Capítulo 14

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Já desconfiados que provocariam o primeiro momento de silêncio do almoço, sem saber que haveria outros dois, esses últimos sem nenhuma influência deles, Baby e Zach dirigiam para a casa da madrinha, Baby tentando não explodir de vontade de perguntar que fim havia levado a morena do dia anterior. Quando saiu para ir à casa do pai, não ouviu vozes do corredor, o que significava que ou eles não estavam gritando, ou eles não estavam na sala, o que por usa vez abria as possibilidades de eles estarem na cozinha bebendo o café do Zach ou no quarto fazendo sexo. Não que ela se incomodasse se o Zach estivesse fazendo sexo com a tal da mulher. Não se importava a mínima. Pelo sexo. Ou pelo Zach. Só queria que ele esperasse mais de cinco segundos depois de saber que eles tinham uma filha para pular na cama com outra.

-Você deixou a sua amiga na sua casa? - Ela perguntou, como quem não queria nada, olhando a estrada à sua frente.

-Que amiga? - Zach olhou para ela.

-A... sua amiga.

-A Bee?

-Bee? Como em "abelha"?

-Não, como em "Beatrice".

-Que bobo. "Bee" - Baby não conseguiu se controlar e repetiu, a voz mole de despeito.

-Você se chama Baby – Zach riu.

-Não me chamo Baby. Me chamo Anna. Minha mãe e minha madrinha que inventaram esse apelido estúpido para mim e ele pegou.

Não era um apelido, era uma maldição. Sempre se lembrava de dar em cima do Victor e ele dizer: "Vê se cresce, Baby". E, por algum motivo, ela nunca teve forças para lutar contra ele. Se fosse conhecida apenas como Anna, sem dúvida teria tido mais chances com o Victor.

-Tenho certeza de que a Bee também tem uma história para justificar o apelido dela.

-Quer que eu te deixe no meio da estrada? - Ela virou para ele.

-Você não faria isso com o pai da sua filha, faria?

Baby olhou para ele de lado, pensando que se ele já estava insuportável assim, não conseguia nem imaginar como seria depois que o resultado do exame chegasse. Eles haviam combinado que iriam ao laboratório às oito da manhã, pois Baby estava tão assoberbada de trabalho que não podia gastar um minuto do seu dia cheio e era melhor sair de madrugada. Zach havia dito que ele podia levar a Millie, mas ela teve um ataque possessivo (interno, claro; ele pareceu acreditar plenamente que ela queria estar presente em um momento importante como aquele, o que também não deixava de ser verdade), potencializado por ainda não saber que fim a mulher com nome de abelha levou.

-Deixou a Bee no seu apartamento ou não?

-Faz diferença?

-Não.

-Ok, então. E a Millie está lá na sua madrinha até hoje porque...

-A madrinha pediu. Minhas sobrinhas também estão lá. Minha madrinha gosta de crianças, gosta dos netos e considera a Millie como se fosse um deles.

-Tá.

-Por quê?

-Só curiosidade.

-Você não é um chato controlador, é?

-Não, só estava curioso. De verdade.

Baby esperou cinco minutos. Cinco longos minutos. Uma música e meia da sua playlist. E então, xingando os piores nomes que aprendeu na sua vida convivendo com todos os bocas sujas da sua família, ela deu seta e parou o carro no acostamento. Zach olhou para os lados:

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