O local é impressionante. Com dois andares aparentes e escadarias que provavelmente levam a camarotes, a casa dispõe de um amplo salão, com assentos e mesas por todos os lados. A pista de dança fica bem no centro do primeiro andar em frente ao grande palco do DJ, as luzes coloridas iluminam toda parte e deixam o lugar ainda mais bonito.
Eletrônica ecoa tão alto dos alto falantes quando entram que até seus ossos tremem com a batida.
Enrico se preocupa em perder Analu em meio à multidão e, antes que isso aconteça segura a sua mão, ela apenas sorri, mas quando entrelaça seus dedos aos dela casualmente, o coração da morena acelera por estar gostando da intimidade que desfrutam em pequenos gestos.
Nunca compreendeu o que romances diziam sobre pequenos gestos valerem muito mais do que os grandes, porém acredita que agora possa estar começando a entender. Seu sorriso se alarga.
Direciona seus olhos castanhos para o rosto do homem um pouco a sua frente. Sua mandíbula é bem-marcada, o cabelo castanho por mais liso que pareça, por conta de algumas ondas, deixa a entender que em outros tempos já foi enrolado. O que realmente prende a atenção dela é o canto superior de sua orelha direita, que tem uma bolinha acoplada.
O detalhe é quase imperceptível e se sente um tanto quanto invasiva por secá-lo descaradamente a ponto de conseguir identificar tal peculiaridade. Sem poder se conter suspira baixinho e abafa uma risadinha.
Isso o faz voltar-se para ela.
- Do que está rindo?
- Não estou rindo. – morde a bochecha para conter o sorriso, mexe nas pontas do cabelo e desvia sua atenção para lá, mas o rubor espalhado pelo rosto a entrega. Quando volta a levantar seu olhar vê que ele ainda a observa curioso – Não foi nada demais, só uma bobeira minha. – diz, fazendo pouco caso.
- Eu adoro bobeiras. – provoca com seu sorriso arrasa-quarteirão.
- Você tem um... pontinho em cima da orelha. – conta e ele parece confuso, por isso leva a mão até lá e acaricia.
- Ah, isso. É de nascença. – comenta e entendendo a timidez dela, acrescenta – É quase imperceptível, nem eu lembro desse... – ri pelo nariz pensando na descrição dela – pontinho, na maioria das vezes. – para e cruza os braços antes de levantar uma sobrancelha e sua expressão mudar para um sorriso lateral, instigando-a – Estava me secando? Só sendo muito observador para notá-lo.
Ela tem duas opções, ou entra na brincadeira ou fica envergonhada com tudo que ele diz pelo resto da noite. Não é realmente uma decisão difícil.
- Tem coisas que merecem ser bem observadas, lindo. – lança uma piscadinha e morde o lábio inferior em meio a um sorriso.
Ambos não esperavam que o lado sexy e descontraído fosse aparecer bem agora, mas ele reconhece que gosta ainda mais dessa versão menina solta.
Se aproxima um pouco mais, fazendo sua boca ficar quase colada a orelha dela.
- Admita que estava me secando pois quer me agarrar de novo, linda. – se afasta com a mesma agilidade que se aproximou, não querendo perder sua reação.
- Eu não te agarrei. – se defende ao recordar o beijo no terraço e cruza os braços sobre o peito.
- Agarrou sim. – diverte-se com a expressão de descrença dela – Você me agarrou, totalmente do nada.
- Isso é mentira, uma mentira grande e descarada. – ela ri e dá um tapinha de leve no ombro dele, que não resiste e rouba-lhe um selinho, dando por encerrada a brincadeira.
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Vegas para Dois
RomanceDois desconhecidos, uma viagem. O que sua mãe diria se você fosse para uma "convenção" de contabilidade e voltasse casada? Depois de ter crescido vivenciando o mais singelo amor de seus pais, Analu não esperava que tamanha revelação fosse cair em s...