Cap 23

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    O jantar foi ótimo, todos se entrosaram super bem e aos olhos alheios aquele grupo se conhecia a anos, não apenas a alguns dias ou horas.
    O cassino já estava com um bom número de pessoas quando chegaram, todos bem-vestidos e fingindo costume. Fani e Ethan já haviam passado as estratégias e ensinado como funcionava tudo por ali, então não estavam perdidos, pelo menos não totalmente. 
    Fani e Ethan encontraram uns amigos e foram convidados para as sala privada, localizada atrás de uma porta em uma das laterais do salão, onde apenas alguns restritos membros tem acesso. A porta também conta com dois brutamontes parado em frente a ela, provavelmente devem estar ali para impedir que enxeridos descubram o que há la dentro.
    - Lembrem-se. Cuidado com as apostas de alto risco, aqui é muito mais fácil perder dinheiro e ganhar dividas do que ao contrário. – a prima alerta antes de deixarem os quatro para trás.
    - Vamos ficar bem. – Ana conforta a prima, que parece relutante em ir.
    - Depois que encontrarmos o bar vamos ficar melhor ainda. – Kris comenta e aceita uma taça de champanhe que é oferecida por uma garçonete.
    - Não estamos bebendo hoje, Kris. – a amiga pega a taça e entrega para outra garçonete que passa no momento.
    - Ana, qual é?! Estamos em Vegas, baby. Precisamos fazer algumas loucuras, e se você não sabe, loucura não é sinônimo de sobriedade.
    - A Luli tem razão, vocês precisam estar bem conscientes dos negócios que fazem hoje, se ninguém quiser terminar a noite devendo para as pessoas erradas. – Fani bebe um gole da taça em sua mão.
    - Por que ela pode beber? – não dá chance de Analu responder – Por que você pode beber? – questiona a outra loira.
    - Porque eu sei como as coisas funcionam por aqui, além disso sou casada com um mafioso, ele não deixará que nada aconteça comigo. – bebe mais um pouco, com total naturalidade.
    - Você O QUE?
    - Stefania! – Analu está abismada, assim como a amiga.
    - Estou brincando suas bobinhas, Ethan é uma pessoa boa. Por Deus, ele não mata nem barata. – ela ri ao observar a descrença e o alivio passando pelo rosto delas.
    Os três se aproximam de suas garotas e Ethan diz que está na hora de irem, pois seus amigos estão esperando.
    - Onde é o banheiro? – Ana pergunta a Fani, já que ela é quem conhece o lugar.
    - Eu levo você. – a prima oferece – Vai indo na frente que te encontro lá em alguns minutos. – diz para o marido.
    - Sabe que não posso entrar sozinho, flor.
    - Tinha me esquecido.
    - Por que não podem entrar sozinhos? O que há lá dentro? – Kristen lembra-os de que não estão sozinhos.
    Fani empalidece e pede, silenciosamente, ajuda de Ethan. Ele parece não saber o que dizer por um momento, mas sorri e afirma que são apenas as regras do clube de pôquer para casais. Fani volta a sorrir.
    - Bom, temos que ir. Juízo, por favor. Qualquer coisa peçam para um daqueles seguranças nos chamarem. – Ethan e ela se afastam em direção a sala.
     Analu fica confusa com o comportamento da prima, mas deixa para lá. Os quatro começam a bolar estratégias de jogo e os casais começam a circular juntos, mas em determinado momento se separam.                    Nesse momento, Analu e Enrico se dirigem a uma mesa de pôquer.
    - Você sabe jogar isso? Essa é uma mesa de apostas altas. – ele fala bem baixinho, para somente ela ouvir.
    - Lindo, eu sou a rainha do pôquer. – ela cochicha de volta – só não conte a eles. 
    Se senta em uma das cadeiras ao redor da mesa e os presentes ali ficam animadinhos demais, um deles até comenta sutilmente com um colega, que vai ser fácil derrubá-la. Ela sorri meigamente e escuta com atenção as regras do jogo, entrando no papel de menina inocente que está fazendo isso pela primeira vez.
    Se eles soubessem que essa "garotinha" está prestes a extorqui-los. – ela se esforça para não rir de seu próprio pensamento.  
    Enrico coloca a mão em seu ombro em apoio e tenta se convencer de que ela sabe o que está fazendo, caso contrário não faria isso.
    O jogo começa e aos poucos ela vai conseguindo juntar as cartas que precisa para sua jogada final, alguns não conseguem esconder nada em suas expressões de tristeza ou felicidade, mas ela não é um deles. Seu rosto permanece impassível, indecifrável, e começa a notar a necessidade dos outros jogadores em tentar lê-la. Começam a eliminar alguns participantes da roda até que ficam somente ela e um senhor de barba grande e cabelos grisalhos. Ele tem um copo de whisky sempre cheio ao seu lado e é um ótimo estrategista.
    Mais uma carta chega a ela e recebe a confirmação de que não há como ele vencê-la. O agente de apostas interfere e pergunta se eles vão apostar tudo ou desistir. Os dois participantes se encaram e ela empurra suas fichas para junto das demais esparramadas pela mesa, desafiando-o a fazer o mesmo, ele olha para ela e de volta para suas cartas algumas vezes antes de acusá-la.
    - Você está blefando, garota. Nós dois sabemos, por isso, vou lhe dar uma última chance de pegar o que é seu antes que se torne meu. – diz, presunçoso.
    - Eu não blefo, senhor. – faz cara de tédio - Se alguém precisa de uma última chance, é você.
    Ele a estuda um pouco e propositalmente ela brinca com uma mecha de cabelo entre os dedos, pois é um dos seus tiques nervosos quando mente. Ele sorri e empurra suas fichas para o monte, antes de abaixar as cartas.
    - Straight Flush. – anuncia e sorri vitorioso ao se recostar na cadeira, vendo Analu fechar a cara e engolir em seco. 
    - Putz. – ela volta a sorrir – Lamento informar, mas eu ganhei. Royal Straight Flush. – apresenta as cartas.
    O velho fecha a cara e pragueja antes do agente de apostas entregar todas as fichas para ela. Todos ao redor aplaudem o jogo e a parabenizam. Seu marido permanece estático, sem conseguir calcular a bolada que ela acaba de ganhar. O senhor diz que ela jogou muito bem e aperta sua mão, ela diz o mesmo e depois se afasta dele, se aproximando de Enrico.
    - Você ganhou.
    - Eu ganhei, mas você não precisa me chamar de rainha, só faça uma reverência sempre que me vir e estamos bem. – brinca.
    - Você ganhou a porra de um jogo de pôquer em uma mesa de apostas altas, em um cassino, em Las Vegas. Você ganhou de um cara que parece jogar a mais tempo do que você tem de vida. Você é a rainha da porra toda, não só do pôquer. – beija ela, que se diverte com suas palavras – Tem mais algum superpoder que eu deva saber?
    - Acho que não, mas podemos descobrir na roleta. O que me diz de aumentar a nossa grana?
    - Não sei, parece que já ganhamos bastante, não tem necessidade de arriscar.
    - A gente não precisa apostar nem um terço disso, vai. Vai ser divertido, vai que estou banhada em sorte hoje e ganhamos mais ainda.
    - Tudo bem, mas não me peça para soprar os dados em sua mão.
    - Você é tão estraga prazeres. – revira os olhos e o puxa até a roleta.

+++

    - O que? A gente ganhou tudo isso? – ele pergunta, encarando o teto.
    - Sim, 25 mil dólares. – ela se joga ao seu lado na cama e também fica encarando o teto.
    - Isso dá mais o menos... muito dinheiro. – diz, impressionado.
    - Bom, podemos comprar uma casa. – sugere.
    - Ou um carro.
    - Ou um bar. – olha para ele - Sempre quis ter um bar.
    - O bar precisa ter mesa de sinuca. – afirma, direcionando seu olhar para ela.
    - O que é um bar sem sinuca?!
    - Um restaurante com muita cachaça.
    - Exato.
    - Tudo bem, então vamos comprar um bar. – concorda, convencido de que parece uma boa ideia. Qualquer coisa parece boa ideia quando feita ao lado dela - Qual vai ser o nome?
    - Tem que ser alguma coisa relacionado a Las Vegas e bebida.
    - Las Cachaças.
    - Ou Bebivegas. - os dois ficam em silêncio, encarando o teto novamente    - Esses nomes são péssimos.
    - Vamos pensar em um melhor. – dá de ombros e se levanta da cama, reunindo suas poucas energias.
    Analu estende a mão para que ele a ajude a se levantar também. Geme de dor quando seus pés, calejados pelo salto, atingem o chão. Passa os braços ao redor da cintura dele e encosta a cabeça em seu peito.
    - Que horas são?
    Ele passa os braços ao redor dela e olha o relógio em seu pulso.
    - 5h15.
    - Meu Deus, está muito tarde.
    - Ou muito cedo, depende do ponto de vista. – comenta e ela solta uma breve risadinha. 
    - Preciso de um banho.
    - Precisa. – ela olha para ele com sangue nos olhos – Nossa, você tem uma carinha de psicopata, lindinha. Estou brincando.
    Ela boceja, reunindo forças para manter os olhos abertos e se afasta de seu abraço. Começa a tirar o brinco, as pulseiras, o colar e por aí vai. Ele se senta na cama mais uma vez e começa a se despir também. Ela para em sua frente com o vestido meio aberto e pede para que ele termine de abrir o zíper. O cansaço foi embora e a visão daquela mulher nua em sua frente o apetece.
    A roupa cai no chão e ela fica somente de calcinha, acordando o membro dele. Ela percebe o aperto em suas calças e ri.
    - Acho melhor você parar de olhar para ele se quiser se livrar de nós e dormir.
    - Quem disse que quero me livrar de vocês?
    - Lu... – sua voz soa como uma repreensão - Esse é um jogo perigoso.
    - Eu gosto do perigo e ainda mais de jogos. Pensei ter me provado uma ótima jogadora essa noite. – provoca, mas boceja mais uma vez.
    - Vá para o chuveiro, tome um banho e depois se deite comigo, estarei te esperando.
    - Tudo bem. – vai até o banheiro e nem se importa em deixar a porta aberta.
    Ele termina de se despir e tenta a todo custo acalmar seu colega, que parece oposto a essa ideia. Por sorte, um apito vindo de seu celular o faz mudar de ideia. É um áudio de sua mãe perguntando como ele está e dizendo estar com saudade. Seu amigo, ao ouvir sua mãe, resolve entregar os pontos e ceder, entendendo que por agora terá que se contentar em dormir. Enrico responde sua mãe e depois lê a mensagem de seu irmão. Sem perceber que ela deixou a porta aberta, começa a gravar um áudio.
    - Lindo, estou sem toalha! – a garota grita do chuveiro.
    - Estou indo, linda. – grita de volta e para de gravar, com a ideia de apagar o áudio. Acontece que quando volta olhar para o celular seu irmão já está ouvindo o áudio que não era nem para ter sido enviado – Merda! – xinga baixinho, já se preparando para o bombardeio de perguntas.
    - Não demore, e fecha a porta na hora que entrar, por favor.
    Decide ignorar seu irmão no momento e coloca o celular no mudo. Depois conversará com ele e tentará explicar o que está acontecendo em sua vida em Vegas. Coloca o aparelho no móvel e vai para o banheiro.
...

Quem nunca mandou um áudio sem querer rs
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xoxo, LMoras.

Vegas para DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora