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ELENA MACKENZIE

Comecei a duvidar se estávamos indo mesmo ao um barzinho quando já tinha se passado quase três horas de viagem e não havíamos chegado.

Parei de pensar nisso quando na mesma hora Kevin estacionou sua moto em lugar mais parecido como um campo. Não tinha bar ali.

Tirei meu capacete e desci da moto que estava caindo aos pedaços, igualmente ao carro. Eu não me surpreenderia se quando estivéssemos voltando para casa, uma roda pular pra fora e nós dois morrermos.

- Kevin, pra que fim de mundo você me trouxe?! - Exclamei começando a ficar estressada.

- A gente veio num racha de moto. Fica tranquila, que eu vou tocar bem ali - diz e apontou com o queixo pra um palco simples, mas bem elaborado.

Não estava acreditando naquilo, tinha certeza que por aqui não teria comida e eu não comi nada antes de sair de casa, já para poder me alimentar nesse "barzinho".

Se do nada começasse a chover, nem o palco no meio do campo se safaria.

Preferia mil vezes ter ficado em casa e assistir aquele mala do Darcy ser um total escroto. Odiava aquele cara.

- E aí, cara! - Dois rapazes que aparentemente tinha a idade de Kevin se aproximou da gente. - Achei que não ia vir - o ruivo diz.

- Eu ia vir de qualquer jeito, tinha que convencer a rabugenta da minha irmã primeiro - olhou pra mim e riu.

Não tiro a razão dele por ter me chamado de rabugenta, hoje eu quase entrei em uma briga por causa de uma vaga e limpei a casa todinha, coisa que quem era pra ter feito, era o Kevin. Estava casada e com os pés doendo, pensaria que ia curtir ao som de Arctic Monkeys, mas acho que além disso, iria ver uma corrida de motos. Ou algo parecido.

- Estávamos precisando de alguém para dar a partida, o que acha de você quebrar esse galho pra gente? - O moreno alto e com um coque no cabelo, perguntou.

Pensei imediatamente em dizer não, mas queria parecer simpática, já que muitos não gostavam de mim por ser antipática.

Senti Kevin me cutucar, e eu sabia que ele queria que eu aceitasse.

Não pronunciei nenhuma palavra, apenas assenti com a cabeça e suspirei fundo logo em seguida.

Eles sorriram e meu irmão passou a mão na minha cabeça, bagunçando mais uma vez meus cabelos.

Estava começando a me animar quando eu percebi que tinha comida por aqui, eu estava faminta. Mas desanimei quando também vi o loirinho egocêntrico estacionando sua moto perto de mim.

Acho que esse menino está começando a me perseguir, e não nos conhecemos não faz nem dois dias.

- Vai passar a moto por cima de mim? - Perguntei irritada, pois ele havia parado sua moto muito mais perto que o normal.

- Que adorável te ver por aqui, diabinha - diz totalmente sarcástico com aquele sorriso.

- Para de chamar assim, você nem me conhece - resmungo.

- Não tinha me dito que com você eu iria conhecer o inferno? Queria que me mostrasse - sorriu mais ainda.

- Olha, eu tô achando que aquele chute te deu um efeito meio estranho. Quer que eu te chute de novo para voltar ao normal? - Pergunto levantando minha perna.

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