Eu não era louca.
Ou talvez as pessoas nos vissem assim. Não é à toa que eu, Rafe e os Pogues estamos presos num manicômio. Isso mesmo. Um manicômio. É uma longa história, mas senta aí que vou te contar.
Nós havíamos matado Ward Cameron. O motivo é óbvio, mas cada um tinha o seu. Rafe odiava seu pai por ter sido uma péssima figura paterna, Pope havia sofrido racismo diversas vezes além de ter seu ouro roubado, Sarah havia sofrido com essa busca idiota do Royal Merchant e eu... Bom, eu namorava Rafe. O que era suficiente para Ward me odiar, não é mesmo? Quer dizer, John B que diga né.
E então, na audiência, prestes a sermos presos, nos deram insanidade mental como veredito. Ou seja: estamos presos num hospício. Uma história louca, mas nunca para nós. Até mesmo Rafe estava nessa, já que havia feito uma trégua conosco... Claramente a minha trégua foi dar pra ele. De que outra forma eu o perdoaria?
— Tá preparada, maninha?
Então, esqueci de mencionar um fato importante: sou a irmã mais nova do Pope. É, pois é. A história consegue ficar cada vez mais estranha e aleatória. E se acalme, que vai ficar melhor.
A fuga.
Estávamos nos preparando para fugir daquele inferno. Claro que de tantos traumas que havia adquirido, até era justo eu estar lá junto de meus amigos e namorado. Mas que se foda, não aguento mais comer sopa de abobrinha e tomar 4 pílulas por dia.
Notei que o alarme do alerta azul tocava nos corredores brancos e sem vida daquele lugar, e essa era minha hora de agir. Como era mecânica antes de estar nesse fim de mundo, sabia como desligar os fios certos das caminhonetes que eram supostas "ambulâncias" para que os seguranças do local nãos nos perseguissem. E fiz isso com cautela, enquanto Pope desligava todas câmeras, rádios e meios tecnológicos.
Não tive tempo de pensar, apenas agi. Pulei o muro alto e verde do lugar, que estava mais para inferno. Segui meu irmão com os olhos e corríamos como lebres. Olhei para trás de relance e abaixei meu boné, me despedindo do meu antigo purgatório, que se Deus quiser nunca mais pararei lá.
Porém, rapidamente fui tomada por ansiedade ao notar apenas a presença do meu irmão.
— Cadê o resto do bando de lobos, Pope? — gritei no meio das ruas agitadas de Outer Banks.
— Puta que me pariu. — vi Heyward desesperado no meio da tempestade em que estávamos.
Talvez eles tenham nos perdido no meio dessa chuva, pensei. Não, óbvio que não. Caralho, nós caçamos ouro durante um ano e meio pra eles se perderem num temporal? Impossível.
E como felicidade de Pogue dura pouco, ouvi a sirene da polícia vindo em minha direção.
— Pop...
E também não via mais meu irmão. Jesus Cristo, como tudo pôde dar errado em 2 minutos de fuga?
— Você tá na ronda? — um policial calvo e barrigudo me questionou, colocando seu boné para se proteger da tormenta.
— O que? — é sério que ele estava me confundindo com uma policial?
— Você tá na ronda? — outro policial reforçou a pergunta — Ou está atrás daqueles dementes fugitivos do hospital psiquiátrico?
— Ah sim, sim — concordei tentando me disfarçar diante de meu boné — Estou atrás deles.
— Ótimo, — o primeiro tira bate em meu ombro — toma cuidado com essa chuva hein?
Acenei com os dedos, concordando. E então, para gratidão de meus pensamentos, eles foram embora.
Vi o carro deles indo em direção a uma rua, e ao segui-los com os olhos, notei uma revendedora multimarca. Traduzindo: uma loja de carros. Não sei nem como explicar o tanto de brilho que minhas írises exalavam. Aquilo era perfeito, podia pegar um carro ou uma moto e ainda achar meus amigos e ajuda-los.
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𝘪𝘮𝘢𝘨𝘪𝘯𝘦𝘴 ༚ 𝘰𝘶𝘵𝘦𝘳 𝘣𝘢𝘯𝘬𝘴
Fanfiction+𝟏𝟒: 𝐄𝐬𝐭𝐞 𝐥𝐢𝐯𝐫𝐨 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐢𝐧𝐝𝐢𝐜𝐚𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐥𝐞𝐢𝐭𝐮𝐫𝐚 𝐝𝐞 𝐦𝐞𝐧𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝟏𝟒 𝐚𝐧𝐨𝐬! ━━ 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝙙𝙚 𝙤𝙣𝙚 𝙨𝙝𝙤𝙩𝙨 𝙚 𝙞𝙢𝙖𝙜𝙞𝙣𝙚𝙨, 𝙥𝙖𝙧𝙖 𝙫𝙤𝙘𝙚̂, 𝙨𝙚 𝙥𝙖𝙨𝙨𝙖𝙧 𝙥𝙤𝙧 𝙎/𝙉 𝙘𝙤𝙢 𝙤𝙨 𝙞𝙣𝙩𝙚...