045.

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ELENA MACKENZIE

Depois que eu entrei no carro e fiquei sozinha com meus milhões de pensamentos, evitei pensar no que Vinnie podia ter feito com Markus e o outro homem, já que quando eles voltaram, colocaram os dois corpos no porta malas do carro de Mike.

Já estávamos no hospital e eu estava sentada na maca, olhando meu braço onde foi injetado o medicamento, enquanto escutava Joshua dizer inúmeras coisas para o médico, para mim e para o policial.

— Bom, agora eu preciso do seu responsável para podermos conversar a sós — o médico disse após Joshua parar de dizer.

— Eu... — engoli em seco antes de pensar em alguma coisa.

Eu não tinha ninguém. Absolutamente ninguém.

— Eu entrei em contato com seu pai, Elena — Joshua quebrou o silêncio que estava se tornando ali, e eu o olhei rapidamente.

— Quê?

— Achamos o contato de sua antiga escola e pedimos o número de todos os seus responsáveis, e o único que atendeu, foi o Michael.

— Então vamos até lá, ele já deve ter chegado — o médico anunciou, e os três assentiram com a cabeça antes de me mandar ficar lá dentro antes de saírem e Vinnie entrar.

Olhei para ele de relance e abaixei a cabeça logo em seguida, suspirando fundo.

— Como você tá? — Quebrou o silêncio.

— Eu acho que bem eu não tô — respondi. — Vinnie — chamei levantando a cabeça para olhá-lo. — O que vocês fizeram com eles? — Perguntei, me referindo aos homens que tinham me sequestrado.

— Fizemos o que tinha que ser feito — murmurou baixo.

— Você nunca quis conversar comigo sobre isso.

— Eu só não quero que você veja como realmente sou quando se trata de pessoas como Markus — respondeu rápido.

— Por que faz isso, Vinnie?

Ele não me respondeu, e quando eu finalmente percebi que ele não iria responder, eu suspirei fundo e me levantei da maca, indo em direção a porta, mas Vinnie segurou pelo meu pulso e me puxou levemente para ele.

— Elena...

— Por que você é assim, Vinnie? — O interrompi. — Eu não te entendo, eu não consigo te entender.

— Nem eu me entendo mais, Elena — retrucou baixo. — Minha cabeça se passa tanta coisa, que eu estou perdido em mim mesmo — revelou.

Ele olhou calmamente para meu rosto antes de levantar sua mão e tentar encontrar em meu cabelo, mas eu desviei de seu toque.

Ele ficou visivelmente triste, pois suspirou fundo e abaixou sua mão, cabisbaixo.

— Eu sei, Elena, eu sei que você está com raiva de mim e com razão, mas será que a gente poderia conversar e ver qual vai ser o nosso rumo?

— Como assim, "o nosso rumo"?

— Você não tem noção do quanto eu gosto de você e o tanto que te quero. Eu percebi isso quando ficamos separados esses dias. Percebi que eu amo tudo em você — ele engoliu em seco.

Se formou um nó na minha garganta quando olhei com mais atenção para os olhos de Vinnie. Seus olhos intensos e agoniados enquanto me olhava, como se tudo o que ele acabou de dizer, fosse verdadeiro.

— Se você não me quiser e dizer que não quer nem mais olhar para mim, vou entender, mas ficarei muito triste — ele falhou sua voz. — Mas meu coração é seu, Elena. Apenas seu para fazer o que quiser.

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