Três dias depois da visita de sua mãe, Liu saiu do escritório da casa em busca de uma xícara de chá, foram 5 horas ininterruptas trabalhando e estranhou a movimentação da casa. Cheng, Nai nai e duas diaristas andavam de um lado para o outro polindo e limpando, vasos com flores por todo lado e a cozinha recendia a boa comida tradicional.
Viu quando Cheng arrumava um lindo arranjo, ele estava tão distraido que nem percebeu Liu se aproximando e se assustou ao sentir os braços fortes envolvendo sua cintura.
-- *Que susto, amor!*
Beijando o rosto do menor pergunta o porquê de toda aquela agitação.
-- *Amor...seus pais vem jantar aqui hoje... Eu só não te falei nada porque você estava trancado no escritório e eu não quis atrapalhar* justifica rapidamente
-- *Tudo bem. Por você e pela mā...e agora...você poderia cuidar um pouco do seu futuro Lao gong e conseguir um chá?*
Com os braços em volta da cintura de Liu, Cheng suspira se aconchegando.
-- *Vai ganhar chá, bolinho, docinho e o que mais você quiser*
-- *hummmmm...ja gostei...podemos pular o chá e o bolinho e partir logo pro que eu quiser?*
*nananinanão...pode tirar seu cavalinho da chuva. Se você prometer se comportar no jantar te dou essa "sobremesa" no quarto.* diz passando levemente a mão na barriga de Liu descendo até a bermuda e apertando levemente.
Em seguida empurrou Liu para a cozinha.
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Quase 20 horas. Liu olhava pela centésima vez o relógio de pulso nos últimos 5 minutos, deixando Cheng mais nervoso ainda.
-- A-Kuan, pelo amor de Deus, para de andar pra lá e pra cá. Tô ficando tô tonto com essa agitação. Vem aqui. Diz estendendo os braços o puxando para se sentar ao seu lado no sofá da sala. Amor, vai dar tudo certo. Ele é seu pai e do jeito dele te ama muito. Se você ficar armado claramente isso não vai dar certo. Se desarme, se solte e esqueça o que passou.
As palavras calmas e pausadas de Cheng foram acalmando Liu, que soltou o ar que nem tinha percebido que tinha prendido.
Do lado de fora da propriedade Li Fen e Deshi esperavam no carro a abertura dos portões.
Ignorando a presença do motorista Li Fen olha firmemente para Deshi.
-- Deshi, eu espero sinceramente que você se comporte. Cheng é uma pessoa maravilhosa e nosso filho o ama muito, então veja bem o que vai falar.
Li Fen nunca foi tão enfática com seu esposo antes, o que espantou Deshi.
-- Deixe seu preconceito do lado de fora da casa, por favor. Quero ver o casamento do meu filho, quero conviver com meus netos e nada vai me impedir de ter esse prazer, você entendeu?
Deshi assentiu com um movimento da cabeça. Nunca em tantos anos de casamento ouviu sua esposa falar nesse tom.
Estranhamente ele se sentiu bem com aquilo.
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Nai nai abriu a porta para receber os pais de Liu. Li Fen entrou abraçando a velha governanta, Deshi logo atrás fez uma breve reverência a Nai nai que o cumprimentou boquiaberta com a atitude do mesmo.
-- Meus filhos, como vocês estão?
Abraçou os dois ao mesmo tempo se afastando em seguida para alisar o rosto dos dois com as mãos macias que desprendi levemente um aroma de rosas.
Deshi se aproxima, o olhar tranquilo, nem parecia o mesmo homem de antes. O sorriso antes arrogante agora se apresentava natural.
Quando Liu fez a reverência e estendeu a mão o pai o puxou para um abraço rápido, dando dois tapinhas nas costas.
Liu ficou espantado e sem palavras e mais admirado ainda quando ele se dirigiu a Cheng com cortesia lhe dando um abraço breve.
Li Fen não cabia em si de felicidade, um bom começo, pensou.
-- Pa...pai, você bebe o de sempre?
-- sim, meu filho, por favor.
A partir daquele momento tudo foi muito surreal para Liu.
Seu pai estava sendo não apenas agradável mas tambem espirituoso, fazendo sua mãe e Cheng rirem muito com suas histórias.
O jantar transcorreu em um clima de alegria.
-- A refeição está maravilhosa, parabéns Nai nai, essa receita você precisa pegar Li Fen.
-- Obrigada Senhor, mas o jantar foi todo preparado pelo Cheng. Esse menino tem mãos de ouro.
Timido Cheng abaixa os olhos, tentando se esquivar dos elogios que faziam a si.
-- Liu, meu filho. Confesse ao seu pai, ele te ganhou pelo estômago. Esse é pra casar.
Sem saber direito o que responder Liu, apenas balbucia.
-- é...ele...Cheng tem muitos talentos. Que...quero dizer, precisa ver a estufa de flores...tem..tem dedos verdes para plantas.
A noite passou depressa e Liu quase se lamentou quando seus pais disseram que estava na hora de partir.
Na hora de se despedir Deshi se afastou com Liu, segurou seus ombros e olhando em seus olhos disse:
--Meu filho, se precisar de qualquer coisa pode falar comigo. Seja para as coisas do casamento ou o que for, está bem?
Liu sabia que esse era o modo do seu pai dizer que o amava e respeitava sua decisão.
--obrigada pai.
Cheng se aproximou e Deshi colocou uma mão no ombro de Cheng olhando para os dois.
-- Eu gostaria de dar minha benção aos dois. Assim como você foi uma alegria para sua mãe e eu, espero que vocês me deem lindos netos e tenham a felicidade de vê-los crescer com saúde e inteligência. Estou muito feliz em receber você, Cheng, em nossa família. Esqueça, por favor, as bobagens que falei no outro dia. A vida é curta demais pra gente ficar preso em preconceitos.
Li Fen que ouvia tudo em silêncio sabia quão difícil era para um homem como Deshi deixar de lado seu orgulho, de alguma forma isso foi o mais próximo de um pedido de desculpa que ela já viu ele pronunciar.
Já no carro em silêncio Deshi segura a mão de Li Fen e leva a mesma aos lábios em um beijo terno.
--Obrigado por tudo.
A frase saiu sussurada mas Li Fen a ouviu e se aproximando de Deshi, encostou a cabeça em seu ombro enquanto se enrolava no braço de seu marido.
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Um tempo pra crescer
FanfictionUm professor de matemática casado há 4 anos com um ex piloto agora empresário no ramo de motos customizadas. A família quer aumentar... Um trauma de infância... Um resgatado de trabalho escravo e um empresário. O amor pode unir mesmo as pessoas mais...