Cap 1

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Uma semana para o casamento e isso é tudo que se passa na cabeça de Enrico. Durante os últimos tempos só ouve coisas relacionadas ao grande dia, não recebe nem mais saudações quando conversa com alguém, é sempre relacionado ao casório. Nem mesmo agora, no costumeiro trânsito paulista em plena sexta feira a noite consegue se desligar disso. Após conferir pela segunda vez a data da última prova do terno, descobriu qual de seus irmãos está encarregado das alianças. Além disso, dois dos padrinhos não tinham onde ficar depois da festa e a solução mais rápida foi oferecer o próprio apartamento para passarem a noite.

Tudo indo na direção certa.

A reta final é sempre mais complicada e os quinze dias antes são os mais conturbados, afinal tudo tem que ficar perfeito. De um noivado de um ano e meio, para um casamento programado em menos de três meses. É isso que acontece quando se descobre que a intoxicação alimentar que a noiva teve durante quase um mês, na verdade eram os primeiros sintomas da gravidez.

A desculpa para ultrapassar os limites da paciência humana foi tudo que a noivinha precisava, Raquel anda tendo alguns desejos de grávida e hoje não foi diferente, pediu que na volta para casa ele passasse em seu restaurante favorito e levasse comida. Como não quer correr o risco de Davi nascer com cabelo de espaguete ou cara de brócolis, novamente fez as vontades dela.

Por sorte depois do chá de cadeira não demorou muito mais a chegar em casa. Logo que abre a porta, a vê de costas para a entrada usando nada mais que uma camisola que em outros tempos chegaria até seus joelhos, mas agora está posicionada no meio das coxas. Mesmo que não esteja vendo seu rosto escuta em sua voz a fraqueza. Assim que percebe a presença do noivo, leva a mão ao rosto rapidamente e enxuga as bochechas. Ele sabe que ela estava chorando, mas prefere deixá-la ter seu momento e depois perguntar. Seguindo para a cozinha sem dizer absolutamente nada começa a desembalar o jantar ainda quente. Ela se despede de quem quer que seja do outro lado da linha e vai em direção a seu salvador.

Entra e sem cumprimentá-lo e passa em direção a pia. Deixando a saudade dominá-lo a cerca com os braços e pousa as mãos em sua barriga, mais protuberante do que da última vez que a viu.

- Enrico, estou com fome. – ela se esquiva friamente.

- Também senti saudade. – murmura baixo em resposta.

Enrico retira os pratos do armário à medida que ela pega os copos e se sentam frente a frente para jantar.

- Quem era ao telefone? Tive a impressão de vê-la chorando, está tudo bem?

Ela ignora a pergunta e troca de assunto.

- Espero que ele não cresça muito até o casamento, fiz minha última prova do vestido hoje.

- Está como você queria? – dá mais uma garfada na comida.

- Podia ter um pouco mais de tempero, mas tudo bem.

- Não isso. Estava perguntado sobre o vestido.

- O vestido é bonito e se não fosse pelas alterações da barriga seria mais ainda. – responde rispidamente.

Ele até poderia dizer-lhe que seus comentários são desnecessários, mas isso só desencadearia uma discussão que mais tarde, viraria uma briga e resultaria nele dormindo no sofá.

- Tenho certeza que você o veste bem. – tenta apaziguar.

Ela revira os olhos com desdém e é perceptível que morde a língua para não dizer o que está pensando. Não seria bom se dissesse.

Constatam como encerrado o assunto e continuam a refeição saboreando não só a macarronada como também o silêncio.

...

Primeiro capítulo entregue, amores e amoras.

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xoxo, LMoras.

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