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Eu: eu já estou cansada de tanto andar para e para cá- falo fazendo careta e me.jogo em um dos bancos que ficam no meio do shopping.

BR: oh mulher mole- fala fazendo careta- anda vai Carolzinha, só falta eu comprar mais algumas coisas- fala e eu nego com a cabeça.

Eu: vão vocês, eu vou chamar um Uber e vou voltar para casa, porque nem de ônibus eu estou aguentando ir- falo e ele nega com a cabeça.

BR: vai lá em então, vai com Deus, toma a chave lá de casa- fala me entregando a chave e sai andando com a Cíntia.

           E assim eu faço, saio do shopping ja pedindo o Uber para o complexo, quando chego no morro eu já subo na encolha, pelo caminho mais longo, porém o único que eu tenho certeza que ninguém vai me ver chegando.

[...]

       Saio do meu banheiro com a toalha em volta do meu corpo, vou até o meu quarto e já trato de passar os meus produtos corporais, visto um conjunto vermelho da Calvin Klein e um shortinho de tecido branco.

       Saio do meu banheiro com a toalha em volta do meu corpo, vou até o meu quarto e já trato de passar os meus produtos corporais, visto um conjunto vermelho da Calvin Klein e um shortinho de tecido branco

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         Passo desodorante e um body splash, prendo o meu cabelo em um coque desengonçado e já trato de devolver a toalha para o banheiro

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         Passo desodorante e um body splash, prendo o meu cabelo em um coque desengonçado e já trato de devolver a toalha para o banheiro.

           Vou até a sala me jogando no sofá e já ligo a TV colocando qualquer coisa, hoje tem baile, mas eu estou sem pique nenhum, e o Leonardo também, esse saiu antes de eu chegar com o bolo, foi levar as meninas lá na casa da mãe dele e aproveitou para jantar por lá mesmo.

          Eu estou sem pique nenhum para sair, amanhã já tem a festa do Léo, depois de amanhã vou para a praia com a Carol, se eu inventar de sair hoje também o meu corpo não aguenta, tá aí, uma jovem de 24 anos, no corpo de uma senhora de 88 anos, que maravilha viu?!

Perigo: cheguei- fala entrando em casa e já vai trancando a porta- passei ali no mercado e comprei algumas carnes para a gente assar agora, só eu e você mesmo, aproveitei e peguei um Marmitex de arroz e outro de feijão tropeiro, lá na dona Marcia- fala e eu confirmo com a cabeça olhando para ele.

Eu: a churrasqueira já está lá em cima- falo apontando para cima e ele da risada.

Perigo: coloca uma música aí e sobe comigo- fala já subindo com as coisas- e sobe umas bacias aí por favor- fala alto para que eu possa escutar.

          Assim eu faço, coloco "Me ame mais" da Marília Mendonça na TV, no último volume mesmo, pego algumas bacias na cozinha, dois pratos, facas, garfos e essas coisas, subo para a lage e já vejo ele arrumando tudinho, as sacolas em cima da mesa que ele colocou do lado da churrasqueira, está montando a churrasqueira também.

           Ajudo ele a arrumar a lage bem rapidinho, também já trato de pega uma cadeira de plástico me sentando perto da churrasqueira, só para fazer companhia a ele mesmo.

Perigo: eu tava com vontade de fazer algo legal, mas sem vontade nenhuma de subir para o baile- fala me entregando uma latinha de Brahma duplo malte.

Eu: te entendo, eu estou nesse mesmo pique aí, estou morta de preguiça- falo e faz careta.

Perigo: o BR falou que você e a sua amiga lá vão na praia domingo, a gente tá querendo ir com uns moleques aí também- fala e eu dou de ombros.

Eu: bora geral juntos pô- falo e ele da de ombros.

[...]

         Cá estou eu, comendo um puta pratão de pedreiro cheio de carne, arroz e a vinagrete que eu fiz, tomando uma cervejinha, ouvindo Marília Mendonça, e vendo a baldade de homem que eu tenho em casa assando mais carne.

          O feijão já foi com Deus a muito tempo, se vacilar esse já é o meu terceiro prato de comida, é como eu sempre digo, faltar espaço para a cachaça pode, o que não pode é faltar espaço na barriga para a comida, é até pecado uma coisa dessas.

Perigo: tem um parceiro meu para sair da cadeia essa semana, ele vai voltar aqui para o morro, tenho a sensação que tu e ele no mesmo canto não vai dar bom- fala e eu olho para ele atenta.

Eu: por que? Vai dar briga ou ele é atentado as ué nem o BR?- pergunto e ele vira me olhando.

Perigo: ele é todo desconfiadão, e não gosta que batam de frente com ele não- fala e eu dou de ombros.

Eu: não vejo problema nenhum nisso- falo e ele da de ombros.

Perigo: onze e vinte já- fala olhando o relógio.

Eu: tá ansioso? Só porquê vai ficar idoso- falo e ele já fecha a cara.

Perigo: idoso é o teu cu Carolina, eu vou fazer trinta e um só- fala e eu dou risada.

Eu: e pegando uma novinha de vinte e quatro, seu Zé Mucilon- falo e ele da risada da minha cara.

Perigo: só sete anos de diferença, te manca- fala e é a minha vez de dar risada da cara dele.

Eu: só sete anos? E se fosse uma filha tua pegando um cara sete mais velho que ela, ou uma das meninas?- pergunto e ele já fecha a cara.

Perigo: tu cala a boca vai Carolina, cala a boca vai mano- fala voltando a prestar atenção na churrasqueira e eu fico só rindo da cara dele.

[...]

         Ok, tudo certo para cantar parabéns, o gato está lá em cima sentado, eu falei que iria descer para usar o banheiro, mas na verdade vim buscar o bolo dele, já coloquei as velinhas e tudo mais, olho no meu celular vendo que ja virou e acendo as velinhas subindo com o bolo.

Eu: parabéns para você, nessa data querida, muitos anos de vida- chego cantando super animada e ele só me olha dando risada.

          Entrego o bolo para ele e já apaga as velinhas me olhando todo sorridente em seguida, me abaixo dando um selinho nele e o sorriso do gato apenas cresce mais.

Eu: parabéns insuportável, muitos e muitos anos de vida ainda- falo e ele levanta colocando o bolo em cima da mesa.

Perigo: me dá parabéns direito porra- fala e já me puxa para ele me abraçando.

Eu: juízo insuportável, você está fazendo trinta e um anos, não é mais dezoito não, muita saúde, muita paz, muito money e muito de tudo aquilo que você deseja- falo depositando um beijo no seu pescoço.

Perigo: muito de você então- fala e eu dou risada- obrigadão branca, eu te amo para porra- fala e deposita um beijo na minha testa.

Eu: eu te amo para porra- falo e ele sorri me beijando.

BR: aoooh tô chegando e vou querer comer esse bolo aí- fala subindo para a lage e eu olho para junto com o Perigo, nós dois ainda abraçados- e trouxe uma surpresa- fala e uma muralha de músculos sobe para a lage também.

       O homem é um pouco mais baixo que o Perigo, e tem um pouco menos de músculos também, mas não deixa de ser uma muralha de músculos.

Perigo: eita porra, quando foi que tu saiu irmão?- pergunta me soltando para ir falar com eles e eu já me sento pegando a minha cerveja.

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