27. A grande cidade de Milani

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 Ochako estava há algumas semanas na ilha de Drackma e já havia chocado cerca de uma dúzia de ovos de dragões. Eles ainda eram pequenos, mas já traziam um pingo de esperança para a população da ilha. A feérica também havia cuidado da ferida do dragão de Ryuko, que já se sentia muito melhor, mesmo ainda não podendo voar. E quando não estava ocupada com os ovos de dragões e cuidando dos dragões feridos, se ocupava treinando sua magia com o livro que a rainha de Newydd lhe deu, ou então lendo qualquer outra coisa.

Sentada em uma grande mesa dentro de uma das cabanas para se esconder do sol escaldante, Ochako lia alguns dos livros que pegou. Um deles era totalmente escrito no idioma helênico. Ao lado dele, outro livro que era um dicionário com as palavras traduzidas para o draconiano, idioma o qual Ochako já estava bem familiarizada.

— Aprendendo sobre o inimigo? — Ochako virou-se para o lado, vendo Bakugou.

— Sim. Achei interessante que algumas das letras se parecem um pouco com o do alfabeto da língua comum em Elandria. Deve ser a influência da língua helênica no sul do continente. Ainda assim é uma língua um pouco difícil, porém muito bonita.

— Tsc! Nem é isso tudo. O draconiano é muito mais bonito.

— As duas são bonitas de suas maneiras. — Ochako riu da reclamação do loiro. — Eu vejo o draconiano como uma língua forte e imponente. Já o helênico soa de uma forma mais doce e poética.

— Helenos não são nada doces e poéticos.

— E que sociedade é? — Ochako questionou o loiro que deu de ombros. — Enfim, só quero saber mais com quem estamos lidando. E você, alguma atualização?

— Responderam nossa mensagem. O governante da cidade de Milani nos enviou uma carta a respeito de nossas exigências para nos devolver nosso ouro e as pessoas do nosso povo que foram presas e escravizadas. Ele, "amistosamente", nos convidou para um jantar em seu palácio à beira-mar. — Bakugou disse com sarcasmo em sua voz, fazendo aspas com seus dedos.

— E você acha que ele vai acatar as exigências?

— Mas nem fudendo que ele vai. Provavelmente nos convidou para lançar ameaças da forma "amistosa" dele de ser, ou vai tentar nos subornar com alguma quantia de dinheiro, ou então as duas coisas. Mas nunca vão liberar algum escravo que for. Não no momento atual em que vivem. Eles não iriam querer mais uma das grandes cidades se tornar abolicionista.

— Quantas cidades você disse haver em Helenia?

— Quatro grandes cidades, e outras pequenas cidades subordinadas a elas. As cidades de Milani, Téssalo e Belos são escravistas. Já a grande cidade de Líade se tornou abolicionista há duas décadas atrás na revolta dos escravos.

— Revolta dos escravos? — Ochako ouvia, atenta e curiosa.

— Na época, os escravos de Líade se revoltaram contra seus mestres. A revolta foi liderada por um escravo chamado Stain. Ele não poupou nenhum escravocrata, e empalou mais de dois mil mestres de escravos no final da revolta. — A feérica se mostrou surpresa com a história. — Alguns escravos ainda tentaram fugir para Líade, mas muitos foram pegos.

— Isso é muito triste. — Ochako disse, e Bakugou concordou. — A gente vai conseguir recuperar seu povo. Vamos dar um jeito. — Ochako pousou sua mão na mão de Bakugou, olhando confiante para ele.

Bakugou olhou para a pequena mão da feerica. Ele a segurou de volta, gentilmente, olhando nos olhos dela, confiante de que fariam tudo que estiver ao seu alcance, como uma equipe. Ele acenou com a cabeça, decidido.

— É. Vamos dar um jeito.

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Já era fim de tarde na grande cidade de Milani. Enquanto caminhavam pela orla, Ochako pôde ver a bela arquitetura do local, com construções na cor branca e com muitas colunas.

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