, amanhã te deixo no trabalho também- fala e eu dou de ombros.
Eu: certeza que não vou te atrapalhar?- pergunto e ele confirma com a cabeça.
TT: você nunca atrapalha boneca, muito pelo contrário, eu acho até bom quando você fica aqui em casa, dá um ar a mais- fala e eu dou risada enquanto ele senta no sofá comigo, com duas long neek em mãos.
Eu: aham, me engana que eu gosto bonito- falo e o gato apenas da risada da minha cara.
TT: e o Perigo? Vai avisar a ele que vai dormir fora hoje?- pergunta e eu nego com a cabeça.
Eu: não, não depois da palhaçada que ele fez, se eu falar com ele de novo hoje, eu vou acabar perdendo o meu réu primário- falo e ele confirma com a cabeça.
Ninguém merece viu?! Enquanto eu estava com o TT, o Leonardo simplesmente me ligou dando o maior show porquê eu pedi educadamente para a Érica se retirar da minha casa, mas tu liga? Porquê eu não, por mim ele pode pegar as coisas dele e ir embora com ela, não faz a menor diferença para mim, te juro.
Enfim, ainda fico um tempo conversando com o TT na sala, a papo fluindo, a gente cada vez se sentando mais próximo um do outro, quando eu dei por mim já estava sendo bem coladinha a ele, as minhas pernas por cima do seu colo, a cabeça deitada no seu ombro, o seu braço atravessado pelos meus ombros, ele já sem camisa, eu com o cabelo preso.
Ter esse homem tão perto de mim e não poder toca-lo, não poder agarra-lo, não poder subir em cima dele nesse exato momento, o puxar para mim e o agarrar até ficar sem fôlego, sentir esse homem dentro de mim até perder as forças das minhas pernas, isso não se faz, chega a ser injusto, chega a ser um pescado.
Mas quem eu estou tentando enganar? Mesmo sem realmente tocar o TT com outras intenções, mesmo não o agarrando ainda, eu estou traindo o Leonardo, só por desejar outro homem que não seja ele, eu já estou o traindo, claro que não se compara a um traição física, mas não deixa de ser uma traição.
E meu Deus, como eu quero agarrar esse homem, como eu sinto necessidade de sentir o sabor dele, de descobrir todas as sensações que ele é capaz de me causar, tudo o que seu corpo pode causar no meu, sentir o seu corpo sobre o meu, os nossos corpos suados se movimentando juntos, porra, a minha imaginação viaja desse jeito.
TT: oh, nem te falei né?! Tô querendo fazer o meu aniversário esse ano, tava preso, passei sete anos sem comemorar porra nenhuma, agora com trinta e um eu quero fazer a comemoração, três dias, festa, baile, e pagode- fala e eu dou risada.
Eu: exagerado sempre né?!- falo e ele da de ombros.
TT: eu mereço boneca, eu mereço- fala e eu dou de ombros- mas fala ae, você me ajuda a arrumar tudo? Entendo muito desses negócios não- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: e quando vai ser o seu aniversário?- pergunto e ele da de ombros.
TT: no mês que vem boneca, quero presente hein, e eu sou um homem caro- fala e eu dou risada da cara dele.
Eu: ala, ainda exige presente, o seu presente já sou meu filho, quer mais o que da sua vida?- falo e ele me olha atentamente dos pés a cabeça, com um sorrisinho canalha nos lábios.
TT: você não fala isso Carolzinha, cuidado que eu cobro o que me prometem- fala e eu até sinto um arrepio subindo pela minha espinha- eu vou me deitar, boa noite boneca- fala tirando as minhas pernas do seu colo com cuidado- dorme bem- fala me dando um beijo na testa e já começa a subir as escadas.
[...]
Saio do banheiro com a toalha em volta do meu corpo e já sigo para o guarda-roupa, passo o único hidratante que eu deixei aqui, visto uma roupa básica só para ir trabalhar mesmo, nesse caso uma calça jeans escura, um body de manga longa preto e um moletom também preto, nos meus pés um tênis esportivo preto também e tcharam, estou pronta.
Só arrumo o meu cabelo, arrumo o quarto e pego as minhas coisas descendo, o TT provavelmente ainda está dormindo, nós dois entramos no mesmo horário, só que ele tem a regalia de trabalhar na principal, e a principal é aqui no complexo, já eu tenho que pegar ônibus todos os dias, que isso e que aquilo, um inferno, eu não vejo a hora de sair daquela porra de emprego.
TT: ae malucona, vem tomar café pô, já passei na padaria para comprar um café da manhã reforçado para tu, já passei na sua casa para pegar a sua bolsa, já montei a sua marmita, só senta ae e come agora- fala e eu olho para ele assustada.
Pera ae, esse homem acordou mais cedo, comprou o meu café da manhã e ainda foi na minha casa buscar a minha bolsa, e ainda por cima montou a minha marmita, o que está acontecendo aqui minha gente? Meu Deus do céu, minha gente.
Eu: só falta me dizer que cozinhou também- falo dando risada enquanto me sento, ele como resposta apenas abriu uma das panelas que ainda está saindo o vapor.
TT: um dos meus milhares de talentos- fala piscando para mim.
Eu: obrigada- falo e ele nega com a cabeça se sentando na minha frente.
TT: não tem o que agradecer boneca, fica tranquila aí- fala me olhando- eu vou te deixar lá no teu trampo, hoje eu tô no turno da noite- fala e eu nego com a cabeça.
Eu: aproveita e fica dormindo até mais tarde, eu posso muito bem pegar o transporte público- falo e ele confirma com a cabeça.
TT: eu sei, não tô dizendo que não pode, mas não quero que tu pegue ônibus lotado, sentindo o CC dos outros e tudo mais, sendo que eu estou em casa, tenho carro e posso muito te levar no trabalho, não insista boneca, eu vou te levar- fala e eu apenas fico calada, sei que não vai adiantar de nada discutir com ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Liberdade
Teen FictionO meu coração está acelerado, a minha respiração está falha, o medo me corroendo, os meus gritos de ajuda ignorados, será que ninguém está me ouvindo? Eu estou implorando por ajuda, estou implorando por socorro, estou implorando por liberdade... É c...