28. Viver livre, ou morrer tentando

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— Maldito! Eu devia ter matado ele ali mesmo. Filho da puta! — Bakugou bravejava a caminho do barco.

— E agora, o que faremos? Não vamos deixar nosso povo à mercê deles, não é? — Mina o alcançou, entrando em sua frente. — A gente tem que fazer alguma coisa.

— É claro que a gente vai fazer alguma coisa. Eu não vou deixar aquele merda nos dizer o que vamos ou não fazer. Ele que nos aguarde!

— Mas vocês ouviram ele. Aquele fogo estranho que eles possuem quase acabou com o dragão da Ryuko. Nós acabamos de recuperar grande parte dos dragões. — Kirishima interviu.

— E o que sugere que a gente faça? Que deixemos nosso povo pra trás? — Bakugou perguntou, irritado, ao amigo.

— Não foi isso que eu disse! — Kirishima disse, igualmente irritado. Bakugou então se calou e o deixou falar. — Não vamos deixar isso passar. Óbvio que não vamos. Mas eu acho que também não devemos atacar sem mais nem menos. Temos que pensar em uma estratégia, ou vamos acabar perdendo nossos dragões. Devíamos descobrir mais sobre esse fogo estranho.

— Como? Entramos escondidos e descobrimos onde está por conta própria? — Mina o questionou.

— Eu concordo com ele. Devíamos fazer isso. — Ochako enfim se pronunciou depois de alguns minutos pensando. Os outros três a encararam. — Aquela escrava que nos serviu vinho... eu a conheço. De início eu não tinha tanta certeza, mas agora eu tenho. Eu conheço ela, e talvez ela possa nos ajudar. Se a gente conseguir entrar sem ninguém nos pegar, poderíamos ir até ela. Ela deve saber o que é aquele fogo, ou como fazem. Algo que nos ajude.

— É, isso pode funcionar! — Kirishima concordou.

— Podíamos entrar à noite, quando todos estiverem dormindo. Pelos fundos da cidade. — Mina completou, também acatando à ideia.

Os três olharam para Bakugou, esperando a opinião dele. O loiro parecia pensativo, mas se convenceu de que aquela era a melhor ideia que eles tiveram no momento.

— Está certo. Então vamos esperar até o anoitecer para entrar. Vamos chamar o mínimo de atenção possível até obtermos vantagem sobre ele. — Disse, e os três concordaram.

Algumas horas depois, o Sol já havia se posto na cidade. As luzes das ruas iam se apagando uma por uma, e as pessoas se preparavam para dormir. Em meio à escuridão da noite, iluminada apenas por um pequeno lampião, alguns guardas vigiavam as entradas do palácio do governante de Milani. Na entrada dos fundos, o guarda segurava uma lança enquanto olhava para frente. Aquela era uma noite muito quieta e silenciosa, sem nenhum sinal aparente de ameaça. E por isso, estava encostado no muro do castelo, desatento. Estava tão distraído que nem mesmo notou alguém se aproximando, e só se deu conta quando sentiu uma mão tapar sua boca e uma lâmina cortar sua garganta, morrendo antes mesmo de conseguir ver quem o havia feito.

Bakugou soltou o corpo morto do guarda no chão em silêncio. O loiro seguiu para dentro com Ochako, Mina e Kirishima. Ryuko ficaria do lado de fora com os outros draconianos e aguardariam o sinal para entrarem. Quanto menos atenção chamassem naquele momento, melhor seria. Os quatro corriam em passos silenciosos pelos cantos escuros do pátio do palácio, indo em direção ao alojamento dos escravos.

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— E o que estavam discutindo? — Shinso perguntou à amiga mais uma vez.

Os escravos do alojamento haviam acordado e agora estavam reunidos enquanto ouviam o que Nejire tinha a dizer sobre quem viu na sala de jantar de Re-Destro. Não só seus amigos druidas, mas os escravos helenos, e principalmente os draconianos que foram capturados, ouviam-na atentamente.

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