Cap 19

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- Será que peguei tudo mesmo?

- Pegou, sim. – Analu segura a mão do marido – Não sobrou nada naquele quarto, a não ser a cama e as cobertas.

- Pegamos até as cadeiras? – ele brinca.

- Bobo. – ela abre a porta do novo quarto.

Durante o almoço o assunto surgiu e Stefania e Ethan insistiram para eles se hospedarem no The Venetian, como presente de casamento e, por pura pressão psicológica, aceitaram. Agora, horas mais tarde o casal está indo para a suíte onde passarão os próximos dias em Las Vegas.

O quarto em que Analu estava é menor do que o que se encontram e de jeito nenhum conseguiram convencer os donos do hotel a deixá-los ficar lá. Esse tem vários ambientes, um banheiro com hidromassagem, sala, copa e um enorme closet. Ainda bem, já que Fani fez questão de mandar entregar todas as peças da coleção de Analu, junto com os acessórios e alguns sapatos.

- Vamos esperar nossas coisas chegarem e ir dar uma volta?

- Claro! Podemos ir até a placa tirar algumas fotos e depois passear pela Freemont Street.

Os dois telefones tocam ao mesmo tempo. Olham para o identificador de chamada e depois voltam a se olhar.

- Martin.

- Meu irmão.

Enrico atende e vai até a copa conversar com o amigo, dando um pouco de privacidade para ela conversar com o irmão.

- Ciao, fratellino!

- Ciao, piccolo! Onde você está? Liguei para mamãe ainda a pouco e ela não estava nada contente com seu sumiço. Sei que você não é disso, então...

- Me ligou para tentar arrancar as informações que ela não conseguiu. – completa.

- Analu, ela só está preocupada.

- Mas não precisa. – começa a se enfurecer e respira fundo - Dante, estou em Las Vegas, em uma viagem de negócios.

- Ana, você pode enganar nossos pais, mas não a mim. O que está acontecendo? Por que não retorna as ligações da mamãe?

- Dante, eu... - suspira tentando encontrar as palavras certas para não o alarmar – não consigo falar com ela agora. Minha intenção não é ignorá-la, mas é isso que preciso fazer, pelo bem dela. Não consigo olhá-la nos olhos e mentir, não consigo nem se quer manter todas as mentiras que venho contando.

- Dio Mio! Não estou gostando nada disso, irmãzinha. O que foi que aconteceu?

- Dante, não tenho certeza e por isso não posso te contar. Não quero que mais pessoas se envolvam nisso. Por favor, entenda. – suplica.

- Analu Rizzo Hideki, eu sou seu irmão e preciso saber o que está acontecendo para te ajudar. Não quero entender nada, quero saber o que está havendo com você, consigo sentir a tensão em sua voz. – repreende ela de forma indireta, mas a garota não gosta de seu tom de voz. Afinal, eles não são mais crianças e dessa vez ele não sabe mais do que ela para vir lhe dar sermão.

- Não preciso de ajuda, sei me virar muito bem sozinha, fica tranquilo. – começa a aumentar o tom de voz e logo se recompõe, tudo que não precisa agora é brigar com o cabeça-dura do seu irmão - Só peço que confie em mim. De perguntas a minha vida já está cheia, o que preciso agora são respostas. Assim que esfriar a cabeça e voltar para casa vou atrás de tê-las e tudo se resolverá.

- Não gosto de deixar você passar por tudo isso sozinha, mas se você prefere assim não vou interferir. Você já é grandinha o suficiente para saber o que pode ou não fazer. Confio no seu julgamento, mas por favor tenha certeza antes de dar o próximo passo sobre o que quer que seja que está acontecendo.

- Vai ficar tudo bem, eu prometo. – queria ter a mesma certeza que expressa em sua voz, mas a verdade é bem diferente – Como estão a Paolla e as crianças?

- Paolla está cheia de trabalho, entre a confecção e as crianças ela está ficando maluca. Nós estamos ficando doidos com os dois monstrinhos em casa. Semana passada Luca foi comigo para a vinícola e caiu de uma árvore, resultado: quebrou o pulso e não pode mais jogar futebol pelos próximos meses, ficou sem chão pois vai perder alguns jogos do campeonato interescolas.

- Meu Deus, Polli deve ter surtado. Coitada.

- Coitado de mim que tive que conviver com a versão onça da minha esposa durante uma semana.

- Bem-feito, quem mandou levar o espoleta para a vinícola. Como está Grazi?

- Graziela é a princesa da casa, super carinhosa e esperta. Cada dia com uma de suas pérolas, ontem mesmo chegou dizendo que vai se casar.

- Com quem?

- Com o nosso vizinho, Vincenzo Fontes, o filho daquele seu amigo de escola, Marco Fontes

- Nossa, faz muito anos que não falo com Marco. Essa garota é mesmo rápida, querendo se casar aos cinco anos. Ela não deve nem saber como se escreve seu nome completo. – ri – Sinto saudades de vocês. As crianças estão crescendo tão rápido e vocês estão tão longe, queria que isso fosse diferente.

- Isso é simples de se resolver, volte para casa, bambina.

- Meu lugar é no Brasil, você sabe disso.

- Infelizmente, sei que é. Assim como o meu é aqui, com Paolla e as crianças. Então, falando de família, já encontrou seu alguém especial?

Sorrindo, morde o lábio inferior, decidindo o que dizer. Alguma coisa dizia que ela havia encontrado, sim. Mas a parte cuidadosa e superprotetora pedia para ir devagar.

Quando eram mais novos, depois que sofreu sua primeira desilusão amorosa, perguntou a Dante se ele acreditava no amor e ele respondeu que no mundo todos tinham o seu alguém especial, só que nunca saberiam quem ele seria e muito menos quando iria aparecer, por isso tinham que viver momentos felizes e tristes até lá, de cabeça erguida e sabendo a hora de chorar e a hora de aceitar e seguir em frente. Um dia, Dante encontrou Paolla e desde então, Analu espera aquela pessoa aparecer em sua vida, já namorou algumas pessoas, porém nunca sentiu firmeza o suficiente para nomeá-los dessa forma. Mas agora desconfia que talvez tenha o encontrado.

- Talvez. – admite – Não sei ao certo, mas talvez tenha encontrado, sim. Bom, só o tempo dirá.

- Não acredito, irmãzinha. – ela sabia que ele estava com uma expressão chocada, mesmo que não pudesse ver - Achei que responderia como sempre com um simples ainda não ou não foi dessa vez. Quem é o felizardo?

- Ninguém que você já tenha ouvido falar. Ele é uma pessoa muito especial, só não sei ainda se é a minha pessoa especial.

- Tudo bem, tudo no seu tempo. Assim que descobrir, prometa que irá me contar.

- Mas é claro que vou, stronzo. – escuta passos se aproximarem dela – Preciso desligar agora porque vou sair com Fani, mas vê se da próxima vez que me ligar esteja com meus sobrinhos para que eu possa falar com eles. – ele faz graça e começam a trocar insultos carinhosos antes de finalmente desligarem.

Enrico se joga no sofá e coloca o braço ao redor de seu ombro, já acostumada com sua companhia, se aconchega.

- O que Martin queria?

- Queriam saber aonde vamos hoje, disse para nos encontrarmos na placa e de lá vamos passear pela cidade.

- Legal. Escutei a porta, as malas já chegaram?

- Agora pouco. Quer trocar de roupa antes de sairmos? A temperatura caiu um pouco.

- Só vou colocar um jeans e podemos ir. – ela parte para o closet e rapidamente muda de roupa.

Ele a espera perto da porta, confere se pegaram a chave do quarto e os celulares antes de saírem para curtir sua primeira noite casados em Las Vegas.

...

Oieeee

O capítulo de hoje tá on

Votem, por favor!!!!

xoxo, LMoras.

Vegas para DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora