Quatro semanas depois:
TT: tá bom, nós dois já estamos indo aí, fica calmo e aproveita porra- fala no telefone.
Eu estava dormindo e acordei com ele entrando no celular enquanto fala no celular, sento na cama apoiando as costas na cabeceira, aliso a minha barriga sentindo o João Pedro acordando.
Eu: aconteceu alguma coisa?- pergunto olhando para o meu marido.
TT: a Cíntia está indo para a maternidade- fala e eu já me levanto da cama o mais rápido possível.
Vou para o banheiro o mais rápido possível, escovo os dentes, jogo uma água no rosto e vou para o closet vendo o meu marido vestindo só uma calça de moletom e vestindo uma blusa, tiro a camisola a jogando longe, visto uma calça de moletom vermelha da Nike, um top preto da Calvin Klein e nos meus pés apenas um chinelo hide preto da Nike.
Passo desodorante, body splash e arrumo o meu cabelo em um coque desengonçado, o meu marido pega a minha bolsa e sai comigo do quarto, ele abre a porta do carro para mim e tudo mais, todo cavaleiro, carinhoso e preocupado comigo possível.Eu estou ansiosa, muito ansiosa mesmo, até parece que é o meu filho vai nascer, o Thiago também, ele está dirigindo no limite de velocidade e respeitando todas as leis de trânsito, mas com uma mão batucando o volante todo nervoso, e a outra na minha barriga alisando a mesma.
Assim que chegamos na maternidade, os médicos já vieram até a gente com uma cadeira de rodas, oh Deus, eles estão achando que eu que estou dando a luz, mas não, ainda não, só daqui a dois meses.
Eu: eu não estou parindo, calma- falo fechando a porta do carro- mas obrigada- falo indo até a sala de espera com o meu marido.
[...]
Eu estou cansada, morta e exausta, as minhas pernas doendo, a minha barriga pesando, as minhas pernas inchadas, minhas costas doendo e a minha barriga pulando com os chutes do João Pedro.
O Thiago foi buscar alguma coisa para mim comer, diz ele que pode me fazer mal ficar tanto tempo assim nervosa, ansiosa e sem comer, enfim, o Thiago como sempre se preocupando comigo e com o nosso João Pedro, com o nosso baby que ainda nem nasceu, que continua aqui, quentinho e protegido na minha barriga.
TT: nada ainda?- pergunta e eu confirmo com a cabeça.
Eu: nada meu amor- falo e ele se senta do meu lado me esticando a sacola com salgados.
TT: comprei os salgados que você gosta e suco de laranja amor- fala e me olha sorrindo- alimente o nosso filho também, eu não gosto de bebês magros, eles ficam estranhos- fala e eu confirmo com a cabeça dando risada.
Eu: você também tem que comer, porque quando eu botar essa criança para fora, eu vou ficar uma baleia, e eu não quero ser a única nesse relacionamento a ficar gorda- falo fazendo beiço enquanto pego um salgado para comer.
TT: só vai ficar ainda mais gostosa- fala me olhando com aquela cara de bobo apaixonado e eu dou risada da cara dele.
Eu: você está com cara de bocó apaixonado, não combina nenhum pouco com você, pode ir parando- falo e ele só faz careta.
[...]
Já fazem horas que estamos aqui, chegamos quatro e meia da manhã, agora são dez e pouco, eu estou morta de sono, e uma grávida de sete meses que fica andando para lá e para cá, ou sentada, não dá certo, ainda mais se essa grávida tiver tido o sono interrompido.
O senhor Thiago está aqui do meu lado cochilando, eu ainda dei algumas cochiladas também, mas não chega nem perto do meu marido, os meus pés estão cada vez mais inchados, e a minha barriga parece que vai explodir a qualquer momento, que coisa linda, que coisa linda.
BR: nasceu, nasceu- chega todo feliz e eu levanto já indo abraçar ele.
Eu: parabéns meu amor, que a nossa Bela traga apenas felicidade para a vida de vocês, muitas felicidades, muitas bençãos e tudo mais, que vocês tenham apenas felicidades com a Bela- falo abraçando ele o mais forte que consigo, o que não é muito já que tem um barriga enorme nos separando.
TT: parabéns irmão, que a vida de vocês agora seja repleta de felicidades e de bons momentos, é isso, agora é hora de vagabundo criar juízo- fala dando um tapa na cabeça do amigo.
BR: olha lá quem fala, daqui a dois meses é tu aqui no meu lugar- fala e o meu marido apenas da de ombros.
TT: eu sempre fui ajuizado menor, só tinha que parar o trem, mas aí a Carolina chegou, parou meu trem, meteu coleira em mim e ainda tira onda com a minha cara, me chamando de bocó apaixonado- fala todo ofendido e eu só demos risada.
Eu: mentindo eu não estou- falo dando de ombros- mas voltar a Bela, podemos ver ela? E a Cíntia?- pergunto e ele só nega com a cabeça.
BR: a médica disse que só pode liberar visita as três da tarde, aí vocês vão para casa, descansam, principalmente você dona Carolina, e de tarde voltam- fala e confirmamos com a cabeça- foda que vocês nem vão conseguir dormir mais- fala e eu nego com a cabeça.
Eu: você está falando com uma grávida de sete meses meu amor, o que eu mais vou conseguir fazer nesse momento é dormir- falo e até dou um bocejada- e eu preciso dormir inclusive, as minhas pernas e as minhas costas estão me matando- falo e eles confirmam com a cabeça.
[...]
Cá estamos nós novamente, na maternidade, na porta do quarto da Bela e da Cíntia, eu estou louca para ver a minha baby princess.
Eu: licença, estamos entrando- falo abrindo a porta depois de bater.
Cíntia: três horas em ponto, isso que eu chamo de ansiedade- fala e demos risada.
TT: cadê a princesa?- pergunta e o BR já vem com a pequenina nos braços.
Eu: oi meu amor- falo pegando ela nos meus braços- como você é linda bebê da dindinha- falo brincando com as mãozinhas.
TT: eita como eu pareço um anjinho padrinho- fala passando a mão na cabecinha dela.
A baby Bela é a coisa mais linda, parece um anjo dormindo, o rosto tão sereno, a coisa mais linda da minha vida, parece até uma bonequinha das mais lindas, e o cheirinho de mamãe e bebê então, coisinha mais gostosa da madrinha, da vontade de nem soltar mais.
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Liberdade
JugendliteraturO meu coração está acelerado, a minha respiração está falha, o medo me corroendo, os meus gritos de ajuda ignorados, será que ninguém está me ouvindo? Eu estou implorando por ajuda, estou implorando por socorro, estou implorando por liberdade... É c...