Os corredores do palácio de Milani estavam silenciosos, como de costume pela noite. Dois guardas ficavam de vigia na porta da sala onde era mantido o fogo feito pelos feéricos escravizados. Tudo corria bem na vigília de ambos quando de repente eles ouviram sons de espadas e alguns gritos, indicando que poderia ser uma luta. Eles logo retiraram suas espadas da bainha e ficaram de prontidão para o que quer que fosse.
Os dois então foram surpreendidos quando se viram cercados por ambos os lados do corredor. Os escravos que antes estavam no alojamento pegaram as armas do arsenal do palácio, e agora as usavam para matar qualquer guarda que cruzasse seu caminho. E aqueles dois obviamente não tiveram chance alguma contra um grupo inteiro. E assim que se livraram dos vigias, puderam abrir a porta e contemplar todo o estoque engarrafado do fogo.
Dentro da sala não era necessário nenhuma vela para iluminar, e nem mesmo era o recomendado. A iluminação na cor verde se dava pelo próprio estoque daquele fogo. Aquela coloração diferente deixou a todos que ainda não haviam visto, surpresos. Com cuidado, os feéricos foram pegando um por um e passando adiante.
Porém, para a infelicidade do grupo, mais guardas apareceram.
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Um pouco longe dali, nos aposentos reais, Re-Destro desfrutava de uma taça de vinho enquanto relaxava na água quente das termas particulares de seu quarto. O governante, no entanto, não esperava que algo interrompesse seu momento de descanso. Abriu os olhos com o susto que levou ao ouvir um barulho bem alto de explosão vindo do andar de baixo do palácio, explosão essa que fez a residência real inteira tremer. Rapidamente saiu de dentro da piscina de águas termais e se vestiu.
Fora dos seus aposentos, viu alguns guardas correndo até as escadas que levavam ao andar de baixo, de onde ouviu que veio a explosão. Irritado, ele para um dos guardas.
— Por Atena, mas o que está acontecendo aqui? — Bravejou, segurando o guarda pelo braço.
— Uma rebelião de escravos, meu senhor. Roubaram as armas de nosso arsenal e agora estão pegando todo o nosso estoque de fogo.
— Mas que merda! Como deixaram que isso acontecesse? — Gritou, soltando o guarda. — O que está esperando? Vá logo! Mate todos eles!
— Sim senhor!
O guarda obedeceu a ordem e seguiu para o andar de baixo para se juntar aos outros guardas na luta. Quando chegou, viu que a sala onde todo o estoque do fogo agora estava coberta de chamas, tanto verdes quanto no tom alaranjado comum. Não só dentro da sala, como também em uma parte do corredor, onde alguns dos guardas gritavam em agonia enquanto queimavam.
O guarda pegou sua espada e aproveitou o momento em que Ochako estava distraída enquanto terminava de matar um dos adversários, atacando-a. A feérica teve sorte por tê-lo visto a tempo, e se esquivou. Porém, aquilo não foi o suficiente, e a lâmina afiada da espada acabou fazendo um corte profundo perto de seu ombro.
Com aquela ferida em seu braço, ela soltou a espada que usava e viu seu sangue escorrendo até o chão. Bakugou a viu naquele estado, machucada e encurralada pelo inimigo. O loiro cerrou os dentes de raiva e foi em direção ao guarda. Mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, Ochako se recompôs, e ela mesma o queimou com suas próprias mãos. Bakugou então guardou sua espada e foi correndo para ajudá-la.
— Merda! — Ele disse ao ver a ferida mais de perto.
— T-tá tudo bem. Eu posso dar um jeito nisso.
Com sua mão, Ochako queimou a ferida em seu braço para cauterizá-la. Preocupado, Bakugou a segurou, tremendo que ela desmaiasse pela dor. Porém, Ochako se manteve de pé, obtendo sucesso para estancar sua ferida. O loiro suspirou aliviado ao vê-la bem.
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Burn
FanfictionA famosa Santa Inquisição é conhecida por condenar todos aqueles que forem contra os princípios cristãos. Condenar pessoas pelo simples fato de serem diferentes, de não se encaixarem. Teriam que sobreviver ao ódio, a intolerância, ao medo. Teriam qu...