17. A batalha de Highlander

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Oiioii! Um pequeno aviso antes do capítulo: o Vlad mencionado no capítulo é aquele professor da turma 1B caso não se lembrem.
Dito isso, vamos ao capítulo.
Boa leitura!
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Ochako batia os dentes de tanto frio. Ela treinava sua magia na floresta coberta de neve do lado de fora, não muito longe dos muros do castelo. Já estavam hospedados no castelo real de Newydd há alguns dias, e desde que recebeu o livro da rainha Hagakure, ela tem aprimorado sua magia. Aprendia mais sobre como aumentar a intensidade de como liberava sua mágica, como controlá-la, e como usá-la para atacar.
Com o cajado em suas mãos, ela concentrou toda sua magia em suas mãos, a fazendo passar para o cajado. Uma bola de fogo apareceu na ponta do objeto. Ochako lançou a bola de fogo em direção à uma rocha, fazendo um grande buraco na mesma. Ela olhava para o estrago feito na rocha, orgulhosa.
— Então é isso que você anda aprontando? — Ochako se assustou ao ouvir a voz de Bakugou. O loiro também olhava para o buraco na rocha. — Devo admitir, isso é impressionante!
— Há quanto tempo você está aí?
— Não muito. Mas eu vi a bola de fogo. Parecia um dragão cuspindo fogo. — Considerando o quão sagrado os dragões eram na cultura dele, ela concluiu que aquilo era um elogio.
— Devo tudo a esse livro. — Ela mostra o livro que Hagakure deu a ela. — Isso aqui é conhecimento antigo, há muito tempo perdido. Quando os primeiros homens fugiram de Elandria, eles acabaram levando isso com eles. Eu nunca poderia imaginar que um dia usaria a magia como forma de ataque.
— Que símbolos são esses? Nunca os vi antes. — Bakugou perguntou enquanto tentava ler.
— Essa é a língua antiga dos feéricos. Não é usado com frequência no dia a dia. — Ele a devolveu. Ochako o guardou dentro de sua capa, se cobrindo com ela. — Acho melhor entrarmos, já vai escurecer.
— Eles já vão servir o jantar. Depois disso vamos dormir. O dia amanhã vai ser cheio. — Ele falou, a acompanhando.
— Vamos para as Terras Altas amanhã? — Ela perguntou.
— Sim. As regiões da fronteira estão sendo atacadas com tudo. Eles estão avançando para dentro do reino.
Ochako já podia imaginar um frio bem pior do que já estava sentindo no castelo, já que iriam mais ao norte ainda. Já poderia imaginar também os perigos que enfrentariam na guerra. Ela nunca havia lutado em uma guerra, e talvez estivesse um pouco apavorada. Mas ela ajudaria como puder com sua magia.
Durante o jantar, discutiram um pouco sobre estratégias de guerra, a ordem dos ataques que fariam, entre outras coisas. Já no dia seguinte, partiram para as Terras Altas. Do castelo até lá, foram quase dois dias de viagem. Os exércitos de Newydd viajavam junto com alguns guerreiros draconianos que vieram a pedido de Bakugou e estavam sendo liderados por Tetsutetsu.
O castelo para onde estavam indo, Highlander, era um dos castelos da família de Hagakure, comandado pelo tio da rainha. Era um dos castelos mais importantes que se localizava na região que fazia fronteira tanto com Strigland quanto com Rodanya- outro reino que também sofria com os ataques de Strigland. No acampamento de guerra, eles se encontram com o exército de Rodanya, comandado pelo rei Vlad.
— Os exércitos dessa região das Terras Altas fizeram um cerco em volta do castelo. — O rei Vlad dizia enquanto mostrava o mapa dos arredores do castelo. — Pelas cartas que nos enviaram, não houve nenhuma rendição até agora.
— Certo! — Ojiro lia as cartas com o selo da família de sua esposa. — Nos juntaremos ao cerco. Eu duvido muito que eles se rendam. Caso não o façam, os atacaremos.
Na manhã seguinte, o exército seguiu rumo ao castelo. Eram algumas horas de distância de onde estavam acampados, então não demorou muito para chegarem. Puderam avistar o castelo bem à frente, mas ao contrário do que achavam, ao redor da construção não havia ninguém. Haviam vestígios de um cerco, como as tendas que os cavaleiros das Terras Altas usaram, mas não havia mais ninguém ali. Todos acharam muito estranho, e logo perceberam que aquilo não passava de uma armadilha.
Um barulho alto de berrante foi ouvido, e logo foram cercados pelos exércitos de Strigland. Milhares e milhares de combatentes os encurralaram, muito mais do que seus olhos podiam contar. Eles avançaram com seus machados, espadas e escudos em mãos. Eles estariam perdidos se não tivessem um plano B.
Para a surpresa do exército de Strigland, flechas flamejantes começaram a ser atiradas contra eles, eliminando um número considerável de combatentes, e os dispersando para ver de onde as flechas vinham. Nisso, o exército de Newydd e de Rodanya que estavam encurralados logo tiraram suas espadas da bainha. Espadas essas que haviam sido encantadas por Ochako, então teriam vantagem contra Strigland com suas espadas flamejantes.
Os draconianos, os quais haviam atirado as flechas, saíram de onde estavam escondidos, e avançaram contra Strigland. Bakugou, juntamente com Tetsutetsu, comandavam o resto dos draconianos. Mina e Kirishima ajudavam de cima, montados em seus respectivos dragões. Ochako também ajudava de cima, montada em Valerik. Isso foi a pedido do próprio Bakugou, que alegou que essa era a forma dela ajudar e ao mesmo tempo garantiria sua segurança.
Bakugou avançava para a luta montado em um cavalo, atacando qualquer inimigo que aparecesse com sua espada curvada. O loiro, no entanto, foi surpreendido com o baque que um pedaço de madeira que algum inimigo lhe deu em seu tórax,o fazendo cair do cavalo. Ele puxava o ar com força, tentando recuperar o fôlego e normalizar sua respiração enquanto ainda estava caído no chão.
Um dos oponentes estava prestes a atacá-lo enquanto ele ainda estava no chão, porém Bakugou o surpreendeu primeiro, retirando uma machadinha que estava portanto junto da espada, golpeando a perna do oponente e o derrubando no chão. Antes que ele se levantasse para revidar, Bakugou o golpeou com a arma em sua cabeça, terminando de matá-lo. O loiro se levantou logo depois, pegando sua espada e partindo para a luta.
Ochako voava nas costas de Valerik, queimando os inimigos de cima. Ela voava não muito alto, para poder enxergar quem ela queimava, evitando de matar algum aliado por engano. Devido à baixa altitude, ela acabou se expondo ao perigo mais do que deveria. Um dos inimigos jogou uma lança bem grande na asa de Valerik, fazendo com que o dragão se desequilibrasse no ar e caísse.
Ela desceu do dragão para retirar a lança da asa dele. Ela puxava com cuidado, tentando não o machucar ainda mais. Enquanto puxava a lança, outra lança é atirada, acertando mais uma vez em Valerik, o fazendo grunhir de dor. Ochako olhou para trás, vendo um oponente se aproximar.
Com seu cajado, ela lança uma bola de fogo contra ele. Outro inimigo surge de surpresa, atacando com a espada. Ela se defende com o cajado, fazendo com que a lâmina ficasse presa na madeira resistente de seu cajado. Ela o puxa, fazendo com que o inimigo largasse sua espada. Com a palma de sua mão ela lança uma bola de fogo nele antes que o mesmo pudesse atacá-la.
Ela volta sua atenção ao dragão, tentando puxar a lança dele. Porém, foi surpreendida novamente com alguém tentando puxar o cajado em suas costas. Ela dá uma cotovelada no olho de quem quer que seja, o queimando vivo logo depois. Ela tira a espada presa em seu cajado, ateando fogo nela, e a usando para atacar os inimigos que se aproximavam.
Ela os cortava com a lâmina flamejante e jogava bolas de fogo de suas mãos. Tudo para se defender e para mantê-los longe de Valerik. Ela voltou a dar atenção ao dragão ferido para então retirar as lanças dele. Sua paz durou pouco tempo, ao ver outro inimigo se aproximando. Esse, para a sorte dela, foi morto rapidamente por Bakugou que vinha logo atrás dele.
— Vigie minha retaguarda. Eu tiro as lanças dele. — O loiro falou indo cuidar de seu dragão.
Assim como ele pediu, Ochako lançava bolas de fogo em qualquer inimigo que se aproximasse, enquanto Bakugou cuidava de Valerik. Quando finalmente terminou de tirar as lanças do dragão, Ochako queimou as feridas dele para cicatrizar logo. Valerik se remexia de tanta dor. Com raiva, o dragão queimou vários inimigos que se aproximavam de uma vez só.
— Tenha mais cuidado! Voe o mais alto que conseguir dessa vez. — Bakugou a ordenou. — Suba logo antes que mais alguém venha.
Ela obedece, subindo nas costas de Valerik e voando, dessa vez um pouco mais alto.
Ojiro, juntamente com Vlad e mais alguns cavaleiros de seu exército, conseguem abrir os portões do castelo, revelando mais alguns guerreiros de Strigland que estavam lá dentro só esperando que avançassem para dentro. A luta é bem acirrada, e nenhum dos lados cederia ao outro. Os cavaleiros conseguiram tomar a atenção de Strigland, dando passagem para Ojiro, Vlad, e mais alguns cavaleiros entrarem no castelo.
Eles subiram até as torres do castelo, de onde alguns arqueiros de Strigland atiravam flechas nos cavaleiros que lutavam já do lado de dentro dos muros. Porém, com a aproximação de Ojiro e Vlad, tiveram que parar de atacar os cavaleiros para poderem lutar com ambos os reis.
Os cavaleiros que os acompanhavam também lutaram. Em questão de número, os arqueiros estavam em desvantagem, sendo derrotados bem facilmente por eles. Ao terminarem de lutar, Ojiro olhou para o lado de fora, vendo a derrota dos guerreiros de Strigland, quando os últimos que sobraram acabam de ser mortos. A batalha então chegava ao fim.
— O CASTELO É NOSSO! — Ojiro comemora a vitória que tiveram, levantando sua espada e gritando. O exército fazia o mesmo, felizes por recuperarem o castelo.
Já de noite, armaram tendas do lado de fora do castelo para que todos do exército pudessem comer e descansar. Ochako estava em uma das tendas, cuidando dos feridos. Suas habilidades de cura e seus remédios caseiros, fruto dos ensinamentos de seu povo, estavam sendo de grande ajuda.
— Amanhã de manhã essa ferida já estará bem melhor. — Ela enrolava um pano no braço de Mina.
— Muito obrigada! — A rosada agradeceu, segurando o braço que doía.
— Tome. Passe isso nas feridas de Valerik. Ele ficará bem melhor. — Ochako entregou um pote cheio de uma pasta que ela fez com plantas para Bakugou. — Sinto muito! Eu devia ter voado mais alto com ele. — Ela se desculpou.
— É, devia. — Ela já estava se preparando para a bronca que achou que iria tomar, mas isso não aconteceu. — Mas você cuidou dele, e além disso, pôde se defender. — Ela o olhou, e sua expressão era de orgulho. — Bom trabalho! — Ele falou antes de sair da tenda.
Ela sorriu, lisonjeada pelo elogio. Nem ela mesma sabe de onde tirou forças para lutar daquele jeito, mas estava feliz que conseguiu evoluir.
Mais tarde, Ochako foi a um rio que ficava próximo dali. Por sorte, a água ainda não estava congelada, então ainda conseguiriam pegar água para beberem, e para cuidar dos feridos.
Já com os baldes em suas mãos, ela caminhava de volta. No caminho, ouviu um barulho. Ela parou, tentando ver de onde vinha. Olhou para uma moita, vendo-a se mexer. Ela se aproximou, preparada para atacar, quando viu uma lebre saindo de lá.
— Você quase me matou de susto! — Ela riu, vendo a lebre correr para longe.
Desatenta com o animal, ela mal percebeu que alguém saiu de trás da mesma moita, a segurando por trás e pressionando um pano em seu nariz. Ela se debatia tentando se soltar, porém sentiu sua cabeça girar. Havia alguma substância naquele pano que a deixou tonta. Já não tinha mais forças para se debater, perdendo de vez sua consciência.

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