Capítulo 27 - Projeto Kara

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Olá!

Antes de tudo, pedimos desculpas a possíveis biólogas (os) que lêem essa fic. Nós não somos da área e tudo que escrevemos aqui sobre clonagem, obviamente, é mera ficção. Então, nos perdoem por qualquer erro grotesco que possamos ter cometido, apesar de sempre termos pesquisado o máximo que podíamos para tentar passar algo que fosse minimamente crível na trama.
Segundo, esse capítulo é focado na origem das clones e também em Cat. Depois dele, o enredo se voltará mais para Kara/Lena e como ficará a relação delas. Não falta muito para a fic acabar e esperamos que quem ainda esteja por aí, goste dessa reta final.
Boa leitura!

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Por mais de trinta e dois anos, Cat Grant sofreu com um pesadelo bem real, onde as pessoas descobriam seu segredo e ela era exposta ao linchamento público, tendo sua reputação, tão cuidadosamente construída ao longo de décadas, destruída em pouco tempo, talvez em minutos, sem que lhe fosse dada a menor chance de se explicar ou se defender.

Esse pesadelo recorrente levou-a a acordar em diversas noites, sentindo-se trêmula e aterrorizada, desejando jamais ter conhecido Ewa Kania, a imigrante polonesa, sua colega e melhor amiga na faculdade, a mulher que, mesmo morta há tantos anos, continuava viva de sete maneiras diferentes e, de algum modo, permanecia perto dela, ao menos geneticamente.

Ainda criança, Ewa fugiu com a família para os Estados Unidos, numa viagem que começou pelo Mar Báltico, atravessou o Oceano Atlântico e naufragou antes de aportar na Baía de Nova York, matando afogados seus pais e sua irmã gêmea, Kara. Horas depois, a menina exausta, além de faminta e traumatizada, foi resgatada por um barco pesqueiro. Com o passar das semanas, sua custódia acabou sendo concedida a uma tia que já morava no Brooklyn e que reconheceu Ewa através das reportagens de TV feitas na época sobre o trágico naufrágio.

Autodidata, Ewa logo mostrou grande curiosidade sobre assuntos relacionados à biologia, principalmente no campo da anatomia, dedicando horas de seu tempo a estudar e desenvolver pesquisas independentes sobre o funcionamento e a estrutura dos organismos vivos. Sua dedicação e excelente desempenho escolar levaram-na a conseguir uma bolsa de estudos no curso de Medicina da prestigiada universidade de Yale, lugar onde acabou por conhecer outra estudante, chamada Catherine Grant. As duas eram da mesma turma e, apesar da timidez de Ewa, logo se tornaram amigas.

O tempo passou e a estudante ainda mantinha contato com a tia, que permaneceu no Brooklyn, até ela falecer três anos depois de Ewa já estar em New Haven, cidade onde estudava. A morte da única parente que lhe restara serviu para aproximar Ewa ainda mais de Cat, tornando-as inseparáveis, sendo vistas sempre juntas pelo campus. Era uma relação tão simbiótica que se alguém quisesse encontrar uma delas, bastava apenas procurar pela outra.

Na universidade, desenvolveram em conjunto uma tese sobre o mapeamento do Genoma Humano e o estudo chamou a atenção de institutos interessados em financiar pesquisas na área. Com a conclusão do curso, elas logo foram contratadas pelo Instituto Vita, onde conheceram e passaram a trabalhar com Samuel Lane, um jovem cientista inglês com especialidade em reprodução assistida.

Ao mesmo tempo que desenvolvia as pesquisas sobre a estrutura do genoma, Ewa colocou em prática outro projeto bem mais ambicioso e controverso: criar embriões a partir de seu próprio material genético. Ela denominou o experimento de "Kara", em homenagem a irmã morta de forma trágica e prematura anos antes. Ewa nunca superou realmente a perda de sua gêmea e ficou obcecada pela ideia de "recriá-la" desde que lera, na adolescência, um artigo em defesa da clonagem publicado pelo geneticista Joshua Lederberg¹ no Washington Post.

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