✓┊S I N

005.

ELENA MACKENZIE

- Estacionou na minha vaga de novo,
Eleninha? - Eleninha, sério?

- Você não saber dar cantadas, tudo bem, agora tentar dar apelidos fofinhos já é demais - digo virando-me para o loirinho.

- Mas a intenção não era ser fofinho - riu se aproximado de mim. - Você não me ligou - muda de assunto.

- Achei super revolucionário você ter colocado seu número em baixo do maço de cigarro. E se eu não tivesse lembrado que você me deu?

- Significa que você lembrou não só de mim, como lembrou que eu te dei o maço e ainda por cima iria fumar - riu baixo.

- Não, eu joguei direto no lixo - digo e Vinnie ergue suas sobrancelhas. - Quero evitar coisas que me lembre você - fiz uma careta.

- Seu carro está na minha vaga, acho que estacionou lá porquê sabia que eu iria reclamar - diz e eu reviro os olhos. - Então, já começou o dia pensando em mim - sorriu sem mostrar os dentes.

- Eu juro que estou prestes a fazer você engolir aquela vaga - murmurei.

Vinnie olhou para o horário em seu celular e logo travou o mesmo, levantando os olhos para me olhar logo em seguida.

- Nos vemos depois? - Perguntou antes de guardar seu celular.

- Se Deus quiser, não - o respondo sincera. Parecia que ele estava obcecado por mim, credo.

[...]

As aulas foram normais, até que consegui me comunicar com as pessoas presente em algumas delas. Nem todos os alunos são tão chatos.

Achei estranho que Vinnie não havia participado de nenhuma delas, e isso me fez ficar curiosa para descobrir o porquê.

Hoje era o dia que eu iria fazer a audição para tentar entrar na banda da escola. Estava tão empolgada.

Não tinha em mente do que cantar, queria de alguma forma, impressionar quem iria me avaliar. Tinha pensando em Hey Jude, mas acho que deveria cantar algo com mais emoção para verem que não tenho a capacidade só de cantar, como a de tocar a guitarra e talvez a bateria ao mesmo tempo.

Acho que exagerei, grr.

Então lembrei de Couting Stars, era uma das minhas preferidas e no momento, uma das minhas poucas alternativas.

Fui seguindo o que o pequeno papel dizia para eu ir, e quando cheguei, vi que tinha muito mais pessoas do que eu pensei.

Eu com certeza não tenho chance alguma de entrar.

Percebi que aquela fila ia demorar e então abri minha playlist no celular a procura de alguma outra música que poderia fazer os jurados me escolher.

- Você tem um bom gosto musical - me assunto com alguém que diz isso tão perto de mim que quando me virei não me importei em dar um tapa. - Ai! - O garoto reclamou de dor.

- Cacete, não chega assim nas pessoas! - Ponho a mão no peito, assustada.

- Me desculpa - ele riu esfregando seu rosto.

- Eu que tenho que me desculpar pelo tapa de graça - ri sem graça vendo que a marca da minha mão tinha ficado em seu rosto. - Desculpa... as vezes não penso direto - pedi mais uma vez.