10. A verdade veio à tona

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Oiioii, olha eu aqui de novo! Eu sei que deveria estar atualizando Season of the Witch logo depois de ter atualizado essa daqui, mas é que eu já estava com esse capítulo quase pronto, e consegui finalizar ele hoje. Por isso resolvi postar ele logo. Não se preocupem que eu vou atualizar Season of the Witch.

Boa leitura!
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Shoto caminhava pelo jardim do castelo, pensando em tudo que passou. Não estava contente com o que havia feito, mas já esperava que seria assim. Não achava que ser rei seria esse mar de rosas que todos achavam. Hawks já estava preso há quase dois dias, e nesse tempo Fuyumi mal olhou em sua cara. Mas ele não poderia julgar. Se algum de seus familiares fosse o rei em seu lugar e mandasse prender a pessoa a qual ele ama, ele agiria do mesmo jeito.
Shoto avistou sua mãe mais adiante. Ela observava a filha, Fuyumi, treinando com arco e flecha. Há muito tempo que a jovem não praticava. Talvez estivesse mesmo irritada.
— Espero que ela não esteja imaginando meu rosto naquele alvo. — Shoto se aproximou de sua mãe.
— Não tenha dúvidas disso! — Rey respondeu sem desviar os olhos de sua filha. — Ela foi falar comigo. Pobrezinha, não parava de chorar. Disse que você nem ao menos a deixa visitá-lo. — Ela olhou para o filho dessa vez. — Barrou a entrada de sua irmã às masmorras?
— Não quero que ela se encontre com aquele traidor. Ela está cega de amor.
— Ela teme que você mande o executar. É o que pensa em fazer?
— A família Yaoyorozu exige isso, pelo que ele tentou contra a Lady deles. Já os nobres das Terras Minerais exigem um julgamento antes.
— Mas o que você pensa em fazer? — Ela tornou a perguntar.
— Por mais que executá-lo agora seja tentador, eu vou optar pelo julgamento. Isso evita uma possível guerra civil entre os nobres. — Ele voltou a olhar para a irmã. — Você acha que algum dia ela vai me perdoar?
— Não sei dizer. Ela acredita muito na inocência dele.
— E você acha que ela está certa?
— Bem, fica difícil defendê-lo com todas as provas contra ele, isso eu entendo. Mas a forma como ela crê nele…
— Não vai me dizer que acredita nele também? — Shoto olhou incrédulo para sua mãe.
— Ah, pelo amor de Deus, Shoto! Só estou tentando entender o lado da minha filha. O lado da sua irmã. — Ela o respondeu, irritada. — Quer saber o que eu acho? Acho que ela nunca vai te perdoar se você não deixá-la nem ao menos vê-lo. — Shoto permaneceu em silêncio. — Tome a decisão que achar melhor. Só quero que pense melhor em suas ações. — Rey finalizou antes de sair, o deixando sozinho.
Shoto pensou no que sua mãe lhe disse. Não queria passar o resto de sua vida brigado com sua irmã, por mais que isso fosse inevitável no momento. Não poderia deixar de fazer o que era certo, por mais que isso fosse magoar quem ele ama. Porém, quero demonstrar para a irmã que os sentimentos dela são importantes para ele. Sabia que não se resolveriam, mas poderia ao menos confortá-la permitindo que ela o visitasse. E no fim, sua mãe sempre está certa.
Shoto caminhou até a área dos alvos, onde sua irmã disparava as flechas. Chegou silenciosamente por trás dela, a vendo mirar no alvo com calma, logo depois disparando de forma certeira no centro.
— Você sempre foi boa nisso. Muito melhor do que eu e o Natsuo. — Tentou começar uma conversa com ela, porém foi ignorado. Fuyumi pegou outra flecha e mirou no alvo novamente. — Fuyumi, por favor. Eu só quero conversar com você.
— Você decidiu que vai libertar o Hawks? — Ela perguntou de forma seca, sem nem ao menos se virar para encará-lo.
— Você sabe que eu não posso fazer isso.
— Então não temos nada para conversar. — Falou, disparando a flecha no centro do alvo.
— Eu sei que você o ama, mas precisa entender que ele não é perfeito. Ele tem que pagar pelo crime que cometeu. Ou se não, de que servem as leis?
— Ele estaria pagando pelo crime se ao menos tivesse o cometido. — Ela retrucou.
— Mas você continua com isso? Mesmo depois da evidência você ainda insiste em dizer que ele é inocente? O que mais você precisa pra entender…
— Só vou acreditar quando ele mesmo disser que fez isso. — Fuyumi finalmente o olhou nos olhos, falando com convicção.
— Desse jeito é bem fácil, não é? Qualquer um poderia negar todas as acusações sobre si, e pronto. É considerado inocente.
— A diferença é que eu o conheço o suficiente para saber que ele não faria isso. Você entenderia se estivesse no meu lugar. O que você faria se acusassem o Midoriya de algum crime, por exemplo?
Shoto não respondeu sua hipótese. Sentiu seu coração acelerar ao ouvi-la falar o nome do amigo. Fuyumi nada mais disse, voltando sua atenção para as flechas.
— De qualquer forma, eu vim dizer que autorizo você a visitá-lo, se quiser. — Ele quebrou o silêncio, vendo Fuyumi abaixar seu arco e flecha, o qual mirava no alvo. — Mas não sozinha. — Completou.
— Vai mandar o Iida pra ficar de olho em mim por acaso? — Ela voltou a mirar no alvo.
— Não será necessário. Eu mesmo vou com você. — Ele respondeu.
— Ah, melhor ainda. — Fuyumi falou em um certo tom de ironia, disparando sua última flecha no alvo. — Tudo bem então. Se essas são as suas condições... — Ela guarda o arco em seu devido lugar, e olha diretamente para Shoto. — Eu quero vê-lo agora mesmo!
Já dentro do castelo, Shoto e Fuyumi andavam pelos corredores, lado a lado. Ambos os irmãos não trocaram sequer uma palavra durante o percurso. O caminho todo seguiu em um silêncio bastante desconfortável. Eles desceram as escadas que davam para a ala da masmorra. Seguiram pelo corredor com pouca luz, andando até a cela do ex conselheiro. Fuyumi não sabia nem descrever a repulsa que sentiu naquele lugar, e só de pensar que seu amor estava preso ali lhe doía o coração.
O carcereiro abriu a cela onde Hawks estava. O prisioneiro, que antes estava sentado no chão e de cabeça baixa, levantou seu olhar ao ouvir o barulho da porta. Fuyumi foi correndo para lhe abraçar. Ela se abaixou, o tomando em seus braços.
— Finalmente consegui vir, meu amor. Como você está? — Ela o perguntou, o apertando forte.
— Já tive dias melhores. — Respondeu, tentando manter seu bom humor para tranquilizá-la.
Ele correspondeu seu abraço. Entretanto, sentiu uma pontada de dor nas costas, no local onde ela o apertava com os braços para abraçá-lo. Seu gemido de dor foi ouvido pelos dois irmãos, que o olharam, confusos.
— O que houve, Hawks? — Fuyumi perguntou, preocupada. — Você mandou que o torturassem, foi isso? — Ela perguntou ao irmão, furiosa.
— Claro que não, Fuyumi. Não diga bobagens! — Shoto a respondeu, sério.
— Não é isso, querida. É… bem, isso é… minha doença atacando de novo. — Ele explicava com certa dificuldade, deixando-os surpresos.
— Eu nem sabia que você tinha uma doença. — Shoto se pronunciou.
— Não é algo que eu saia contando aos quatro ventos, majestade. — Hawks respondeu de forma séria. Shoto apenas se calou e o deixou continuar. — É uma doença que eu tenho desde… desde sempre, na verdade. Ela aparece esporadicamente, e quando aparece eu sempre trato com o meu médico.
— Ele precisa de cuidados médicos, Shoto. — Fuyumi olha para o irmão, implorando. Shoto a encarou sem saber o que responder. — Shoto, por favor! Se não for soltá-lo, então pelo menos o deixe ser atendido pelo médico até o dia do julgamento. Eu só te peço isso. Por favor! — Fuyumi implorou mais ainda. Era possível ver lágrimas se formando em seus olhos.
Shoto não queria desapontá-la de novo. Sabia que se deixá-lo ali para morrer, ela o odiaria para sempre. Ele olhou para Hawks, que parecia tão desesperado quanto Fuyumi, apesar de tentar não deixar transparecer isso.
— Está certo! Você receberá os devidos cuidados na enfermaria. Mas não sairá de lá. Os guardas ficarão vigiando a porta durante todo esse tempo. Afinal, você continua sendo um prisioneiro.
Aquilo foi o suficiente para tranquilizar o casal. Fuyumi o agradeceu, e abraçou Hawks mais uma vez. De alguma forma, Shoto se sentiu um pouco melhor por ter feito sua irmã sorrir de novo.
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Midoriya, juntamente com Momo e Kendo, passeavam pela biblioteca do castelo. Estavam preocupados com o jovem rei depois de sua decisão e de sua briga com a irmã, mas decidiram deixá-lo sozinho a pedido do mesmo. Ambas as ladys passaram a acompanhar o rapaz, já que não haviam visto a biblioteca até o momento. Eram duas jovens bastante curiosas, e Midoriya era um rapaz um tanto sábio para sua idade. Era a amizade perfeita.
— Você já viajou para as cidades da ilha de Helenia? Que incrível! Eu sequer viajei para fora dos sete reinos alguma vez. — Momo parecia encantada com as aventuras dele.
— Deve ter sido uma viagem e tanto! — Kendo completou a fala da Lady.
— É um lugar muito interessante. Toda a cultura, filosofia, alquimia, e até mesmo o idioma soa bem. Claro, a prática de escravidão não é algo que me agrada, no entanto. — Midoriya falava sobre o local. — Meu pai nasceu e cresceu lá. Ele sempre me contava quando eu era pequeno.
— Por isso você entende tanto de alquimia. Não ensinariam isso de bom grado por aqui. — Kendo falou, se referindo às práticas da igreja no continente.
— Ainda é possível encontrar bons livros sobre o assunto. — O mensageiro pega alguns dos livros e os deposita nos braços da jovem. — Eu conheço essa biblioteca com a palma da minha mão. Sei onde encontrar. — Elas então o seguiram.
Os três saem da biblioteca, carregando diversos livros em seus braços. Cada um carregava pelo menos uns cinco ou seis. Eles andavam devagar, a fim de evitar que os livros caíssem.
— Talvez eu tenha exagerado um pouco. — Midoriya falou, envergonhado.
— Se pelo menos tivesse mais alguém para ajudar a carregar os livros… — Kendo quase deixa um deles cair.
— Ah, bem na hora. Vejam, uma das criadas bem ali. — Momo apontou para a mulher que andava mais adiante no corredor.
Eles andaram até ela, chamando sua atenção. Ela os olhou, assustada. A criada estava prestes a entrar em um dos quartos quando os ouviram chamá-la. Ela rapidamente esconde algo que segurava atrás de si. Eles então estranham sua atitude.
— S-sim? O que desejam? — Ela tentou disfarçar.
— Só queríamos que nos ajudasse a levar esses livros. O que você esconde aí? — Momo apontou para a mão que ela mantinha nas costas.
— N-nada, milady. — Ela respondeu.
— Então não se importa em nos ajudar. Certo? — Midoriya nem esperou que ela respondesse, entregando seus livros para que ela segurasse.
A criada fez o que pôde para segurar tudo, tanto que até mesmo se descuidou e acabou baixando sua guarda. O rapaz não poupou tempo, e logo pegou o que ela tentava esconder de sua mão.
— Ah não, senhor. Espere… — Ela tentou se explicar, mas já era tarde. Ele identificou o que era.
— Um carimbo de selo. — Midoriya analisou o objeto, vendo o desenho o qual o carimbo fazia. — Um falcão em um fundo vermelho. — Ele falou, olhando para a criada que temia por ter sido pega. — Eu sei que quarto é esse. É o quarto do Hawks. — Ele constatou. — Por que o carimbo dele estava com você?

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