— Mas... como? — Shoto ficou sem reação ao ver as orelhas pontudas da filha. Imediatamente ele olhou para Midoriya. — O que aconteceu? Como ela ficou assim?
— Eu... eu não sei, majestade! Não usei nada além das suas amostras. Não faço ideia do que aconteceu.
— Céus! Como vamos explicar isso? — O rei se lamentou mais uma vez. Já estavam com problemas demais para aguentarem, e agora teriam que lidar com um bebê feérico também.
— Tem certeza? Não havia alguma amostra de sangue feérico em seu laboratório durante o procedimento? — Momo também o questionou.
— Isso é impossível. Nunca sequer vi um feérico pessoalmente...
— Então como você explica isso? — Shoto estava visivelmente nervoso.
— Não sei. — Foi o que Midoriya conseguiu responder. Sentiu-se mal por não ter respostas para aquele problema.
Mais uma vez eles se viram sem solução. Estavam todos em silêncio, sem reação nenhuma além de desespero. De repente, a porta foi aberta mais uma vez. Era a parteira, que havia voltado com mais toalhas. Momo rapidamente voltou a cobrir o rosto da bebê antes que mais alguém pudesse vê-la. Shoto correu até a porta e a impediu de entrar.
— Majestade... sinto muito pela demora.
— Sem problemas! Ela está bem agora, muito obrigado. — Shoto a agradeceu brevemente e pegou a pilha de toalhas em sua mão. Viu a parteira se curvar sem jeito, e saindo. Ele então se virou para o guarda que vigiava a porta do quarto. — Não deixe que ninguém mais entre. A rainha não quer ser incomodada.
O guarda assentiu, e então Shoto fechou a porta novamente. Por fim, virou-se para os demais ali presentes. Precisavam fazer algo a respeito o quanto antes.
— Não podemos deixar que ninguém a veja. — Ele disse.
— Mas... as pessoas vão estranhar caso a herdeira do reino não apareça em público. — Kendo levantou um ponto muito importante. Aquilo sim levantaria mais suspeitas de que havia algo errado.
— Bem... — Momo tentava pensar em algo. — Se não deixarmos ninguém chegar muito perto dela... e talvez com algum adereço que cubra sua cabeça, ou ao menos suas orelhas, como um chapeuzinho, ou um gorro... poderemos dizer que é para protegê-la do frio. O inverno acabou, mas continua fazendo um pouco de frio. — A rainha encarava cada um ali, torcendo para que sua ideia desse certo.
— Isso pode dar certo agora... — Rey, enfim, havia se pronunciado. Até mesmo Shoto olhou para sua mãe com um semblante preocupado. — Mas e depois? O que farão quando ela for mais velha? Não poderão esconder isso pra sempre.
A rainha viúva tinha razão quanto a isso. Mesmo que pudessem esconder agora, isso ainda seria um problema para o futuro. Não estariam fazendo nada além de apenas adiar o inevitável.
— E-eu... eu não sei, mãe. — Shoto andava de um lado para o outro. Tentava chegar a uma solução, mas simplesmente nada vinha em sua mente.
Estavam todos aflitos e sem saber o que fazer. No entanto, o momento de tensão foi momentaneamente quebrado quando os cinco ouviram o choro da bebê. Aquele pequenino e delicado ser se remexia de forma desengonçada no colo da mãe. Momo a abraçou, balançando-a cuidadosamente de um lado para o outro, a fim de acalmá-la.
— Talvez ela esteja com fome. Coitadinha! — Ela fazia carinho na filha enquanto dizia baixinho para ela: — Tudo bem, meu amor! Eu estou aqui com você.
Shoto mirou a pequena no colo da rainha, aflito por ela. Estavam todos preocupados em como isso repercutiria caso viesse à tona, mas quem mais sofreria com tudo, mais do que todos ali presentes, seria a própria filha.
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Burn
FanfictionA famosa Santa Inquisição é conhecida por condenar todos aqueles que forem contra os princípios cristãos. Condenar pessoas pelo simples fato de serem diferentes, de não se encaixarem. Teriam que sobreviver ao ódio, a intolerância, ao medo. Teriam qu...