ELENA MACKENZIE
2 ANO DEPOIS
SAN DIEGO
— Nossa — foi a única coisa que Carla disse depois de escutar tudo o que eu finalmente consegui por para fora. — E depois? Vocês foram ao médico?
— As ambulâncias chegaram e nos levaram para o hospital mais próximo — engoli em seco antes de terminar de dizer. — Se a bala tivesse atingido mais seis centímetros tanto para a direita quanto para esquerda, ele não conseguiria nem chegar ao hospital.
Carla tentou esconder a sua surpresa e continuar séria, mas pela maneira que ergueu suas sobrancelhas levemente e cruzou suas pernas, deixou claro que não esperava por isso.
— Eu deixei de acreditar em Deus quando minha mãe morreu, e depois meu irmão, eu perdi completamente a fé que eu mal tinha — suspirei fundo. — Mas quando eu agarrei a única pessoa que restava na minha vida, ajoelhada no chão, chorando, eu implorei para Deus que fizesse um milagre e deixasse ele comigo. Eu com certeza paguei todos os nossos pecados juntos, sentido a sensação que seria se eu vivesse sozinha novamente... e eu fiquei lá, todos dias ao lado dele esperando o mesmo acordasse e dissesse que íamos finalmente ficar juntos — pressionei meus lábios, lembrando da tristeza que foi aqueles dois longos meses. — A primeira coisa que me disse quando acordou, foi que ele nunca desistiria assim de mim.
— E agora, como se sente? Depois da sua vingança e o que aconteceu com seu namorado?
— Eu aprendi que vingança não muda o passado. Nem o meu, nem o Kevin... E depois do tiro em seu peito, com certeza, quase fiquei sem esperanças.
— Se arrepende pelo que fez? — Eu olhei para o teto, e pensei.
— Eu segui em frente.
Não foi exatamente o que Carla havia perguntado, mas eu disse, apenas.
— E agora, tem um pouco mais de esperança?
— Todo mundo precisa ter esperança. Entender todos os lados da história e dar uma segunda chance. Nem tudo se resume em ódio. Isso não te leva a lugar nenhum, apenas faz você cair mais e mais.
— E você casou com seu namorado?
— Não, ainda — respondi. — Depois que ele se recuperou e passamos a morar aqui, decidimos ir com calma e esperar o momento certo para isso. Mas nós vamos casar — eu sorri.
A psicóloga ficou me avaliando durante poucos segundos também com um sorriso pequeno no rosto, até o seu despertador tocar bem quando iria dizer algo. Avisando que meu horário havia acabado.
— Elena, eu estou gostando do seu progresso. Estou orgulhosa de você — comentou, se referindo a como eu finalmente estava conseguindo falar do passado nem tão distante, com mais facilidade. — A gente se vê semana que vem?
— Provavelmente — sorri para ela.
Ha um mês atrás eu estava fazendo terapia em grupo, mas eu não conseguia me abrir, conversar. Eu apenas ficava sentada, prestando atenção em tudo, menos no que eu precisava.
Foi então que Vinnie insistiu que eu fosse em uma psicóloga particular, e ainda mais depois que fui diagnosticada com depressão e ansiedade. E desde então tem dado certo, eu acho.
E eu nunca pensei que conversar com uma pessoa fosse tão bom.
Carla estava me ajudando muito.
Quando sai do pequeno consultório, senti o vento gelado bater em meu rosto e no cabelo, que estavam maiores. Eu pensei em cortá-los novamente, mas eu gostei de como fiquei depois de tanto tempo, com cabelos grandes
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✓┊S I N
Fanfiction*|VERSÃO REESCRITA/SEM REVISÃO|* +𝟭𝟲 𝗩𝗶𝗻𝗻𝗶𝗲 𝗛𝗮𝗰𝗸𝗲𝗿 Para Elena nada poderia piorar do que voltar a Seattle novamente, mas quando a garota chega na escola e entra para a banda descobre que tudo pode piorar. Bonito, vocalista de uma ban...