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033.

ELENA MACKENZIE

— Quem é? — Vinnie perguntou subindo sua calça e cueca e eu coloquei uma roupa qualquer que vi no chão.

Eu fiquei sem saber o que dizer. Não esperava isso.

— Elena – Vinnie segurou em meu braço e olhou em meus olhos. — O que foi? — Perguntou e eu engoli em seco.

— É meu pai — pronunciei baixo e ele arregalou os olhos levemente. — Só fica aqui e não faz nada de errado — pedi.

— Posso ficar no corredor, pelo menos? — Perguntou e eu assenti.

Tinha medo do que meu pai podia fazer se eu acabar falando demais ou xinga-lo. Sempre foi mais forte que eu e, sempre ele me batia.

Caminhei até a porta e abri a mesma, vendo meu pai com a barba grisalha e os cabelos em um tom acinzentado. Por conta que ainda dava pra perceber seu cabelo preto.

— Oi, Elena.

— O que está fazendo aqui? — Perguntei.

— Nem um beijinho em seu pai?! — Tentou fazer graça mas eu o olhei com desaprovação.

— Só fala o que quer e vai embora. Preciso sair — fui curta e clara.

— Soube do seu irmão — ele adentrou no meu pequeno apartamento se nem eu deixar. — Está morando aqui sozinha? — Perguntou e seu olhar chegou a Vinnie, que estava com seus braços cruzados e encostado no balcão da cozinha.

Ele devia ter ficado no corredor.

— Ela mora comigo — Vinnie mentiu e meu pai assentiu com a cabeça.

— O que quer, Michael? — Perguntei de novo ele olhou para mim.

— Você vai ir morar comigo e Suzie em Los Angeles. Não posso te deixar aqui sozinha. Ainda é menor de idade, esqueceu?

— Ela mora comigo e minha família — Vinnie se intrometeu mais uma vez e eu supliquei com o olhar para que ele não piorasse as coisas.

— Cala a boca, garoto — Michael resmungou e olhou para mim. — Não sabia que gostava de meninos intrometidos.

— Não fala assim dele — o defendi. — Pelo menos Vinnie me ajuda muito — fiz questão de jogar na cara dele esse fato.

Se ao menos, esse puto tivesse dado um pouco de dinheiro, nada disso estaria acontecendo.

— Por isso estou aqui — colocou as mãos na cintura. — Não pode morar sozinha, Elena, então vou começar a ter mais atenção com você e essas coisas de pai — fez pouco caso e eu balancei a cabeça em negação.

— Você nunca nem se importou em fazer "essas coisas de pai" e agora está aqui, na minha casa, querendo me levar pra Los Angeles? Eu não vou mesmo.

— Eu sou seu pai e ainda responsável por você, é o meu dever não te deixar aqui sozinha sem um maior de idade...

— Ela não mora sozinha, mora comigo e com a minha família — Vinnie se intrometeu de novo.

— Olha aqui, se você se intrometer em assunto de pai e filha, eu te soco, moleque — meu pai ameaçou e vi Vinnie travar sua mandíbula.