Cíntia: veio com o TT?- pergunta assim que eu desço do carro do mesmo.
Eu: e você com o BR, que novidade hein?!- falo e ela da risada.
Cíntia: eu shippo mais você e o TT, do que você e o Perigo- fala e eu apenas dou risada.
Eu: ainda bem que eu não vivo os meus relacionamentos com base no que você gosta ou deixa de gostar- falo e ela dá risada.
Cíntia: eu acho lindo a forma como você me valoriza boneca- fala debochando do apelido que o TT me deu, e eu só dou risada enquanto dou uma cotovelada nela.
Eu: você pode ir parando, é fofo- falo e é ai mesmo que ela estoura de dar risada.
Cíntia: tá vendo, e não acha fofo o Perigo te chamando de amor, de vida, e você só chama o Leonardo de Perigo, já o TT tu vive chamando de meu bem, meu amor, bebê, deu até um apelidinho fofo para ele- fala e me olha com cara de cansada- você mesmo sabe que prefere o TT do que o Perigo- fala e eu dou de ombros.
Eu: vamos focar em trabalhar vai dona Cíntia- falo já entrando na loja.
Seguimos as duas para a área dos funcionários, cada uma já trata de jogar a bolsa em seus devidos armários e vestir a blusa da loja, eu já trato de pegar as minhas coisas para trabalhar, crachá, prancheta, caneta e todas essas outras coisas.
Hellen: Cíntia e Carolina, podem por favor me acompanhar até a minha sala- fala aparecendo do nada e eu já olho para a Cíntia.
Eu: claro, podemos sim- falo e já fomos seguindo a moça de no máximo trinta anos.
Hellen é a nova gerente aqui da loja, chegou tem mais ou menos uns dois meses, ninguém suporta ela e pelo o que me parece, as únicas que ela não suporta sou eu e a Cíntia, logo a gente que chega cedo, trabalha bem, sempre bate as metas, nunca falta, mão mete atestado, enfim.
Do mesmo jeito que ela tem os favoritos dela, um povo aí que nem eu e nem a Cíntia gostamos muito, o típico povo enjoado, que se acham os donos da empresa e não fazem porra nenhuma, enfim, a vida né?!
Hellen: empodem se sentar- fala e assim fazemos- então, eu vou ser bem direta com vocês duas, nós estamos estamos precisando alguns cortes orçamentários, já desligamos alguns funcionários, mas mesmo assim não foi o suficiente, eu quero que saibam que vocês não eram a minha primeira opção, eu sinto muito em ter que fazer isso, mas vamos dar todo o suporte necessário as duas- fala e eu olho para a Cíntia.
Não sei se me preocupo por estar sendo demitida e ter contas a pagar, ou se dou graças a Deus por estar saindo dessa porra de trabalho, enfim, ela nos dispensa da sala dela e já voltamos para a área dos funcionários, tiramos a blusa do uniforme e o crachá, vestimos as nossas roupas e já fomos entregar as nossas coisas na sala da Hellen.
Saímos da loja juntas, as duas sem falar nada enquanto andamos juntas ao ponto de ônibus, nos sentamos juntas e já olhamos uma para a outra, logo a crise de risos bem com força, muuta força, tanto que ficamos parecendo duas doidas rindo no ponto de ônibus, parecendo duas retardadas.
Eu: eu não sei se estou rindo de desespero, ou se de alivio- falo ainda dando risada.
Cíntia: aí meu Deus, eu tenho que pagar o meu aluguel- fala dando risada.
Eu: eu coloquei a Érica para fora, se quiser ir morar comigo- falo e ela já fica seria enquanto nega com a cabeça.
Cíntia: eu prefiro ir morar na rua do que morar na sua casa com o Perigo- fala e eu faço careta.
Eu: não tiro a sua razão- falo e ela confirma com a cabeça.
[...]
Entro em casa belíssima, com a cara enfiada no celular, mas o barulho que eu escuto vindo do quarto já me chama atenção, eu não acredito que a Érica trouxe um dos machos dela para transar na minha cama, que filha da putagem.
Ando pela sala vendo as roupas jogadas, o que me chamou atenção entre as peças espalhadas pelo chão, é uma calça jeans de lavagem clara, cujo bolso está manchado com tinta de caneta, eu não estou acreditando nisso não, é tão impossível assim existir uma calça igual, com a mesma macha de caneta estourada, no mesmo bolso e milimetricamente igual?
Já sigo para o meu quarto com sangue nos olho e abro a porta de uma só vez, a fazendo bater com força contra a parede e o estrondo chamou a atenção dos dois pombinhos na cama, ambos me olham assustados, e eu apenas sigo olhando para os dois com nojo.
Eu: pega as suas coisas e sai da minha casa agora- falo sem me alterar e nem nada desse tipo.
Perigo: amor, pera ae, eu posso te explicar- fala levantando da cama e já trata de vestir a cueca que estava no chão.
Eu: cala a boca, eu não quero ouvir mais nada de você, a sua voz está me dando dor de cabeça, a sua cara está me dando nojo, você me dá repulsa Leonardo, me dá ânsia- cuspo as palavras na sua casa- e você também Érica, pegue todas as suas coisas e saia da minha casa, caso contrário eu não vou responder por mim- falo já ficando ofegante.
Érica: Carol por favor- súplica e eu apenas respiro fundo.
Eu: cala a boca Érica, eu não quero ouvir mais a sua voz porra, eu te coloquei em baixo do meu teto, eu te defendi daquele arrombado, e você faz o que? Me trai, bem debaixo do meu teto, sua ingrata, vagabunda do caralho- falo e olho para os dois- eu vou sair, e só quero que vocês dois saiam da minha casa, se eu voltar aqui e ainda os encontrar, eu juro por Deus que eu sou capaz de colocar fogo nessa porra de casa com vocês dentro- falo e saio de casa batendo a porta.

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Liberdade
Fiksi RemajaO meu coração está acelerado, a minha respiração está falha, o medo me corroendo, os meus gritos de ajuda ignorados, será que ninguém está me ouvindo? Eu estou implorando por ajuda, estou implorando por socorro, estou implorando por liberdade... É c...