32. Invasão à Vila Verde

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 Já era quase noite e o tempo começava a esfriar. Depois de fugirem do acampamento após o ataque dos dragões, o rei e o resto da sua comitiva cavalgaram pela Campina até o castelo mais próximo. As carruagens com os suprimentos haviam sido queimadas no ataque, por isso apenas pegaram alguns cavalos restantes e fugiram. E depois de tanto cavalgar, o rei enfim foi recepcionado pela família de sua rainha no castelo de Garden Wall.

Já no pátio do castelo, assim que desceram dos cavalos, foram recepcionados pela Lady Yaoyorozu, mãe de Momo, que correu ao encontro deles assim que os viram.

— Eu vim assim que me avisaram que vocês chegaram. Mas o que foi que aconteceu? — Ela perguntou, espantada, assim que os viu sujos devido à fuligem das queimadas.

— Eu fui pessoalmente conversar com o lorde de Vila Verde, assim como a senhora me pediu, milady. Porém algo inesperado aconteceu. — O rei disse. — A negociação foi interrompida quando uma dezena de dragões surgiram e queimaram todo o acampamento. Escapamos de toda aquela confusão por muito pouco.

— Ah... claro! — A lady compreendeu. — Onde aquele pequeno lorde estava com a cabeça de mexer logo com os domadores de dragões ao norte? Já não bastava querer tomar nossas terras, ele ainda invoca a ira de quem pode, literalmente, queimá-lo por isso.

— Nunca tinha visto um tão de perto. São assustadores! — Kendo disse quase que em um cochicho, lembrando-se do ocorrido.

— Bem... ao menos foi uma vantagem para nós. A negociação não estava dando certo de qualquer jeito. O lorde não queria ceder de forma alguma. Pois agora que ele lide com isso sozinho! — Shoto por fim disse, limpando a fuligem de suas mãos.

— É melhor que entrem, vocês devem estar exaustos. Vou providenciar aposentos para que possam se acomodar por enquanto.

— Eu agradeço muito, milady! — O rei respondeu a gentileza da lady.

— Mandarei uma carta para a capital avisando que estão bem e seguros aqui. À essa altura devem estar todos preocupados, inclusive minha filha. A pobrezinha não deve se estressar em um momento como esse.

— Eu concordo! Muito obrigada, Milady! — Ele agradeceu mais uma vez.

A lady os acompanhou para dentro do castelo para se acomodarem. Ao lado do rei, Kendo caminhava com um semblante preocupado.

— Será que ela está bem? — A ruiva cochichou para o rei. — Nunca fiquei tanto tempo longe dela assim...

— Não se preocupe! O Midoriya está com ela, e não deixará que nada de ruim aconteça. Tem a minha palavra! — Shoto tentou tranquilizá-la.

— Quero acreditar em você, majestade. — Ela sorriu fraco. — Só espero que a gente consiga voltar a tempo para o nascimento do bebê. Creio que ela se sentirá mais tranquila se estivermos lá com ela.

— Sairemos amanhã mesmo. Eu lhe prometo!

Kendo acenou com a cabeça, concordando. Tanto ela quanto Shoto ansiavam em voltar para a capital o quanto antes, ansiosos para rever aqueles a quem amavam. Mas por hora, tentariam descansar para recuperarem as energias depois de um dia cheio.

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A notícia do ataque dos draconianos ao exército de Vila Verde junto dos paladinos no dia anterior já havia se espalhado por grande parte do reino. Muitos dos nobres não gostaram nada disso, principalmente as famílias nobres do sul do continente, onde a igreja exercia uma influência ainda maior. E enquanto o rei não voltava para casa, quem sofria com toda a pressão era a rainha.

Durante todo aquele dia, Momo não teve sequer um minuto de paz, pois o bispo e alguns outros nobres do reino leais a ele exigiam uma audiência com ela. Momo estava cada vez mais exausta, e suas contrações que iam e viam colaboravam ainda mais para o seu cansaço. O desespero deles era tanto que nem mesmo tinham consideração pelo bem estar de uma mulher grávida.

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