O meu coração está acelerado, a minha respiração está falha, o medo me corroendo, os meus gritos de ajuda ignorados, será que ninguém está me ouvindo? Eu estou implorando por ajuda, estou implorando por socorro, estou implorando por liberdade... É c...
Se alguém soubesse o quanto eu estou cansada, o TT acabou de me deixar na porta de casa e já foi para a casa dele, eu entro em casa toda acabada mesmo, cabelo preso num coque todo bagunçado, quase caindo da minha cabeça, um moletom preto do TT que praticamente cobre o meu vestido de tão grande, e os saltos na mão, coisa bela viu?!
Entro tentando fazer o mínimo barulho possível, a Érica se encontra dormindo no sofá, na minha nada humilde opinião, já passou de hora da Érica ir caçar o canto dela, de preferência bem longe dessa casa, a Érica é um amor de pessoa, para quem não mora com ela.
Essa mulher é muito folgada, não lava uma louça, não sabe cozinhar, não arruma o próprio sofá onde dorme, não lava a própria sem eu mandar,. não ajuda em uma faxina e pior, não ajuda nem nas coisas da casa, nunca pagou um conta, nunca ajudou a fazer as compras do mês, e as besteiras que eu compro para mim, ela come tudo em um dia, sem me pedir e antes mesmo que eu possa comer algo.
Sem contar que vira e mexe ela pega roupa minha sem pedir, isso que me estressa, até roupa nova, na etiqueta, ela pega sem pedir, tira a etiqueta e sai, simples assim.
[...]
Perigo: bom dia meu amor- fala me enchendo de beijos pelo corpo e eu durmo respulsa, abro os olhos e vejo simplesmente o meu pai me encarando, com a mesma cara que ele fazia sempre que ia abusar de mim.
Eu: sai de perto de mim, sai de perto de mim por favor- peço desesperada e ele já se afasta de mim na mesma hora.
Perigo: o que foi que eu fiz? Eu fiz alguma coisa errada? Está tudo bem com você querida?- pergunta assustado, do outro lado do quarto.
Eu: não, não, não, eu só preciso sair daqui, eu preciso de ar- falo me levantando da cama e já vou direto para o banheiro.
Tomo um banho rápido, escovo os meus dentes e saio do banheiro com a toalha em volta do meu corpo, vou até o meu quarto que se encontra vazio e arrumado. Enfim, passo os meus produtos corporais, visto a primeira calcinha que eu vejo pela frente, um body branco de alcinha, aberto nas costas e na lateral do corpo, e com uma pequena abertura abeixo do decote, um short jeans escuro desfiadinho e meio rasgadinho também, nos meus pés apenas o meu chinelo havaianas bandeirinha.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Passo perfume, desodorante e arrumo o meu cabelo o deixando solto mesmo, pego o meu celular e a minha carteira, devolvo a toalha para o banheiro e saio de casa todo agoniada, olho tudo a minha volta e para onde eu olho, eu consigo ver o meu pai andando com aquele sorriso asqueroso dele no rosto.
Desço o complexo desesperada e já chamando um Uber, eu não consigo ficar aqui, eu preciso sair desse lugar, caso contrário eu irei ficar sufocada hoje. Eu coloquei o primeiro destino que apareceu para mim no aplicativo, no caso a praia, e graças a Deus que eu fiz essa escolha, a praia é com certeza o único lugar que será capaz de me acalmar a essa altura do campeonato.
[...]
Observo o mar atenta, tentando fazer com que o barulho do mar me acalme, as minhas unhas cravadas na minha pele, tentando fazer com que a dor me distraía, mas é impossível, nem mesmo o barulho das ondas se quebrando na água me acalma.
TT: é bonito o canto de Iemanjá, sempre faz o pescador chorar, quem escuta a Mãe D'água cantar, vai com ela pro fundo do mar, vai com ela pro fundo do mar- canta se sentando do meu lado na areia
Eu: como sabia eu ia estar aqui?- pergunto sem olhar para ele.
TT: primeiro tu vai parar com isso- fala segurando as minhas mãos e passa as pontas dos dedos nas marcas das minhas unhas- para de se machucar Carolzinha, por favor- fala fazendo carinho nas marcas.
Eu: como sabia onde me encontrar?- pergunto novamente e vejo ele da de ombros.
TT: a Cíntia falou que você sumiu, eu imaginei que viria a praia mesmo, esse lugar te acalma- fala e eu confirmo com a cabeça.
Eu: mas hoje parece que isso é impossível de acontecer- falo e ele continua me olhando atento.
TT: o que aconteceu, hein? Ontem você estava tão bem- fala e eu olho para ele.
Eu: o Perigo me acordou me beijando, só o toque dele me causou me repulsa, e quando eu olhei para a cara dele, eu não consegui ver ele ali, eu vi somente o meu pai, e em todo lugar naquele complexo que eu olho, eu vi apenas o meu pai- falo e ele me abraça.
TT: isso já passou Carolzinha, passado, e se Deus quiser agora esse velho do caralho já está queimando no fogo inferno- fala e me dá um beijo na testa.
Eu: mas eu não consigo esquecer, essas marcas estão aqui pelo meu corpo, cobertos por tatuagens, mas também estão aqui dentro de mim, eu não desejo essas cicatrizes para ninguém Thiago, nem para o meu pior inimigo- falo agoniada, as memórias voltando para me assombrar.
TT: vem cá, eu estou aqui agora boneca, tudo vai dar certo, você vai ver- fala e me dá outro beijo no topo da cabeça.
Leonardo Martins:
Saio do quarto arrumando a minha roupa e já vou direto para a cozinha, começo a preparar o almoço, já já a Carolina chega e já começa a surtar que não tem nada pronto aqui em casa, já que ontem ela que fez o almoço e tudo mais que ela tinha que fazer.
Érica: você acha que a Carolzinha vai achar ruim se eu pegar esse vestido emprestado? Só para a gente sair essa noite?- pergunta e eu confirmo com a cabeça.
Eu: ela já tá sem paciência com você Érica, te liga caralho, ti já sentando no macho dela, pegar as roupas novas dela é de foder já- falo e ela volta para o quarto com o vestido nas mãos- eu vou te dar um dinheiro e tu mesmo compra uma roupa para tu- falo e ela já vem toda animadinha.
Ela me dá um beijo e já vai correndo tomar banho, hoje eu falei que ia sair para a Carolina, falei que tinha uns negócios para resolver, puro migué, vou levar a Érica em um pagode na pista, já que ontem ela queria sair com a Carolina e o pessoal, e eles deixaram claro que não queriam a menina lá, tadinha, ela ficou toda chateada que não pode ir, e a Carolina tacou o foda-se para isso.