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"Mãos ficando frias
Perdendo sentimentos, envelhecendo
Eu fui feita de um molde quebrado?"

Park Jimin

Já no solo americano, sentia minhas veias saltitantes pela euforia que eu tentava conter desde que saímos do avião, o táxi que meu pai havia pedido, para em frente a nossa nova moradia, era um apartamento simples mas bonito.

Ajudo meu pai a carregar as malas até dentro do estabelecimento e lá, um homem alto que parecia estar na casa dos 40, vem até nós com um sorriso gentil.

- Olá Sr. Park!- Nos comprimenta.

- Olá- eu e meu pai nós curvamos, o homem sorri sem graça e se curva também.

- Desculpa, não costumamos nós curvar aqui- explica, eu era bom no inglês mas não excelente, mas meu pai me surpreendeu por ser ótimo na língua.

- Está tudo bem, eu que peço desculpa, é costume- sorri e suspira cansado.

- Aqui está a chave, se precisarem de mim estarei aqui- estrega a chave ao meu pai que acaba se curvando mais uma vez para agradece-lo, mas se levanta rindo.

- Desculpe, Obrigada! até logo!- meu pai diz simpático e homem apenas assente.

Subo ao seu lado até o décimo quinto andar e o lugar era aconchegante, apesar de pequeno e simples, tinha dois quartos, um banheiro, a sala que era conjunta com a cozinha, tudo bem harmônico e sútil, os móveis bem postos e decorados.

- Eu gostei!- me limito em dizer e logo escuto o resmungo do meu pai.

- Não tem que gostar, é o que temos para hoje- se joga no sofá.

- então... aqui podemos falar coreano?- pergunto indo colocar minha mala em meu quarto.

- Sim, Sim- bufa.

Olho o quarto, paredes brancas, lençóis brancos, cortinas brancas, me sentia em um manicômio, talvez eu precisa ir em um.

As palavras de hoseok ecoam na minha cabeça " tudo vai ficar bem Jimin, eu prometo".

"Tudo vai ficar bem"
" Ficar bem"
"Eu prometo"

Respiro fundo sentando na cama, talvez só por hoje eu podesse acreditar nas falsas palavras
De um grande amigo.

Abro minha bolsa e retiro a foto de minha mãe, a única que tinha sobrado, Ela sorria enquanto tocava o piano da casa dos meus avós, tão linda.

A abraço e me permito descansar da viagem turbulenta.

[...]

Acordei meio zonzo por conta do fuso horário, mas queria conhecer a tão falada Nova York.

Logo de manhã, saio de casa vendo que meu pai já não estava ali, para o meu agrado.

As ruas de Nova York eram lotadas, cheias de pessoas no seus próprios mundinhos e pensamentos, tudo um pouco pateticamente parecido com Seul, apesar da diversidade de rostos.

Entro na primeira biblioteca que encontro, satisfeito por ter encontrado meu novo lugar favorito dessa cidade.

Eu não sou uma pessoa comunicativa e muito menos extrovertida, então viver entres livro e discos era minha salvação.

Olho a pilha de livros bem alinhados, até meus olhos pararem em um livro mal posto de capa vermelha, o puxo e vejo que não tinha nenhum nome, olho ao redor me sentindo observado, mas quem me observaria? eu sou tão sem graça, que não valeria a pena.

VENOM- Pjm+JjkOnde histórias criam vida. Descubra agora