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VINNIE HACKER

Olhei para o meu relógio e vi que marcava quatro e sete da manhã. Eu não conseguia voltar a dormir. Elena chorava repetidamente em seu quarto e, ouvi-la daquele jeito, me deixou agoniado.

Sentei-me no sofá alisando meu olhos, e caminhei silenciosamente até a porta de seu quarto, dando duas batidas leves na mesma.

— Vai dormir, Vinnie — escutei sua voz triste dizer para que eu fosse embora.

— Me deixa entrar — pedi, mas Elena não respondeu. — Posso entrar? — Perguntei de novo.

— Pode, Vinnie.

— E se quando eu entrar você me der algum golpe?

— Por que eu faria isso?

— Não sei. Já me deu um chute e um soco, não duvidaria de outro golpe seu — brinquei e escutei a risada de Elena assim que entrei no quarto.

Caminhei lentamente para a ponta da cama e me sentei na mesma, esperando que Elena se virasse para mim.

— Vinnie... melhor você ir se deitar — pronunciou.

— Não queria que continuasse assim — revelei.

— Assim como?

— Triste — me aproximei mais de Elena, que se sentou na cama. — Olha, Elena — limpei a garganta antes de começar. — Eu sei que você ainda está brava e chateada comigo mas, eu me arrependi e vi o quão escroto eu fui — fui sincero. — E, eu quero muito, muito mesmo te ajudar.

A única iluminação que tinha no pequeno quarto da garota, era uma luzinha de coelhinho, que estava ligada na tomada ao lado de sua cama.

— Eu queria ficar sozinha.

Ao mesmo tempo que queria ficar aqui e fazer ela se distrair e dizer que vai ficar tudo bem, outra parte de mim dizia pra eu voltar ao meu canto e deixá-la um tempo sozinha.

— O que acha de dançar um pouco?

— Se eu deixar você ficar aqui, vai parar de falar e me encher o saco?

— Vou. Prometo que vou — sorri colocando um travesseiro no chão.

— Vai dormir no chão? — Perguntou.

— Sim, mas se quiser, eu posso me deitar aí com você...

— Não. Pode ficar aí no chão mesmo — não esperou eu terminar de dizer, me fazendo rir.

Me aconcheguei no chão duro e gelado, levantando levemente a cabeça para dizer: — Boa noite, docinho.

— Boa noite, loirinho.

[...]

Dobrei as cobertas que eu dormi e deixei no braço do sofá, calçando meus sapatos rapidamente.

Acontece que eu acordei mais cedo do que eu esperava, por ter dormido no chão, não foi uma noite bem aconchegante.

De manhã eu voltei para o sofá e tentei dormir, mas bolava de um lado para o outro e nada.

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