𝘪𝘮𝘢𝘨𝘪𝘯𝘦𝘴 ༚ 𝘰𝘶𝘵𝘦𝘳 𝘣𝘢𝘯𝘬𝘴

𝟐 | 𝐉𝐉 𝐌𝐚𝐲𝐛𝐚𝐧𝐤

{𝐄𝐬𝐭𝐞 𝐜𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐫 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐦 𝐭𝐢𝐩𝐨 𝐝𝐞 𝐠𝐚𝐭𝐢𝐥𝐡𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐭𝐞𝐫 𝐦𝐞𝐧𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐚̀ 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞, 𝐮𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐝𝐫𝐨𝐠𝐚𝐬 𝐢𝐥𝐢́𝐜𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐞 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐛𝐚𝐢𝐱𝐨 𝐜𝐚𝐥𝐚̃𝐨. 𝐂𝐚𝐬𝐨 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐞 𝐬𝐢𝐧𝐭𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐟𝐨𝐫𝐭𝐚́𝐯𝐞𝐥, 𝐬𝐮𝐠𝐢𝐫𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐥e𝐢𝐚; 𝐨𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐝𝐚}

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𝐐𝐮𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐭𝐞𝐫 𝐯𝐨𝐜𝐞̂ 𝐭𝐨𝐝𝐚 𝐧𝐨𝐢𝐭𝐞, 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚 𝐋𝐮𝐚 𝐭𝐞𝐦 𝐨 𝐦𝐚𝐫

— Você é uma decepção 'pra mim sabia, S/N?!

Estava sentada no sofá da sala, ouvindo os gritos histéricos da minha mãe há, provavelmente, uma hora e meia.

"Mommy issues" é uma coisa louca, e eu tive isso desde sempre. Ou pelo menos, desde que meu pai foi comprar maconha e nunca mais voltou. Nem 'pra trazer 'pra mim?!

— Sabe de uma coisa? A Kiara sim é um exemplo. Você deveria ser igual ela.

Isso foi a gota d'água para eu explodir por dentro... Ou por fora mesmo.

— Que se foda a porra da Kiara, mãe. Eu não sou ela, 'tá legal?! Não é porque ela é uma Kook, ou porque ela estuda que nem uma desgraçada, que ela é perfeita. Você nem a conhece.

Minha mãe estava brigando comigo porque, me flagrou usando maconha. E ela, por acaso é o melhor exemplo de mãe, né? Cocaína, heroína, metanfetamina, cigarro, sem contar todos os 900 dólares em bebida todo mês.

Poderíamos estar bem melhor, mas ela gasta tudo em seus vícios, ou em dívidas.

Isso foi o motivo para ela desencadear a típica briga de três horas, de sempre. O mesmo abuso psicológico de sempre, as mesas comparações de sempre. Ah, se ela soubesse que a Kiara não é a flor que se cheire...

— Não me responde assim, eu sou sua mãe! — ela gritava de volta, em alto e bom som, se aproximando lentamente de mim.

— Minha mãe? — ri ironicamente, olhando para o lado — Se você acha que brigar toda hora com a filha, bater nela e ser uma bêbada é ser mãe... Parabéns, você a melhor mãe do universo. — dei ênfase no "melhor".

— Faço o melhor que posso, 'tá bom?

— Você jura que, esse — usei os dedos para apontar para mim e ela — é o seu "melhor"? — fiz aspas com a mão, já abrindo a porta da frente para ir embora daquele lugar.

Aquilo com certeza era tudo, menos meu lar. Eu não via a hora de conseguir um salário melhor no The Wreck, para pagar uma casa, ou até mesmo ajudar John B, assim moraria com ele.

— Volta aqui mocinha. — minha mãe segurou meu pulso esquerdo, fazendo o mesmo doer.

— Vai cheirar um pó e me larga, porra.

Se arrependimento matasse eu 'tava morta. Ou estaria morta pela surra que iria levar a seguir.

Nisso, minha mãe pegou meu pulso e me virou de frente 'pra ela, fazendo com que eu levasse um soco no nariz e depois, batendo minha cara na parede ao lado da porta.

— Cara, você 'tá louca! — gritava por socorro, tentava revidar ou fugir dali. Mas, não dava.

Claro, não era a primeira vez que isso acontecia. Óbvio que não.