19. Não vamos deixá-los entrarem

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Oiioii pessoal! Eu queria pedir desculpas pela demora. Eu estava ocupada com outras coisas, e sem muito ânimo para postar. Aconteceram muitas coisas. Trabalhos pra entregar, matérias pra estudar, terminei de ler um livro e comecei outro, e até tomei vacina.
Enfim, vou tentar atualizar com mais frequência dessa vez. Não desisti da história.
Recado dado, vamos ao capítulo.
Boa leitura!
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O castelo real de Rodanya estava mergulhado em um completo caos. O castelo inteiro tremia, pois do lado de fora os paladinos atiravam na enorme construção com canhões. As defesas do castelo não aguentariam por muito mais tempo.
— Vossa alteza, precisamos levá-la daqui. Se invadirem o castelo, irão matá-la! — Um dos cavaleiros falou.
— Não temos para onde ir. A neve lá fora está aumentando. Se sairmos, morreremos na neve. — Ela rebateu, apavorada.
— E se ficarmos, os paladinos vão te matar. — O cavaleiro tornou a falar, igualmente apavorado.
— Então não podemos deixá-los entrar. — Eles se calaram, olhando para Ochako, ouvindo o que ela tinha a dizer. — Temos que defender o castelo, custe o que custar!
— Não temos como defender o castelo. A maior parte de nossos guerreiros estão com o rei Vlad. É impossível apenas com os homens que temos agora.
— Estamos condenados! — A princesa falou em voz baixa, quase como um cochicho. Ela parecia ter aceitado sua derrota.
Ochako franziu a testa, olhando para ela e para o cavaleiro, que pareciam ter desistido. Mas ela não desistiu.
— Ouçam bem o que eu vou dizer… — A feérica falou em um tom sério e um tanto ameaçador, chamando a atenção dos outros dois. — Nós não vamos deixar eles entrarem. Vocês entenderam?
— Mas como… — Ochako o interrompeu antes que pudesse perguntar qualquer coisa.
— Levem a princesa para o lugar mais seguro do castelo. — O cavaleiro fez o que Ochako mandou, pedindo para que outros cavaleiros a levassem.
— O que você tem em mente, feérica? — Ele perguntou.
— Me leve até a torre mais alta do castelo.
O trajeto até lá não estava sendo nada fácil. Os dois subiam as escadas da torre com muito cuidado, segurando na parede e desviando dos pedaços do castelo que caiam devido ao impacto das bolas de canhão. Tinham que agir rápido, ou o castelo seria destruído.
Chegando no topo do castelo, os arqueiros tentavam defender a construção dos paladinos, com arco e flecha, e com qualquer outra coisa que pudesse ser lançada pelas catapultas. Ochako se espantou ao ver o grande número de paladinos que cercaram o castelo.
— Só temos isso de munição? — O cavaleiro perguntou a um dos arqueiros, se referindo a uma pequena pilha de pedras pesadas que iam nas catapultas.
— Estamos ficando sem flechas também, senhor.
— Pois então joguem qualquer outra coisa. O que encontrarem. — O cavaleiro pegou uma pedra solta do próprio castelo e colocou na catapulta.
Antes que pudesse atirar, Ochako encostou na pedra, a fazendo pegar fogo. Ele olhou, maravilhado para a pedra flamejante, compreendendo a importância que a feérica tivera na batalha ao lado do rei.
A pedra foi lançada, voando a toda velocidade contra o exército de paladinos logo à frente, se chocando contra vários deles.
— Peguem o que mais conseguirem. Vamos jogar tudo que tivermos neles. — Ordenou o cavaleiro.
Tudo que achavam para jogar nos inimigos era ateado fogo por Ochako, o que lhes dava vantagem contra os paladinos. Qualquer pedra, madeira, ou até mesmo as flechas que sobraram eram cobertas por fogo, e serviam de grande ajuda.
Ochako percebeu alguns ganchos pendurados na lateral da torre. Ela se aproximou para verificar, se assustando quando alguns paladinos subiram repentinamente pelas cordas nesses ganchos.
Com as espadas em mãos, os paladinos partiram para cima dela. Ochako ateou fogo nos que estavam mais perto, assustando os outros que subiam logo atrás.
— Eles estão subindo até aqui. — Ela alertou aos cavaleiros e arqueiros.
Alguns deles saíram de seus postos para ajudar a derrotar os paladinos que estavam ali. Ochako ateou fogo nas espadas deles, que se espantaram por um breve momento, mas logo depois partiram para a luta.
Ochako pegou uma espada qualquer no chão, queimando sua lâmina também. Ela ia em direção às cordas, na intenção de queimá-las, impedindo que mais paladinos subissem nas torres. Muitos deles entraram na sua frente, a atacando. Eles surgiam da frente, de trás, dos lados, de todos os lugares. Quanto mais ela os atacava, mais eles pareciam surgir.
De um lado ela os cortava com a lâmina flamejante, e do outro os queimava com o fogo de sua mão livre. Seu sangue fervia, tanto pela raiva quanto pela adrenalina do momento. Ela dava tudo de si, mas a cada momento que se passava, mais e mais daqueles paladinos a cercavam. Em um momento de desespero, ela dá um grito de raiva vindo do fundo de sua garganta. Sua aura se acendeu como ela nunca havia visto antes, impulsionando os paladinos para trás, fazendo com que muitos deles caíssem de cima da torre. Ela partiu para cima do restante, os cortando com sua espada flamejante sem dó alguma. Nenhum paladino em sua frente escaparia de sua fúria.
Ela então foi em direção às cordas, vendo mais alguns subirem por elas. Antes que os mesmo pudesse alcançar o topo do castelo, Ochako ateou fogo em todas elas, vendo os que estavam mais perto do topo queimarem até a morte, e os mais abaixo caírem e se chocarem na ponte de pedra.
— Precisamos de mais coisas para atirar. — Ela ouviu um dos arqueiros falar, e foi então que ela pensou em algo.
— Vocês têm algum barril de bebida? — Ela perguntou.
Depois de atirarem o restante das pedras e escombros das torres, os cavaleiros voltam, trazendo vários barris de bebidas do estoque particular do rei. Não era a munição mais adequada, mas naquele momento eles confiavam em Ochako para qualquer coisa que fosse. Junto dos barris, eles também trouxeram cordas, a pedido de Ochako. Ela parecia ter uma ideia mirabolante.
Cortando vários pedaços das cordas, eles as encaixavam dentro dos barris de bebida. Logo depois esses barris eram colocados nas catapultas, e era aí que Ochako acendia a ponta das cordas nos barris. Ao serem lançados contra os paladinos, a bebida com alto teor alcoólico fazia com que o fogo se espalhasse rapidamente pelo campo do lado de fora do castelo.
A produção desse explosivo caseiro era feita do modo mais ágil possível, com um grupo de cavaleiros apenas para trazerem os barris, e outro grupo para lançá-los. Acabaram por fazer uso de quase todos os barris do estoque, fazendo do campo de batalha o verdadeiro inferno na terra. Com todos os barris sendo usados, o fogo se espalhou por todo o lugar, não sobrando nenhum paladino de pé.
Quando os barris acabaram, a neve que caía apagou grande parte do fogo, possibilitando a todos lá de cima verem os corpos dos paladinos caídos no chão. Todos desceram para verificar se estavam mortos de fato. Os canhões estavam destruídos, e a maioria dos corpos carbonizados. A pequena parcela de paladinos que ainda se mexiam logo foram mortos, e assim foi até não sobrar mais nenhum paladino vivo.
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Já fazia algum tempo que a princesa estava escondida no porão do castelo, por onde poderia fugir caso fosse preciso. Ela, e os cavaleiros que cuidavam dela, já não ouviam mais o barulho da batalha. Ainda estavam receosos, temendo sempre o pior.
De repente, ouviram barulho de passos que se aproximavam cada vez mais. Os cavaleiros entraram na frente da princesa, já preparados para atacar quem quer que apareça por aquela porta. A mesma é aberta, e tanto a princesa quanto os cavaleiros com ela se surpreenderam ao ver Ochako junto dos outros cavaleiros do castelo. Saiko saiu de trás dos cavaleiros, olhando para a feérica.
— Eu disse que não deixaríamos que eles entrassem. — Ela sorriu.
Saiko a encarou, emocionada pela vitória que ela mesma não esperava. As lágrimas rolavam pelo seu rosto, e ela correu para abraçar Ochako, nem se importando com o fato dela estar toda suja de sangue.
— M-muito obrigada! — Ela agradeceu, chorando de alívio.
Ochako a abraçou de volta, a acalmando.

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