Já havia passado uma semana desde que chegaram na cordilheira do Dragão, e Ochako havia adentrado ainda mais na cultura dos domadores de dragões. Já estava, até mesmo, aprendendo o idioma deles. Havia se aproximado, também, dos dragões do local. Por sorte, ela levava jeito com animais, pois eles gostaram muito dela. Todos os dias quando acordava, sempre ia ver como estavam, se alegrando em ver que Beltane já havia perdido o medo dos dragões adultos, e que até aprendia com eles.
Quanto à missão de chocar os ovos petrificados, podia-se considerar um sucesso, mas talvez um pouco demorada. A primeira leva de ovos que foram encantados por Ochako só haviam sido chocados na manhã desse mesmo dia, uma semana depois dela ter jogado sua magia neles. O vilarejo foi surpreendido com o nascimento de vários filhotes de dragões, que corriam de um lado para o outro, grunhindo uns para os outros enquanto buscavam comida. O lugar parecia mais feliz, com as crianças rindo e brincando com os filhotes recém nascidos.
Ochako jogava alguns pedaços de carne para os dragões já crescidos, que as assavam com seu próprio fogo. Os filhotes viam essa ação e tentavam imitar, alguns conseguindo de início, e outros tendo que tentar mais algumas vezes. Ela viu alguns outros dragões levantarem voo, vendo que Beltane tentava fazer igual a eles, não conseguindo voar mais que dois metros de altura. Mas ainda assim, já era algo para quem tinha só um pouco mais de uma semana de vida. Ochako sorriu, vendo o progresso do dragãozinho.
Alguns dos garotos que corriam pelo vilarejo olhavam encantados para o dragãozinho que já voava. Estavam entusiasmados, pois era a primeira vez que viam filhotes de dragões, e ainda mais um filhote que já voava. Eles moviam os braços para cima e para baixo, imitando o gesto que o dragão fazia para voar. Voltaram a correr, imitando o grunhindo de um dragão. Ochako achou a coisa mais fofa do mundo ver as crianças animadas com os dragões.
Mais adiante, ela pôde avistar Bakugou, que também observava aqueles garotos correndo, super felizes. Ela notou um pequeno sorriso no rosto do loiro. Vê-lo feliz era estranho, já que era mais comum vê-lo com sua típica carranca, porém, também era bom o ver alegre, só pra variar. Ele havia notado o olhar da garota sobre si, a vendo sorrir para ele também. Bakugou desfez seu sorriso, e a fim de disfarçar, voltou a alimentar seu dragão. Ochako riu de tal atitude, se aproximando do loiro.
— É tão bom vê-los felizes, não é? — Ochako sorriu, olhando para as crianças de novo.
— É sim. Enfim vão poder montar em um dragão sozinhos assim que os filhotes crescerem um pouco mais. — Bakugou respondeu, dando o último pedaço de carne para Valerik.
— Com quantos anos vocês aprendem a montar em um dragão mesmo?
— Por volta dos seis, ou sete anos. — Bakugou falou na maior tranquilidade do mundo, enquanto Ochako o encarava com olhar de espanto, tentando imaginar uma criança tendo que montar em um dragão daquele tamanho. — Mas como não havia dragões pequenos há muito tempo, as crianças sempre montavam nós dragões maiores com os adultos. — Completou.
— Ah… claro! — Ochako falou, mais tranquila depois da explicação.
Ochako se assustou ao sentir um dos dragões atrás de si. Ela olhou, vendo o grande dragão roxo de Mina. Ela sorriu, acariciando o focinho de Nienk, vendo o dragão se aproximar mais, se abaixando.
— Acho que ele quer que você suba nele. — Bakugou falou, subindo nas costas de Valerik. Ochako, no entanto, ficou receosa. — Vai logo! Ele confia em você agora, não vai te machucar.
— Mas eu não sei montar em um dragão. — Ela se justificou.
— E nunca vai saber se não montar em um. Vai, sobe logo!
Ochako olhou para Nienk, que se abaixou um pouco mais, fazendo carinho na garota com sua cabeça. Ela sorriu, se convencendo em montar nele. Ela segurou em suas escamas, o escalando até chegar em suas costas. Com um pouco de dificuldade, ela finalmente conseguiu subir.
— Ei, espera… mas onde é que eu seguro? — Ochako se deu conta de que os dragões não tinham selas como os cavalos, logo não saberia onde se segurar.
— Onde você conseguir. — Bakugou sorriu com o desespero dela, se segurando em seu dragão, levantando vôo.
Ochako se agarrou nas escamas de Nienk quando o sentiu bater as asas. Agora já não podia mais descer, pois o dragão já havia começado a voar. Quanto mais ele subia, mais o coração de Ochako acelerava com a adrenalina daquele turbulento passeio. Era difícil se segurar naquela velocidade, mas ela se segurava o mais forte que conseguia.
O dragão descia e subia de forma veloz, enquanto Ochako gritava, apavorada, com medo de cair. Ela fechou os olhos, tanto pelo medo de olhar para baixo, quanto pelo vento forte que batia em seu rosto. Bakugou riu do desespero de Ochako, voando para perto dela.
— Abre os olhos. Eu juro que é bem mais legal. — Ele gritou.
Ela conseguiu ouvi-lo, e por mais que estivesse com medo, decidiu tentar. Abriu os olhos bem devagar, vendo a altura em que voavam. Era possível ver quase toda a extensão da cordilheira do Dragão de onde estavam. Apesar de assustador, a vista era linda. Aos poucos Ochako conseguiu se acalmar, e conseguiu apreciar o passeio. Conseguiu se segurar melhor no dragão agora que já estava mais calma, e assim pôde ver todo o percurso melhor. O loiro tinha razão, era bem mais legal com os olhos abertos. Até que voar de dragão não era tão ruim assim. Ochako poderia se acostumar com isso.
Os dois agora se divertiam, e quase que competiam um com o outro para ver quem era mais rápido. Os dragões agora voavam mais baixo, quase na altura das copas das árvores. Depois de muito voarem, eles voltaram para o vilarejo.
— Isso foi muito legal! — Ochako desceu do dragão, pisando no chão com suas pernas trêmulas. — Um pouco assustador, eu admito. Mas mesmo assim foi muito legal!
— Você se acostuma. Logo vai querer voar em um dragão todo dia. — Os dois riram.
— Ah, vocês estão aí. — Ambos escutam a voz de Kirishima. Ele se aproximou dos dois a fim de contar uma notícia. — Tetsutetsu está de volta. Ele trouxe um recado que recebeu do reino de Newydd. — Ochako se surpreendeu ao ouvir esse nome. Se ela bem lembrava, era o nome de um dos reinos que ficava ao norte.
— O que eles querem? Algo a ver com o comércio de metal? — Bakugou perguntou.
— Não sei ao certo, mas o Tetsutetsu vai nos explicar melhor. Ele chegou não tem muito tempo. Vamos lá! — Kirishima os chamou para o acompanhar.
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Burn
FanfictionA famosa Santa Inquisição é conhecida por condenar todos aqueles que forem contra os princípios cristãos. Condenar pessoas pelo simples fato de serem diferentes, de não se encaixarem. Teriam que sobreviver ao ódio, a intolerância, ao medo. Teriam qu...