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008.

ELENA MACKENZIE

Eu só queria comer aquele hambúrguer e ir pra casa.

A única coisa que Vinnie fez até agora que me deixou agradecida mentalmente, foi ter pagado meu hambúrguer. Eu mal tinha dinheiro, agora eu tenho e posso deixar pra comprar algo amanhã pra mim e pro meu irmão.

A cada cantada que Vinnie me passava eu sentia vontade de bater nele e mandá-lo calar a boca. Parece que gosta de ser tachado. Eu já deixei claro que não quero a companhia desse cara e ele insiste em continuar me perseguindo.

O que me deixou curiosa e com vontade de perguntar, era que seu celular toda hora chegava uma mensagem e toda vez o loiro olhava pra mim e ficava incomodado com o que lia. Mas ignorei isso e voltei a comer, ouvindo as cantadas bregas dele. Era uma pior que a outra.

Vi que poderia piorar quando observei Marjorie se sentado ao lado de Vinnie e se jogando em cima do mesmo.

- Por que não me chamou?! - Perguntou pro loiro ao seu lado, ignorando totalmente minha presença ali.

- Eu já estava indo embora - responde.

Morjorie rola seus olhos até os meus e finge espanto quando vê que estou ali.

- Elena! Que surpresa em te ver aqui - sorri e pega o refrigerante de Vinnie, tomando um gole. - Hm, está muito gelado - reclama fazendo uma careta e pega algumas batatas logo em seguida. - Não me contou que estaria aqui - ela tornou a olhar para Vinnie e passou os dedos pela sua barba rala, olhando para mim novamente.

Eu sabia que ela estava fazendo isso pra me provocar, todavia eu não iria fazer nada, apenas se fizesse algo que me irritasse, não pensaria antes de voar no pescoço dela.

- Na verdade, eu vi Elena e pedi para me juntar a ela - Vinnie diz e vejo como a expressão de Marjorie muda.

- Marjorie, não pense que eu iria chamar Vinnie pra sair só pra te irritar, odeio esse cara - digo percebendo que loira ia falar algo.

- Mas eu não disse nada - sorri falso.

- Mas iria - quem sorri forçado dessa vez, sou eu.

Dei um último gole na minha água e embrulhei o lanche pela metade. Bem capaz de aquela loira ter jogado alguma coisa nele só pelo olhar e pela maneira que estava com ódio de mim.

Não estava a fim de discutir com Marjorie por causa de Vinnie, sabia que ela iria entrar em algum assunto que acabaríamos batendo boca ali.

Percebi que meu celular apitava repetidamente e vi que era Kevin, me mandando umas mensagens, dizendo para eu ir pra casa o mais rápido possível.

[...]

Abri a porta de nossa casa em um ato rápido e agradeço mentalmente por Kevin estar lá. Ele estava com uma feição de preocupação porém estava bem e em casa.

- O que foi? - Perguntei jogando minha mochila no chão.

- Eu preciso do dinheiro, Elena, em uma semana - cuspiu as palavras com o tom de voz trêmula.

- Não tem como conseguir cem mil dólares em uma semana, Kevin - digo e vejo meu irmão preocupado abaixar a cabeça.

- Tenta ligar pro pai, com você pelo menos ele vai atender, se ver que sou eu não vai querer nem continuar na linha - pediu. - Por favor, Elena, não sei o que pode acontecer comigo se eu não der esse dinheiro - implorou pegando no meu braço.