14. O cavaleiro desconhecido

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Oiioii! Antes de lerem o capítulo, queria esclarecer uma coisinha. O personagem que aparece nesse capítulo de nome Kiba é o vilão que aparece no episódio 12 da 5ª temporada. Ele é derrotado pelo Bakugou e pelo Shoto logo depois deles conseguirem tirar a licença provisória. Esse vilão não tem nome pelo que eu vi, então dei o nome dele com base no dublador dele. Vó deixar nas notas finais mais sobre ele caso ainda não se lembrem dele.
Dito isso, vamos ao capítulo!

Boa leitura!
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Depois de um tempo dentro da carruagem, os recém coroados rei e rainha haviam chegado na fortaleza onde seria realizado o torneio. A carruagem foi aberta para que pudessem sair. Observaram o espaço onde seriam realizadas as competições de arco e flecha, justas, e combates com espadas. Cavaleiros de várias partes do reino haviam comparecido por causa dos prêmios, e até mesmo para conquistarem um lugar na guarda real. Era a chance, até mesmo, para cavaleiros de baixa patente da própria capital poderem subir de nível.
Nas carruagens que vinham logo atrás, estavam Kendo e Midoriya. A lady parecia a mais animada, pois adorava os torneios, e há tempos não assistia algum. Momo sorriu, acenando para sua lady.
— Não está animada? Para qual cavaleiro irá torcer? — A ruiva chacoalhou o braço da rainha, animada.
— Não faço ideia. Não pensei nisso ainda. — Ela riu com o entusiasmo de Kendo.
— Terá muito tempo para decidir. Muitos dos cavaleiros conquistam o público pelo carisma, ou pelas habilidades em luta. — Shoto falou, olhando para os cavaleiros já se posicionando para a prova de arco e flecha. — Temos muitos participantes dessa vez.
— Algum aqui da capital? — Kendo os observava para ver se reconhecia algum deles.
— Alguns que eu conheço vão participar. — Midoriya a respondeu, já vendo alguns rostos familiares. — Eu aposto tudo no Mirio. Ele vem se destacando muito nos treinos e missões de patrulha. — Ele apontou para o cavaleiro loiro que colocava seu elmo na cabeça.
— Me parece alguém ótimo para torcer, então. — O rei concordou com a aposta do mensageiro.
Os quatro foram se sentar em seus lugares. Foram para a parte mais alta da plateia, de onde tinham uma vista privilegiada do torneio. Com o tempo, mais pessoas foram chegando. Rey havia chegado com seus outros dois filhos, Natsuo e Fuyumi, e junto da jovem, também estava Hawks. O ex conselheiro agradecia por estar bem a tempo do torneio, pois também estava ansioso para assistir. A competição de arco e flecha seguiu normal, com seus campeões sendo aplaudidos ao final.
Porém, as competições mais aguardadas eram as justas e combates com espadas, onde grande parte dos cavaleiros de fato iriam competir. Essa era a hora em que os nobres da plateia aproveitavam para apostarem uns contra os outros para ver quem venceria.
— Muitos estão apostando em algum cavaleiro da capital. São sempre os que caem nas graças do público primeiro. — Natsuo assistia ao torneio enquanto ouvia sobre as apostas dos outros.
— Mas eu ouvi dizer que o favorito dessa vez é Kiba Walker. — Hawks contrariou seu cunhado.
— E quem seria esse? — Shoto o perguntou, não se recordando de tal nome.
— Não o conhece? O pai dele serviu a guarda quando seu pai ainda reinava. Creio que ele tenha morrido no ataque àquela vila feérica nas Terras Pluviais também. — Hawks o explicou. Shoto arqueou a sobrancelha, já prevendo que nada de bom viria daquele sujeito. — Mas ele era um grande cavaleiro. Creio que Kiba irá seguir os passos do pai.
— Ouvi dizer que ele treinou grande parte de sua vida com os melhores cavaleiros das Terras Santas. É verdade? — Midoriya havia se lembrado desse fato ao avistar, do outro lado da plateia, o filho do antigo bispo, e atual lorde das Terras Santas, Kai Chisaki. Ele havia chegado pela manhã, e até então não havia cruzado o caminho do rei, mas com certeza gostaria de ter atenção de Shoto mais tarde.
— É sim. Recebeu um treinamento de primeira. — Hawks confirmou a informação.
Era a vez do tal Kiba competir na justa. O jovem de cabelos platinados aproveitava dos aplausos e torcidas. Ele iria contra Mirio, que já se posicionou mais à frente. Ambos colocaram seus elmos, e apontaram suas lanças um para o outro. Com a lança em uma mão, e o escudo na outra, lhes foi dado o sinal para dar início. Os cavalos nos quais estavam montados começaram a trotar um na direção do outro.
A emoção era muita para saber qual deles iria cair. Como Midoriya havia dito antes, estava torcendo muito para que Mirio levasse a melhor nessa competição. Por influência do esverdeado, é por não ter ido com a cara de Kiba, Shoto também torcia para o loiro.
Ambos os cavaleiros cavalgavam a toda velocidade. Foi então que Kiba acertou sua lança no escudo de Mirio primeiro, fazendo com que o loiro caísse de seu cavalo devido ao impacto. Tudo que se ouviu foi a plateia vibrar com a vitória do platinado. Midoriya olhava para o cavaleiro, preocupado com a queda que ele levou. Por sorte, ele estava bem, e alguns outros cavaleiros o ajudaram a levantar. Shoto olhou para Kai do outro lado da plateia. O lorde sorria e aplaudia a vitória do cavaleiro. O rei franziu a testa, descontente com o resultado.
— Coitado! Espero que ele não tenha se machucado muito. — Momo lamentou pela derrota de Mirio.
— É uma pena. Eu estava realmente começando a torcer por ele também. — Shoto também lamentou.
Era tradição que o campeão da competição de justa entregasse uma rosa para alguma das damas da plateia, a declarando a dama mais bela. Não era o momento mais esperado, já que todos iam para assistir as competições, que era o que de fato agitava os espectadores. Porém, muitas das mulheres na plateia estavam animadas já que Kiba era o queridinho do torneio, e muitas delas queriam ter a atenção dele.
Com a rosa em mãos, Kiba passou o olho pela plateia. Muitas estavam na expectativa de receber a rosa, mas o olhar do cavaleiro foi direto para o local mais alto, onde suas majestades estavam. Ele sorriu, cavalgando até lá. A plateia toda o acompanhou com os olhos, o vendo entregar a rosa para Kendo. A lady estava chocada, pois não esperava por isso. Shoto o olhou com desconfiança, não gostando dessa aproximação repentina. Mas quem não havia gostado disso mais ainda foi Momo, que olhava toda aquela situação com certa repulsa.
— Uma rosa para a mais bela rosa do torneio! — O cavaleiro disse de forma galante.
— Err… obrigada. — Kendo pegou a rosa, agradecendo de forma educada, por mais que estivesse sem graça.
Houve uma pequena pausa entre as competições, para os competidores restantes descansarem e para os convidados comerem do banquete ao ar livre. Os nobres aproveitaram esse tempo para discutirem sobre as justas que ocorreram, e para apostarem na próxima modalidade que era o combate com espadas.
— Eu juro que se eu ouvir mais alguém falando sobre o Kiba perto de mim, eu vou enlouquecer. — Shoto revirava seus olhos, impaciente com toda aquela bajulação pelo cavaleiro.
— As pessoas gostam dele por ser alguém de nome, e também pelas habilidades, isso é inquestionável. — Midoriya estava com ele enquanto comiam algo em uma das mesas.
— Pois eu não fui com a cara dele. Algo nele me trás um mal pressentimento.
— Algo tipo… o lorde das Terras Santas? — Midoriya o perguntou, vendo o cavaleiro conversando com Kai Chisaki. O lorde, aparentemente, o parabenizou pela vitória.
— Sim. Tudo que venha da igreja, ou que tenha relação com o governo do meu pai eu desconfio.
— Você não é o único. — Midoriya olhou para onde Momo estava, junto de Kendo. O cavaleiro terminou sua conversa com o lorde, indo se aprontar para a próxima luta. Ao passar pelas duas, ele as cumprimentou, dando uma atenção a mais para a lady. — Momo também deve ter desconfiado dessa aproximação com a lady dela.
Shoto voltou seu olhar para Kai Chisaki, que também o avistou de volta. Suspirou, insatisfeito ao vê-lo se aproximar.
— Vossa majestade! É um prazer finalmente poder vê-lo. — O lorde o cumprimentou de forma educada, e com seu melhor sorriso.
— Igualmente! É sempre bom poder receber um lorde de muita fé assim como você. — Shoto foi o mais simpático que pôde.
— É dever do clero espalhar a palavra de Deus pelas catedrais do reino. E já que um de nossos padres foi assassinado, eu mesmo quis vir. — As palavras soaram de forma ríspida, mas a expressão no rosto de Kai era a mais serena o possível. Aquele homem era o mais cínico que Shoto já havia visto.
— Bom, a lei serve para todos. Ninguém está impune, nem mesmo o mais santo dos homens. — Shoto o contestou com o mesmo tom de simpatia.
— De fato, a lei serve para todos. — Kai sorria, concordando com a fala do rei. — Que Deus o tenha! Era um bom homem, corrompido por tentações mundanas.
— Que ele possa pagar pelos pecados para ir ao reino dos céus então. — Shoto retribuiu o sorriso.
Enquanto isso, Midoriya apenas observava, calado, todo aquele diálogo passivo-agressivo. Agradeceu a Deus por ouvir o som das trompas, anunciando o retorno das competições.
— Bem, parece que o intervalo acabou. Espero poder vê-lo mais vezes durante minha estadia na capital! — O lorde se despediu, voltando para a arquibancada do torneio.
— Que ele queime no inferno, isso sim! — Shoto finalmente pôde desfazer sua pose de simpatia. — Nunca vi ninguém mais debochado que esse lorde. Ele exala cinismo.
— Eu também notei. Esse homem é perigoso. É melhor tomarmos cuidado com ele. — Midoriya concordou com ele.
Ambos então voltaram para a arquibancada para assistirem o restante do torneio. As lutas com espadas foram bem acirradas. Diversos cavaleiros levando a melhor, já outros, nem tanto. Kiba, assim como todos esperavam, vencia um atrás do outro. E finalmente, na última luta, ele iria lutar contra outro cavaleiro.
O adversário de Kiba, no entanto, não era alguém conhecido, mas que assim como o platinado, estava começando a se destacar na luta com espadas, derrotando todos contra quem lutou. Já nessa última luta, alguns dos nobres até mudaram suas apostas para o cavaleiro desconhecido. A final desse torneio seria interessante de se ver.
Já em seus lugares, tanto Kiba quanto o cavaleiro desconhecido aguardavam o início da luta. Dado o sinal, eles então começaram a se enfrentar. A plateia vibrava de emoção com essa acirrada luta. Por mais que Kiba fosse bom, o outro cavaleiro estava se destacando mais. Ele se defendia com rapidez dos ataques de Kiba. Todos da plateia olhavam atentamente a cada momento, quase sem piscar.
— Você sabe quem é esse cavaleiro? Não me lembro de ter visto ele retirando o elmo. — Momo perguntou para Shoto.
— Não sei. Só sei que agora estou torcendo para ele. — Respondeu, observando a luta. Queria ter um pouco de alegria naquele dia em ver Kiba sendo derrotado.
O cavaleiro desconhecido saiu da defensiva e começou a atacar. Avançou cada vez mais para cima de Kiba, o fazendo recuar a cada movimento. Ele já parecia cansado, e o cavaleiro desconhecido não lhe dava nenhuma chance de recuperar a vantagem. E ao ter, finalmente, conseguido desarmar Kiba, o cavaleiro o derrubou no chão, fazendo com que o platinado caísse em cima de seu próprio braço, o machucando. Ao ver que não poderia prosseguir com a luta, antes que o cavaleiro desconhecido pudesse atacar novamente, ele intervém:
— Eu me rendo! Eu me rendo! — Disse, levantando seu braço não ferido.
O cavaleiro desconhecido então guardou sua espada na bainha. Ele estendeu a mão para que Kiba pudesse se levantar. Envergonhado pela derrota, Kiba negou a ajuda, se levantando sozinho, saindo do local da luta.
Alguns da plateia olharam, chocados com a derrota de Kiba. Já outros, aplaudiram a vitória do outro cavaleiro, incluindo Shoto e Momo, que se alegraram ao ver o platinado perder.
— Meus parabéns! Você lutou com destreza nesse torneio, e provou seu valor. — Shoto se levantou de sua cadeira, parabenizando o cavaleiro. Ele se aproximou da arquibancada, se ajoelhando para o rei. — Levante-se! Tire o elmo para que possamos ver o rosto do campeão.
O cavaleiro então se levantou, levando suas mãos até seu elmo para retirá-lo. A plateia inteira se chocou ao ver que o cavaleiro desconhecido que venceu o torneio se tratava de uma mulher. Uma bela mulher de pele negra e cabelos brancos amarrados em um coque. Foi possível ouvir reações de espanto, e até mesmo alguns cochichos vindos da plateia. Ela, no entanto, não deu atenção, mantendo seu olhar para o rei.
— Qual o seu nome? — Shoto perguntou.
— Eu me chamo Mirko, vossa majestade. Vim das Terras Pluviais para participar de vosso torneio. — Novamente foi possível ouvir falácias da plateia. Alguns pareciam estranhar o fato de uma mulher ter lutado, e vencido. Até mesmo os cavaleiros com quem ela lutou estavam descontentes.
— Você lutou com bravura, e conseguiu se destacar dentre os demais. Novamente, eu a parabenizo. Pode me pedir o que for de seu desejo. Se estiver ao meu alcance, é seu!
— Vossa majestade, eu peço a honra de ter um lugar em sua guarda real. — Ela se ajoelhou ao fazer o pedido.
A plateia estava inquieta. Alguns cavaleiros, insatisfeitos com aquele pedido, conversavam entre si. Shoto levantou sua mão, querendo a atenção de todos para o que ia dizer.
— Como quiser. Levante-se, Mirko da guarda real!
Aplausos foram ouvidos após a fala do rei. Até mesmo a rainha se levantou para aplaudir a nova integrante da guarda real. Mirko se levantou, agradecendo pela honra recebida. E apesar dos aplausos, alguns ali não haviam gostado nada disso.
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Personagem do Kiba

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