Cap 4

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Desejando que ela não esteja, estaciona o carro em frente ao prédio e corre para dentro. Quanto mais rápido entrar, mais rápido sai. Decidido a não voltar atrás com a sua decisão mesmo com todo e qualquer esforço da parte dela destranca a porta sorrateiramente e avista a mochila ao lado da bancada da cozinha, sem se demorar muito pega e vasculha, conferindo se está tudo ali e vendo que sim, começa a procurar pelo celular. Percorre a sala com suas belas orbes esverdeadas e localiza o aparelho em cima de um móvel, o pega e por sorte encontra o carregador junto. Como um estalo repentino percebe que aparentemente a casa está vazia. Raquel não gosta de acordar tarde e se não está aqui, o atormentando, provavelmente está fora. Acaba decidindo pegar mais algumas roupas e coisas importantes, pois não pretende voltar a pisar no apartamento.

Como se já não tivesse tido surpresas o suficiente, entra no quarto e a encontra dormindo serenamente nos braços do, seu até então, melhor amigo. Os dois se assustam com a batida da porta na parede e acordam apenas para dar de cara com Enrico parado diante deles.

- Eu posso explicar. – Raquel começa.

Tudo se encaixa.

- É ele, não é? – ela o olha como se não entendesse do que está falando. – ELE É O PAI DO BEBÊ, NÃO É? – o descontrole volta a aparecer e ele se controla antes de fazer algo que vá se arrepender depois.

Ela abaixa os olhos e concorda.

Resignado, anda até o closet, joga algumas peças dentro de outra grande mala e se volta para a porta, mas não sem jogar a cartada final.

Se apoia na cama e olha fixamente para a ex-noiva.

- Vivam a porra do felizes para sempre de vocês. – praticamente cospe as palavras sem pensar muito, deixando-a um tanto quanto surpresa com a agressividade em seu olhar e a rispidez em sua fala. – Vocês se merecem, afinal, a podridão os atrai.

Miguel se levanta furioso e pronto para a briga, como se o maior erro ali tivesse sido aquelas palavras.

- Seu idiota! – os dois se colocam cara a cara em seus quase 1,90. – Acha que pode falar com ela dessa forma? Tentei levar na boa até agora, mas não pense que vai fazer o que bem entender só porque está magoado.

Em um momento o plano é entrar e sair o mais rápido possível, no outro dois homens rolam pelo chão do quarto aos socos enquanto a grávida chora pedindo para que parem de agir como animais.

Eles se soltam, Enrico está com a mão ensanguentada e um corte no lábio inferior. Miguel tem alguns pequenos machucados espalhados pelo rosto e mesmo com dor se levanta para proferir mais infelicidades.

- Ao contrário de você, eu estive aqui quando ela precisou, não só nos últimos meses como nos últimos anos. – joga na cara de Enrico, que avança em cima dele.

Voltam a pancadaria, cegos pela raiva e o ego machucado.

- Enquanto você rolava com ela sobre a minha cama eu levantava todo santo dia para poder dar o melhor para ela e o seu filho. – dá um último soco antes de voltar a pleno juízo. – O que aconteceu não importa mais. Não vou estragar o resto da minha vida por não ter a frieza dela para sempre, muito menos vou morrer por não ter sua companhia. – pega a mala outra vez. - Vocês morreram para mim.

Os acontecimentos sucessores a essa frase são como um borrão e logo está parado à entrada da casa de Giovanni e Rebeca.

Todos já estão lá e assim que entra a mãe vem ao seu encontro abismada e com uma preocupação evidente estampada no rosto.

- Filho. O que você fez?

- Tem gelo, Beca? – pergunta à morena parada ao seu lado.

- Eu pego. – oferece Nicolle, sua outra cunhada.

Vegas para DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora